domingo, 30 de setembro de 2012

Operação Professor Pardal

                     
Sábado foi um dia de cão lá em casa. Acordei às oito da madrugada com a falta de nossa colaboradora Cida que foi acometida por outra crise. Logo depois quebrou a máquina de lavar. Aí minha cara metade desabou a chorar. Fico impressionado como as mulheres entram em pânico por tão pouco! Mas talvez eu seja mesmo, como todo homem, insensível.  O dia começava muito mal, embora eu tivesse esperanças que terminasse bem. Pra isso coloquei todos os meus talentos caseiros em ação pra ver se botava a joça pra funcionar, e nada! O jeito foi telefonar pra assistência da BRASTEMP, mas só fiz confirmar que de nada adianta pedir auxilio nos fins de semana, ainda mais estando na garantia.
O jeito foi arrumar a cama, varrer a casa e otras cositas más pra evitar que o caldo entornasse de vez. Mas minha mulher preferiu me mandar pra bem longe cortar o cabelo. Confesso que tenho algeriza de cortá-los desde os anos 60 quando agente tinha o costume de crià-los. E aos sábados é bem pior. É uma desgraça circular por aí tentando achar um salão vazio. Nos shoppings nem pensar, não dá nem pra entrar na loja. O jeito, então, é apelar para os barbeiros avulsos.
                                                 Ainda bem que não foi de cinco!

Os do tempo de meu pai não existem mais e aí o jeito é bater perna. No primeiro que encontrei a ficha de espera passava dos trinta e a recepcionista ficava tapeando o povo dizendo que a espera era de “meia hora”.  Acabei entrando mesmo foi num salão da Direita da Piedade onde entrei em uma fila de apenas seis pessoas. Mesmo assim nesse dia o almoço só foi sair duas horas da tarde. A maré de má sorte já ultrapassava o meio do dia.
Mas eu esperava que as coisas mudassem de tarde. Afinal o Vitória havia feito uma partida excelente contra o Goiás, voltando aos seus grandes dias e disparado na liderança. Tudo bem que tínhamos um problema na proteção da zaga e Carpé passou a semana toda trocando farpas com Uéliton pela imprensa sem resolver o problema. Iríamos ver o mau Bob de novo por ali? Só essa hipótese já me assustava e meu vizinho Carlos Bride que já tinha interfonado pra ir assistir o jogo na casa dele.
                                     Se continuar assim o leão va ficar chupando o dedo!

Nesse dia me atacou até uma dor de barriga quando o time entrou em campo completamente diferente do que foi anunciado pela imprensa. As “novidades” eram Carlinhos na lateral (valha-me Deus!), Michel como primeiro volante e Mancha como segundo, e, de quebra, colocando de primeira o homem - surpresa Dinei, que ainda está longe das condições ideais. Confesso que gelei, só me lembrava da máquina de lavar quebrada.
A primeira vez que Carpegiani aportou nas plagas baianas um segmento da imprensa o chamou de Professor Pardal, por causa das muitas mexidas que fazia no time do Vitória. Eu nunca concordei com as críticas embora reconhecesse alguns excessos do treinador. Dessa vez os jornalistas estão tendo que concordar que ele está mais amadurecido, conseguiu dar um padrão de jogo à equipe, montou um elenco bem razoável, e tem alternado titulares com algumas boas peças de reposição.
                                             Oh Pardal veja se cola uma bolinha!

Mas no sábado Carpé deu uma recaída feia. Vejam se não tenho razão para a comparação. O Professor Pardal é um personagem de ficção, criado em 1952 por Carl Banks para Walt Disney. Ele surgiu como um amigo do Pato Donald e do Tio Patinhas, que eram as estrelas das revistas de quadrinhos da época. Foi o inventor mais famoso da cidade de Patópolis. Era um personagem muito estimado pelos brasileiros apesar de causar muita insatisfação com alguns de seus inventos. Mas tudo isso Pardal tirava de letra pois o que fazia era sempre com boa intenção.
Tudo isso já deveria bastar para mostrar a semelhança entre os dois, mas tem mais. Assim como Carpé montou um trio, com seu filho e Ricardo Silva na borda do campo, Pardal sempre foi ajudado, seja pelo Lampadinha (um androide com uma lâmpada no lugar da cabeça) e pelo sobrinho Pascoal, um menino-prodígio que encontrava saída para todas as situações.
                                                Essa Segundona só no tapa mesmo!

Na ficção o maior rival de Pardal é o Professor Gavião, mas há também os menos cotados, como os irmãos Metralha e a Maga Patalojika. E não é que não deu outra coisa lá na Ilha de Florianópolis? Eu pensei que entendia de futebol mas confesso que não conhecia quase ninguém do Avaí, um verdadeiro exército de Branca Leone, que estava há nove pontos do G-4 e tinha acabado de perder seu melhor jogador para o Flamengo. O técnico era o Argel Fucks (muito prazer!) e ainda tinha Moretto, Mika, Pirão na defesa, e Jesus em pessoa no ataque, o anúncio de que poderiam acontecer milagres em campo.
Jogando contra um time que tinha de ganhar de qualquer maneira bastava ao Vitória ficar mais atrás, marcar os caras no seu campo, e aproveitar as falhas do adversário pra ganhar o jogo nos contra ataques. Aliás foi isso que fez o Goiás na semana passada e nos deu um trabalho danado. Carpé escalou o time errado e nós pagamos por isso. Acho que baixou um espírito de Pardal nele depois que o Criciúma venceu na véspera e passou a ficar a dois pontos da gente.
                                              Essa invenção pelo menos deu certo!

Nesse dia houve de tudo. Arranjaram-me um juiz genérico, irmão de Paulo Cesar de Oliveira, e bem diferente do astro da família. O jogo começou igual. Aos 3 minutos Carlinhos cobrou uma falta pra área que Mancha chutou pra longe. Aliás o time, que dizem que treina tanto, não acerta um chute de fora da área. Logo a seguir é a vez do Avaí chegar, também de falta, mas a bola se perde pela linha de fundo.
O Vitória voltaria aos nove, com Tartá pela esquerda driblando o zagueiro mas cruzando mal nas mãos do goleiro. Aí o Avaí passa a gostar do jogo. Chegou aos dez minutos na área de forma perigosa quando o uruguaio Acosta passou como quis por Gilson e cruzou para Jesus, que só não fez o milagre em virtude de Vitor Ramos prensar a bola pela linha de fundo. Os caras começaram a botar pressão e a bola não passava do meio do campo. Foi aí que lançaram mal uma bola na direita que acabou nos pés de Gilson, mas aconteceram uma série de coincidências trágicas.
                                                      Esse sim que sabia inventar!

Em fracções de segundos o uruguaio veio rápido e levou a bola, não sem antes dar um com um empurrão que jogou nosso lateral no chão. Gabriel ficou paradão pensando que o juiz iria atender a marcação do bandeirinha e o cara veio entrando e bateu pro gol, fazendo Deola dar rebote e Jesus fazer o primeiro milagre da partida: um a zero pra Maga Patalojika.  Mas o pior é que o “comentarista de arbitragem” da rede Bahia, tal Rodrigo Cintra, disse que o lance foi “legal”, quando todo mundo viu o cara derrubar o lateral pra tomar a bola. Durma-se com um barulho desses!
Depois disso era esperar a reação demonstrada pelo leão nas outras partidas que fez fora de casa, e olhem que parecia que iria haver repeteco. Aos 16 Carlinhos cobra outra falta da lateral mas não dá em nada. Dois minutos depois o time desce bem mas Dinei chuta fraco pro goleiro com nome estranho pegar. Mais um minuto Tartá faz outro cruzamento que quase Dinei pega, mas o zagueiro que estava afim de um Pirão bota pra escanteio. A desculpa do dia é o vento e, logo depois, é a vez de Elton, na grande área, chutar por cima da trave.
                                              Tomara que a derrota não contagie o time!

Foram cinco bons minutos do leão, quando forçou o Avaí a marcar em seu próprio campo. Os catarinense só voltaram num contra ataque, aos 22, quando chutaram da intermediária, e quase conseguiram o segundo, forçando Deola a mandar pra escanteio. A virada prometida não chegava. Pedro Ken estava muito marcado e não conseguia jogar em lado nenhum no campo. Gilson esteve num dia ruim e Tartá, que tinha feito boas jogadas na esquerda, acabou se perdendo pelo meio. Aos 25 quase PK chega, mas o goleiro se antecipa. Pouco depois Elton cruza uma bola nas mãos do goleiro. Tava russo, nem a contusão de Diogo Acosta foi pra valer voltando logo ao campo.
A melhor chance do primeiro tempo acabou vindo de um escanteio cobrado por Tartá quando Gabriel deu uma bela cabeçada pra defesa sensacional do homem da Maga Patalojika. Ainda teve outros lances como o único bom cruzamento de Gilson que Elton tentou cabecear da marca do pênalti, mas jogou pra fora.  O Vitória tinha mais controle de bola e iniciativa mas os malucos de Argel Fucks continuavam nos contra ataques. Gilson dá uma falta perigosa mas o cara bate por cima da trave. Cinco minutos depois Acosta chega outra vez, mas chuta sem direção. E, aos 45, Tartá perde uma bola besta e o atacante entra de cara pra Gabriel salvar a pátria.
                                           Voa alto leão, mas quanto maior a altura...

Tivemos que desligar a TV no intervalo para não ouvir mais o tal do Cintra dizer que o gol do Avaí foi “legal”. Deve ser torcedor do Bahia. Esse cara também disse que o gol de mão do América Mineiro contra o leão foi correto. Naquele dia só mudou de opinião depois da TV passar mil vezes o lance. Nossa preocupação passava dos limites. Só no jogo do turno com o Criciúma o leão havia ido pro intervalo perdendo e isso era um mau presságio.
As perguntas não queriam calar. Porque o Vitória tinha armado um esquema tão ofensivo? Porque insistir com o tal de Carlinhos que obriga a Pedro Ken a ficar por ali ajudando a lateral? Quem disse a Tartá que deveria largar a ponta ou a Michel que ele protege a zaga? Porque a diretoria não chega a um acordo com Uéliton, que é sabidamente o único homem que temos pra fazer essa função? As coisas só não ficaram pior porque o Bragantino abriu o placar contra o Atlético Paranaense.
Dinei estava irreconhecível, não ganhava uma bola. Dividia com Carlinhos pra ver qual era o pior em campo. O que eu faria era colocar Rodrigo Costa na zaga indo Gabriel para seu lugar e colocar Marquinhos no lugar de Dinei, mas o que Carpé Pardal fez foi colocar o segundo no lugar de um volante (Mancha) deixando ainda mais facilidades para o ataque do Avaí. Não deu em nada sua modificação. Marquinhos até que se esforçou, fez algumas jogadas, mas nem o próprio Elton estava em dia inspirado.
                                       Se continuar assim vai ter que doar sangue de novo!
 
Logo no primeiro minuto Carlinhos fez um cruzamento chocho, e, a seguir, a chochura ficou pro chute de Elton de fora da área.  Aos quatro minutos quase morremos de coração quando o atacante do Avaí entrou impedido de cara com Deola, mas o juiz assinalou, não sem as reclamações do tal do Cintra da Rede Bahia que torcia para os catarinenses ampliarem o marcador. Os loucos de Fucks continuaram atacando aproveitando os buracos no meio e na direita e decidiram a partida aos sete minutos quando o lateral Julinho passou como quis por Carlinhos e pelo solitário Michel (que só ficou olhando) e chutou. Bem que Gabriel conseguiu tirar de dentro mas o rebote sobrou para o próprio Julinho que cabeceou pra Deola aceitar uma bola defensável: dois a zero pra Maga Patalojika.
Carpé - Pardal ainda levou quatro minutos pra entender seu erro retirando Carlinhos e colocando Rodrigo Costa antes que tomássemos uma goleada.  Mas aí o time já estava um bagaço, ninguém jogava necas de pitibiribas. O Atlético empatava com o Braga levando a casa do meu vizinho a um verdadeiro pandemônio pelo horror de uma virada dos paranaenses que nos deixasse a apenas oito pontos do quinto lugar.
Lá na ilha Marquinhos chuta de longe sem direção. Mas a falta de direção principal estaca com Pardal que colocou o manjado Artur Maia em campo no lugar de Tartá. Tudo bem, até que ele foi pra cima dos adversários, incomodou, mas tudo com a falta de produtividade de sempre desse delegado que é uma eterna promessa.
                                                        Obina também inventa!

O time só conseguiu chegar ao gol aos 20 minutos quando a bola rodou pela área pedindo “me chute” e quem teve que fazer isso foi o lateral Gilson, mas o goleiro da Maga pegou. As substituições de Fucks reforçaram a marcação e a bola só chegava de caju em caju. Quatro minutos depois foi a vez do Avaí chegar mas a zaga tirou. Mais três para Pedro Ken bater por cima. O time continuava desfalcado na entrada da área onde não conseguia tomar a bola do adversário, e numa dessas enfiaram a bola prum atacante que sofreu pênalti de Deola.
Foi a única alegria do meu sábado, ver Pirão colocar a bola lá no continente. Mas o martírio continuou. Aos 31 Jesus perde da marca do pênalti, e, dois minutos depois outro atacante demorou pra chutar e por pouco não aumentava o marcador. O time de Pardal só voltou ao ataque aos 39 minutos, quando Dinei foi derrubado dentro da área pelo zagueiro e o juiz, pro desprazer do comentarista da Rede Bahia de plantão assinalou o pênalti.
Dessa vez, os próprios colegas do “comentarista” se insurgiram contra sua opinião mas ele continuou reclamando. Mas de nada adiantou o pênalti pois Elton bateu mal as pampas e nem foi conferir o rebote do goleiro. A última coisa que o time fez foi com Michel chutando por cima do gol aos 48 minutos.
                                                           Bush também inventava!
 
Não sei o que está acontecendo pois o Vitória voltou a jogar como fez o ano passado, um time meramente caseiro. Não ganhou uma partida fora nesse segundo turno. Será que só estão contando pra subir os jogos dentro de casa? A situação exige providências. Serão três partidas em casa nas quatro próximas rodadas. Temos de ganhar no mínimo nove pontos pra nos deixar na cara da Primeira Divisão. Mas a preocupação deve ser também os jogos fora de casa. Se não voltarmos a pontuar bem neles o Criciúma vai nos passar deixando o leão comno eterno vice. Outras medidas fora de campo devem ser tomadas. Ou recupera Nino e faz um acordo com Uéliton ou se contrata urgente um lateral e um bom volante para as partidas finais. Perguntar não ofende, será que fechou mesmo o valor do bicho pelo campeonato?


 

domingo, 23 de setembro de 2012

Olhos de serpente


                        

O que é que tem o filme de suspense dirigido por Brian de Palma com o Vitória? Nada e tudo ao mesmo tempo. É que a campanha do leão está longe de ser de suspense ou drama esse ano na Segundona. Vá lá, alguns jogos deixaram os torcedores de cabelo em pé, suando até o último minuto, mas que o rubro negro está dando um passeio isso está!
Mas se o gênero não é igual o filme tem muita coisa semelhante com a realidade esportiva. E olhem que já tem 14 anos que foi rodado por Hollywood onde tomaram parte os atores Nicholas Cage, Gary Sinise, John Heard, Carla Gujino e outros menos votados. O enredo gira em torno do assassinato de um político cometido em um estádio e assistido por uma grande multidão. Na oportunidade, o herói nada convencional (um policial cafona e corrupto) ajuda um velho amigo, que trabalhava como segurança, a resolver o crime.
                                              Poxa, Brian de Palma arranja é coisa!

O estádio é o de Atlantic City e não o Barradão, o público lá de 14 mil não deu nem pra melar pois o de ontem esteve perto dos 40 mil, e teve um assassinado também, foi o Goiás, numa vingança do rubro-negro que tinha tomado uma “virada” lá em Goiânia no jogo do turno. Não é igualzinho ao filme? É por isso que eu digo que muita coisa desses filmes de Hollywood é copiada da Bahia.
É claro que aqui não usamos os métodos de Nicholas Cage. Esse negócio de trancar o estádio, de considerar todo mundo ao mesmo tempo suspeito e testemunha, só lá pras bandas norte-americanas. E, se ele quase não conseguiu achar provas nas câmaras de TV espalhadas pelo estádio, aqui estamos muito mais organizados. Todo mundo viu o Goiás ser triturado e ficou tudo registrado no Sport TV.
                                                         Oh, não é Hamilton 50?

E não tem filme certo. O que aconteceu ontem no Barradão é muitas vezes melhor do que no filme de Brian de Palma sem precisar de suspense. É que esse usa um voyeurismo obsessivo, personagens ambíguos e paranoias, mas não precisou nada disso pra vencer o Goiás. O primeiro gol saiu logo no primeiro minuto quando Tartá cobrou um escanteio, e a bola passou por todo mundo sobrando, limpinha, pra Elton bater pro fundo resvalando antes num zagueiro do Goiás.
O tiro serviu pra desarvorar o verdão e só faltava dar mais uns pra assassinar de vez mas o rubro-negro não aproveitou os ataques e aí Renan Oliveira (lembram-se que nada fez quando passou pelo leão?) pegou uma bola veio puxando pro meio e bateu de forma indefensável pro nosso goleiro Deola. Foi mesmo uma ducha de agua fria. Será que o Vitória não sabe jogar com o estádio cheio? E o pior é que toda hora saía gol do São Caetano e Criciúma, e, ainda por cima, o Atlético Paranaense tinha vencido. As coisas não podiam ficar como estavam, tínhamos que achara o caminho do gol de qualquer forma pois os outros clubes estavam, nos nossos calcanhares.
                                             Que mulher fatal nada Palma é o leão fatal!

O leão atacava e tentava de todas as formas o gol de desempate. Michel chutou forte de longe, mas a bola foi pro cima do travessão. Willie e Pedro Ken entraram na área com a bola mas não conseguiram dominá-la. E o segundo nem acertou uma falta na entrada na área chutando na barreira. E ainda deram a maior brecha na defesa pra Walter que pegou de cara com Deola e quase “vira” de novo como fizeram em Goiânia. Tava ph... que é como se escrevia farmácia antigamente.
Demos tratos à bola no intervalo imaginando como melhorar o time. OP Goiás marcava todo em seu campo mas deixava por vezes quatro zagueiros contra três atacantes, mas essa vantagem de nada adiantaria se o leão não acertasse o último passe. Sentíamos a falta de William no ataque e de Uéliton na defesa, já que Fernando Bob errava passes. A estreia de Carlinhos na lateral-direita até que não era mal, mas faltava ousadia ao menino, então pensamos em botar Dinei colocando Gabriel por ali. Mas o que ia funcionar no segundo tempo mesmo foi o olho de Carpé que demorou menos que Nicholas Cage pra resolver a questão.
                                        Zé Dirceu e Palocci realmente não enxergam nada!

Carpé conversou muito com o time no intervalo que demorou em entrar. Mas, logo há um minuto, novas emoções quando Bob errou outro passe e o tal do Walter foi entrando, a defesa recuando, e o cara deu uma tamancada na trave. Ufa..! Depois disso o verdão se animou e tomou a iniciativa e nossa torcida vaiava o Bob. A coisa parecia ir de mal a pior até entrar em cena o olho de Carpegiani.
Primeiro ele tirou o Bob pra colocar Dinei recuando Pedro Ken para segundo volante. O jogo então equilibrou, passamos a ter dois atacantes na frente e as bolas começaram a chegar de novo no ataque. Mas não bastava, por isso Carpé retirou Willie colocando Marquinhos pra jogar na direita, já que Carlinhos estava cansado e, quando caía por ali, só fazia cruzar a bola. Ele, mais tarde, acabou bem substituído por Rodrigo Costa.
                                                                      Carpé enxerga!

Carpé fez o jogo mudar de figura, se lá em Atlantic City só Nicholas Cage viu certas coisas, o mesmo aconteceu no Barradão. O jogo pelos lados do campo atazanou o Goiás que não conseguia neutralizar os avanços de Gilson e de Marquinhos, um por cada lado levantando a bola para os dois atacantes. E olhem que Tartá vinha de trás driblando e causava um verdadeiro inferno na defesa adversária.
A bola começou a bater lá na frente, uma, duas, três vezes. Na primeira, antes de Marquinhos entrar, com a chegada de Willie, e, na segunda, com cruzamentos de Marquinhos, pra Dinei e pra Elton. Era questão de tempo e eu só olhava pro relógio. Até que Marquinhos correu pela direita e fez novo cruzamento pra Elton que estava esperando na pequena área e só fez cabecear pro fundo das redes desempatando a partida.
                              Até o Elevador Lacerda está contando os dias pro Vitória subir!

Os goianos ficaram seriamente abalados com o gol, e o jogo passou a ser só de ligação direta das defesas pros atacantes. E, numa dessas, enfiaram a bola pra Dinei que tabelou com Tartá, devolvendo caído pra este fazer um golaço: 3 X 1. Dinei ainda teve uma chance de cara com Iarley mas chutou em cima. Agora era segurar o placar. Entrou Rodrigo Costa, ficando o leão com três zagueiros, mas o verdão atacava, particularmente pela esquerda, onde estávamos praticamente sem lateral.
Olhem que foram umas quatro ou cinco estocadas que, se acertassem, conseguiriam empatar a partida. Nesse momento a defesa se saiu muito bem, particularmente Gabriel, mas o herói da vitória mais uma vez foi Deola, que defendeu bolas milagrosas. Teve uma que o atacante chutou e ele “bateu roupa”, mas teve coragem de tirar dos pés do atacante que vinha chegando. Nos últimos minutos ainda tirou o perigo de uma série de escanteios e bolas cruzadas pra área antes do juiz apitar.
                                                  Ele sabia que ia dar Vitória na cabeça!

Essa valeu! Mantivemos a diferença de cinco pontos pro Criciúma, estamos a onze pontos do quinto lugar, e ainda colocamos oito pontos na frente do Goiás. Nicholas Cage só cuidou de um assassinato mas Carpé é muito melhor pois,. Além de assassinar um monte de gente, ainda resolve os casos dos amigos.

domingo, 16 de setembro de 2012

Resident Evil 54


O vírus mortal V, desenvolvido pela Alexi Portela Corporation, continua dizimando o planeta da Segundona e transformando os clubes brasileiros numa legião de mortos-vivos comedores que não conseguem nem mais comer churrasco humano. Esse é o enredo da nova máquina de horror e ficção científica de Hollywood: a série Resident Evil que já está no número 5, dirigida por Paul Anderson e contendo em seu elenco a manjada Milla Javovich, mas também Michelle Rodriguez, Shawn Roberts e outros menos votados.
Desde o final da década passada a turma do cinema norte-americano botou tudo o que se pode pensar no cinema pra fazer dinheiro. Explorou os super heróis, atacou de vampiros, de calamidades, o escambau, e depois reproduziu esses joguinhos de vídeo game para conseguir atrair para a telinha os aficionados pelos jogos e efeitos especiais. E não é que dá certo? Tem gosto pra tudo!
                                      Oh, é a Milla falando do jogo ao invés de Carpegiani?


Mas o motivo da minha crônica é que agora a série passou dos limites copiando a campanha do Vitória pra botar na telinha. Todo mundo sabe que não há vírus mortais por aí a não ser o do leão. E, com exceção do cinema norte-americano que está matando embaixadores e militares do país com aquele filme ruinzinho contra Maomé, quem realmente está dizimando é o meu rubro-negro.
Os adversários que falem á vontade, mas não é verdade que os demais clubes da Segundona viraram mortos-vivos? Esta semana o leão disparou colocando sete pontos na frente, ninguém nos segura! Até o Criciúma, o único que parecia que ia fazer uma fezinha, entrou na dança tomando de quatro dentro de casa do América mineiro. Agora lá vem se assanhando o Goiás mas na semana que vem será devidamente fritado no Barradão.
                                                Quero ver os candidatos dar jeito nisso!


O Vitória é a única e última esperança da raça humana, e olhem que não estou falando de eleições, desses candidatos que prometem salvar as cidades e que não votar neles é o dilúvio. No filme é a Milla quem caça os responsáveis pelo vírus, mas isso é lá por Hollywood, na vida real quem caça os clubes pernas-de-pau é o leão da Barra. E nem precisa ir de Tóquio à Nova Yorque ou de Washington à Moscou, basta ir de Canabrava a Joinville e subir até Goianinha. E ainda tem mais, no filme a heroína tem o apoio de muitos aliados e amigos, enquanto na Segunda Divisão ninguém é amigo de ninguém e o pau come solto.
Esta semana foi um horror. Na terça feira passamos o maior sufoco pra detonar o Boa Esporte. A partida poria por terra qualquer jogo de vídeo game. Os diabos dos mineiros deram a maior canseira no leão. Abriram o placar logo no início, no maior vacilo de Gabriel (que podia ter botado a bola pra escanteio) e quase enfiavam mais uns três gols. Disse que ninguém ajuda o leão, minto, na verdade só o homem de lá de cima!
                                                  Tem gente que não está nem aí!

Os mineiros, como todo mundo que aparece por aqui, marcavam nossa dupla de atacantes e o Pedro Ken. Mas o nosso problema mesmo foi a falta do volante Uéliton.  Sem ele a zaga estava desprotegida não adiantando o Fernando Bob. Mas bastaram dez minutos pra ganhar o jogo. Quando olhei pro placar o leão tinha virado pra três a um pois quando entrou a primeira bola veio de cambulhão, sobrou até pra Pedro Ken fazer gol de falta.
Foi nesse dia, em que o Criciúma pegava a parada indigesta do Goiás, que o Vitória disparou botando sete pontos na frente. Será mesmo que foi “coincidência” que apareceu por aqui um juiz desgraçado? Rapaz, eu acho que a situação quase engrossou por causa desse cara. Ele não marcou dois pênaltis pro leão, um deles que o cara deu uma de basquete dentro da área, e, ainda por cima, deu um gol de presente para o Boa Esporte (o segundo) quando haviam dois atacantes tomando banho.
                              No segundo turno da Segundona a guerra está comendo solta!


Ontem foi outra pedreira, quando viajamos pra Campinas pra pegar o Guarany que estava num crescendo há várias rodadas. Mas o mundo hostil dos paulistas está prestes a ser destruído, só se salva esse ano o São Caetano (na Segundona) e o São Paulo (na Primeira Divisão), o resto é só caixa de pancada.
O campo de Campinas mas parecia o planeta Terra completamente destruído como mostram no início do filme e Milla diz, pra provocar, que “Esse é o meu mundo”. O time entrou debaixo do sol com os desfalques de Uéliton e Nino, e a volta de Willie no lugar de Tartá, enquanto Carpé ficava na cabine de ar condicionado. Mas não estou mais reclamando disso não porque o esquema é pé quente.
Começou a partida com vontade mas logo Milla perdeu a iniciativa pro verdão, que chegou de cabeça em escanteio aos cinco, pra Deola pegar. Eu estava na casa do meu vizinho Carlos Bride e resolvi não me preocupar, mesmo porque essa situação só durou cinco minutos, logo aos seis foi a vez do Léo chutar uma bola difícil pro goleiro rival que colocou pra escanteio. E mais um minuto Schwenck (lembram-se dele no Vitória) dá de mão fora da área e a bola sobra pra Pedro Ken que isola batendo por cima. Enquanto isso o Goiás já abria o placar contra o Atlético Paranaense e o Ceará enfiava dois no Joinville.

Aos 11 minutos Léo desce bem mas o zagueiro bota a bola lá em Hollywood. O time chega mais duas vezes na área, mas perde o último passe. O domínio do leão é significativo e o Guarany tem que optar pelo contra ataque. Mas os verdes voltam a equilibrar as ações e chegam forte aos 21, quando, graças ao nosso aliado extra terrestre, Schwenck perde de cara com Deola.
O Joinville diminui, começam a aparecer gols lá em Maceió, mas em Campinas necas de pitibiribas. O leão responde a estocada dos adversários e o jogo esquenta aos 22, quando Michel chuta, mas a bola bate no beque, e aos 25, quando Léo faz nova arrancada mas passa mal na entrada da área. Mas ficou nisso pois os paulistas não deixam nosso meio de campo armar as jogadas, e atacam aos 28(chutando a gol sem direção) e aos 31(com um chute forte do ponta que Deola coloca pra escanteio).
O rubro-negro só retoma a iniciativa mais á frente, quando outra subida de Léo é barrada à base da falta que Pedro Ken bota na trave. Droga, essa tinha que entrar! Nessa hora o leão faz o maior rush da paróquia, consegue três escanteios e outra falta, a bola bate e rebate mas acaba nas mãos do goleiro. Nos últimos cinco minutos William, Elton, Willie, perdem a última bola na área e a bola vai pra fora, Elton desce bem mas a bola vai de novo pela linha de fundo, e de William tabelar mas chutar fraco no gol.
                                                     E ele aparece em pessoa!


Lá na casa do meu vizinho no intervalo reinava a tranquilidade no meio a guerra do planeta. Tínhamos gordura e poderíamos cair dois pontinhos na tabela e a coisa quase melhora quando o Atlético Paranaense empatou, após estar perdendo de dois a zero pro Goiás. No início do segundo tempo as coisas pareciam do mesmo jeito. No entanto parece que o Guarany se retou. Chegou três vezes em quatro minutos. Foram três estocadas perigosas, na primeira nossa zaga botou pra escanteio, na segunda Deola fez uma defesa sensacional, e, na terceira, o zagueiro deles cabeceou pra fora. Parece que o time entra desconcentrado pra só pegar as manhas depois que passam alguns minutos.
O Vitória só chega aos cinco quando William pega bem um cruzamento, mas além de perder a chance está impedido. Três minutos depois, Elton, ao invés de chutar, cruza para o meio da grande área e perde boa oportunidade. Mas o jogo está lá e cá, e, aos onze, o atacante bate uma falta cruzada do lado direito e a bola, caprichosamente, não pega em ninguém e vai se chocar na nossa trave. Ufa! No próximo lance Léo sofre estiramento na coxa obrigando a Carpé colocar em campo o Rodrigo Costa e a Gabriel ir para a lateral direita.
Acho que as coisas até melhoraram para a defesa por caso do aliado que chegou pra ajudar Milla. O ataque, porém, ficou prejudicado sem as arrancada de Léo. Demorou uns dez minutos pra descobrirem o Gabriel adiantado e enfiarem uma bola com açúcar pra ele que na frente do goleiro Emerson se atrapalhou todo e chutou em cima. Era a bola do jogo mas o zagueiro não tem pinta de goleador.  Foi só até aí que Carpé aguentou a inoperância ofensiva tirando Willie pra colocar Marco Aurélio enquanto o Guarany muda dois tentando melhorar seu ataque.
                                                            Sai pra lá assombração!


A partir daí os paulistas chegaram duas vezes, aos 23(cabeceando por ci8ma um cruzamento) e aos 27(com outra cabeçada, agora de Junior Negão). Mas logo a seguir Fernando faz uma falta desclassificante no Marco Aurélio e é expulso. Ponto pra gente, é agora que as coisas vão ferver! Pelo menos era o que agente pensava, que com dez jogadores a coisa ia dar. O Guarany tirou um atacante pra colocar mais um zagueiro enquanto Carpé tirou o volante Bob pra colocar o goleador Dinei.
O que eu pensei que era um 4-2-4 acabei vendo que não era, pois Marco Aurélio começou a marcar lá atrás e vir com a bola dominada, virando então uma espécie de 4-3-3. O leão passou lentamente a ter o controle da bola, chegou aos 33, com Dinei batendo mal pra fora. Mas os verdes buscavam os contra ataques, como o cruzamento perigoso que fizeram aos 37. Os últimos minutos do filme-jogo foram emocionantes.
                                                  Continue ajudando o leão meu chapa! 


O leão chegou aos 39(numa roubada de bola), aos 40(quando Elton girou por cima da meta), e aos 42, quando Elton (mais uma vez) rouba a bola de um zagueiro na área e tenta, egoisticamente, chutar sem ângulo não vendo Willie que chega sozinho na área, e o goleiro Emerson pega.  Foi a segunda grande bola do jogo perdida. O time ainda chegaria com Willie e com Dinei mas o preparo físico já tinha ido pro beleléu, e teve que aguentar umas descidas dos paulistas nos últimos instantes.
E foi só, não deu nem pra chorar o resultado. Foi tão curto como mas gravações do filme. Chegamos aos 54 pontos. O Goiás está mais perto mas, com a derrota dos paranaenses, o leão continua a onze pontos do quinto colocado.  Todos os caminhos apontam pro Barradão, onde, no próximo sábado, o rubro-negro recebe o Goiás, no tão esperado confronto entre Alice (Milla Jovovich) e Jill (Siena Guillory). Sai de baixo que é final antecipada e o planeta vem abaixo!

domingo, 9 de setembro de 2012

Os vampiros da Segundona


  
Descobri este fim de semana porque a série Crepúsculo faz tanto sucesso na Bahia. É porque é inspirada na atuação do Vitória que vive ressuscitando os defuntos do Brasileirão. É por isso que não vejo tanto talento na escritora Stephanie Meyer, pois ela só faz adaptar o comportamento de chupa-sangue do leão baiano.

Já não sei nem mais em que programa está a série. Agora estão enchendo os cinemas com Amanhecer - parte I com o casal Edward (Robert Pattinson) e Bella (Kristen Stewart). Mas pelo menos sei que estamos na 23ª rodada da Segundona e o meu time tropeçou em mais um do Z-4. Não bastava se enrolar todo pra ganhar do Barueri duas vezes pelo escore mínimo, perder em casa para o morto-vivo Bragantino e agora empara com o zumbi Ipatinga. É demais!



No caso do filme os diretores fizeram o que puderam pra melhorar o roteiro da escritora embora continue com clichês e breguices. Desta vez até o Brasil apareceu no roteiro com os protagonistas passando a lua de mel no Rio de Janeiro. A diferença da Segundona é que, ao invés de vampiros e mocinhos, só tem os primeiros. E o pior é que eles só jogam pra valer quando o sol da tabela está sumindo. Essa mania de vampiros está tão séria que agora Hollywood está atacando até de Abraham Lincoln!

Bem, mas vamos falar dos vampiros brasileiros. Esse ano a turma de vampiros se mudou pra São Paulo. Lá você acha tudo quanto é cão danado, tanto na Segunda quanto na Primeira Divisão uns vão cair pra Terceirona e outros pra Segundona. Bem feito, quem mandou botarem a lua-de-mel dos vampiros só no Sul maravilha? Agora aguentem!

Aqui na Bahia o leão é o rei dos chupa-sangues, comprovado por 25 anos de Barradão. Quem não se lembra de quando perdeu o campeonato pro Colo Colo e o Bahia de Feira de virada? Ou quando apanhou de cinco do “poderoso” Juventude? E que dizer da eliminação da Copa do Brasil pelo ABC, Baraúnas e Botafogo da Paraíba? E o desastre do ano passado quando jogou pela janela o ascenso ao perder em três minutos pro São Caetano?
                                 Não adianta fazer essa cara, a Segundona é assim mesmo!
                      

Na terça o rubro negro colocou 32 mil torcedores pra sofrer contra o Criciúma. Mal chegávamos ao estádio depois de enfrentar a estrada da Transilvânia e já estávamos perdendo. Depois o time continuou tirando sangue dos torcedores, mas pelo menos empatou com um grande elenco. É por isso que o resultado de sábado lá no interior de Minas não devia ser nenhuma novidade. O juiz era da turma dos miseravãos de sempre. Fez um esforço danado pra empenar a partida e não coibiu o jogo violento. Mas não foi o responsável pelo resultado.  

Imaginem que o leão jogava com o 18º colocado, que está a dois pontos do lanterna-vampiro do certame e só consegue uns pontinhos de caju em caju, e entrava praticamente completo só faltando Victor Ramos na zaga. Pra terminar Tartá recuperava a posição de Willie o que fazia antevermos um time ainda mais ofensivo. Mas quem iniciou na frente foi a turma do Vale do Aço. Foi logo cruzando bolas para a área, o que, como todo mundo sabe, deixa a torcida rubro-negra nervosa, pois decididamente essas coisas não são a nossa praia. Aos quatro minutos entraram de cara e se Deola não sai bem era saco sem piedade e, três minutos depois, chegaram outra vez, mas o demônio fez falta em Nino. 


                               Olhem o campo do Ipatinga!


O engraçado é que meu sobrinho Diogo não estava nem aí dizendo que tudo isso era “normal”, e que era um problema do campo. Nesse ponto concordávamos. É que lá em Ipatinga não tem gramado, mas pasto. O campo é tão ruim que dois vampiros adversários se contundiram só de pisar em buracos! Quanto ao resto sem chance. É que ele acha, como todo torcedor novato do leão, que vamos ganhar de tudo e de todos só por que estamos na frente da tabela.

O rubro-negro só chegou à frente aos dez minutos quando a zaga botou pra escanteio. Aí passou a viver seus melhores momentos na partida. Os mineiros do Crepúsculo começaram a dar soladas e o juiz nada e só iam aos contra ataques como o que fizeram aos 13 minutos chutando forte de longe pra nosso goleirão amortecer antes de segurar. Chegamos aos 14 (com uma descida de Nino cruzando no segundo pau para Tartá chutar em cima do goleiro) e, aos 17, já fazíamos um rush na área, embora sem conseguir chutar pra gol. Aos 19 foi a vez de Elton promover um acabadinho na defesa e cruzar pra William que chutou para as redes... pelo lado de fora!

Logo a seguir veio o primeiro gol do América mineiro lá em Criciúma onde os vampiros, infelizmente, não atacam. Comemoramos bastante embora torcêssemos pra que o time da casa não desse as suas viradas de hábito. Mas o Vitória tinha que acertar o pé em Minas pra disparar na liderança, coisa que não conseguiu fazer na terça feira. 

                                  Tem tudo quanto é zumbi!


Aos 27 minutos outro rush do leão no ataque, mas não dá em nada. A defesa mostrava que estava bem se antecipando às iniciativas do Ipatinga. E aos 36 parecia que nossas rezas davam resultado pois Tartá fez grande arrancada e deu uma bola com agua e açúcar pra Elton e este colocou no canto, mas a bola bateu na trave. Que droga!

Mas quase fica pior pois os zumbis mineiros reagiram e, dois minutos depois, perderam um gol feito numa falha absurda de Gabriel que resolveu cabecear uma bola pra em atacante que bateu por cima do gol. Na cobrança do tiro de meta o América mineiro fez dois a zero nos catarinenses. A nossa diferença pro segundo lugar aumentava mas nada do leão disparar. Nos últimos minutos ainda deu pra William chutar por cima quando Elton estava solto na pequena área, e o zagueiro tirar uma bola não controlada por este último na grande área.

Pensamos lá em casa em tudo quanto foi hipótese de melhorar o ataque e furar a turma do cemitério com os reservas chochos que haviam no banco. O melhor a fazer era tirar o Michel, que não vem bem, recuar Pedro Ken pro seu lugar, fazendo entrar o garoto Willie. Mas Carpé decidiu esperar começando o segundo tempo com o mesmo time. O Ipatinga entrou na mesma toada, indo pra cima com toda vampirolândia, e não é que melhorou? O rubro-negro não conseguia entrar na grande área adversária e os caras chegavam perigosamente, como fizeram logo aos quatro minutos.  


O Vitória perde o meio de campo e joga quase que nos contra ataques. Aos treze minutos um cara, disputando uma bola com o lateral Gilson, se joga dentro da área e botamos a mão na cabeça. Mas, mesmo com o patriotismo do pessoal do Sport TV,(louco pro Goiás subir pra compensar a provável queda do Atlético Goianiense) a o juiz não foi na onda.

E o castigo anda a cavalo, pois aos 16, o mesmo Gilson faz um lançamento sensacional e Pedro Ken chuta de prima no cantinho pra fazer 1 X 0. Comemoramos a valer, e ainda mais quando logo a seguir o América fez o terceiro lá em Santa Catarina. Foi uma graça a atitude do goleiro Michel pegando uma bola e, preocupado em pô-la rapidamente em jogo, acabou por manda-la pro fundo das redes num frango inusitado.

Parecia a vingança de terça-feira, o leão iria botar seis pontos na frente. Sai pra lá vampiro miserável! Mas qual nada, o próximo capítulo ocorreria quatro minutos depois. É que agora o time deu pra se desconcentrar quando faz um gol, por mais incrível que isso possa parecer. Já na saída de bola o pessoal estava dormindo. E o pior aconteceu quando saiu mais um dos milhares de cruzamentos pra área do leão, Deola rebateu, e a bola sobrou a uns dez metros da área pra Wellington Bruno conseguir encaixar uma bola que nunca mais vai acertar na vida. Nosso goleirão ainda tocou na bola mas não tinha jeito: um a um. 

               É por isso que os atacantes não estão acertando o gol!


Sabe aquela entrada que propúnhamos no intervalo? Já estava sendo providenciada e foi acelerada com o gol dos mineiros: Willie no lugar de Michel. Poucos minutos depois foi a vez de Nino dar lugar a Léo e Eduardo Ramos no lugar de Tartá. Mas nenhuma substituição adiantou muito, embora fizessem o time recuperar a iniciativa. O Ipatinga também mudava substituindo a sua dupla de atacantes.

Por um tempo o jogo ficou pau a pau e podia dar qualquer coisa. Nos últimos dez minutos é que o time aumentou o controle da bola, mas nada de especial. Elton deu uma boa cabeçada aos 34 mas o goleiro pegou, o mesmo ocorrendo com Willie quatro minutos depois. Mas os mineiros colocaram mais um volante e tudo voltou a ficar morno embora fossem perigosos até o fim, chegando duas vezes em cruzamentos que Deola ou a zaga salvou. A frustração com o resultado ficou evidente na atitude de Elton que quase foi expulso no final por reclamar com o juiz da falta de marcação das entradas faltosas dos adversários. 

                         Nossa que horror jogar em Ipatinga!


Bem, pelo menos, apesar dos vampiros, chegamos aos cinquenta pontos. No ano passado era uma marca cabalística, e só chegamos nela bem perto do final. Agora, conseguimos quando ainda faltam 15 rodadas, e, se ganharmos a miséria de um ponto por rodada subiremos pra primeira Divisão.

Esse segundo turno está ensinando muita coisa. Todo mundo ficou esperto, e o leão, caiu sua média de 2,3 pontos pra 1,5 por partida. É o terceiro empate seguido e só arranjamos seis pontos em quatro jogos. Basta ligar na resenha esportiva que a gente fica sabendo dos reforços das equipes. Acho que está na hora de arranjar outro diferencial pra dar a arrancada final do leão. Parece-me que a diretoria precisa dizer logo aos jogadores quanto vai pagar de “bicho” pra subir e ser campeão. 

                   Olhem como eu vou pro Barradão na terça feira!


Não seria nada mal contratar mais um zagueiro (pois não temos reserva pra Victor Ramos e Gabriel não está lá essas coisas), um segundo volante (Michel não vem bem e Fernando Bob ainda não mostrou a que veio) e um meia de categoria (atualmente temos cinco, Tartá, Leilson, Willie, Artur Maia e Eduardo Ramos, mas troco todos por um que seja craque).

A outra medida é sobrenatural e sou eu mesmo quem vai tomar. Esses dias vou comprar cruzes, estacas, folhas de louro, e tudo o que for necessário pra espantar os vampiros pra que abandonem a Segundona. O Boa Esporte é outro que chega nesta semana e não é possível que arranje alguma coisa em cima do leão!

domingo, 2 de setembro de 2012

Os intocáveis


       
Gente, vocês tem que assistir ao filme Os intocáveis. Tem gente que só gosta do que é feito em Hollywood mas acaba perdendo bons filmes de países como a França. Este é de Eric Toledano e Olivier Nakache, e tem no elenco o ótimo ator François Cluzet e a revelação Omar Sy. Apesar de ser anunciado como comédia o filme é muito profundo.
Trata da história de dois mundos. De um lado está o mundo de Phillippe, um rico aristocrata branco, que fica paralítico após um acidente de paraquedas. E, do outro lado, está o de Driss (negro africano nascido na Nigéria), recém-saído da prisão por roubo, para ser seu acompanhante.
Os diretores dizem que a história é verdadeira e que os dois continuam amigos até hoje. Entre uma risada e outra dos assistentes o filme desfila um método nada usual para um cuidador. Aliás, tomara que Dona Laura (que cuida de meu pai) não o veja jamais. É que Driss se candidata para uma vaga de um emprego sem ter habilitações pra tal. É descuidado, desleixado, assedia sexualmente suas colegas, fuma maconha no trabalho, o escambáu.
                                                           Que é isso Renan?

A começar pela contratação, que só saiu por Driss não sentir piedade do seu empregador que já estava cansado da pena das pessoas. Desta maneira o francês-africano não tem saída a não ser aceitar a função, já que foi despejado de casa pela mãe que nem sabe que ele ficou preso. A partir daí desfilam situações antagônicas, a da relação entre patrão e empregado, rico e pobre, nacional e imigrante, branco e negro, portador ou não de deficiente, e , principalmente, entre proletário e burguês.
O filme surpreende especialmente por propor a todos esses estados antagônicos uma conciliação que está longe de existir na vida real. Logo a França cuja sociedade moderna é fruto da revolução mais radical contra a aristocracia que custou a vida de pelo menos de mil nobres e a cabeça de Luís XVI! Que foi o território onde se desenrolaram os acontecimentos da Comuna de Paris de 1871! Deu pra ver um pouco disso quando estive com Cybele em Paris e presenciei que os trabalhadores de lá não dão mole para os patrões.
                                   Oh Eliana já vai embora?

O empregado sintoniza o patrão de novo com a vida, mas não aquela que os franceses viviam antigamente, mas a da crise civilizatória atual onde prolifera a violência, as drogas, e a resolução digamos pouco usual, dos problemas. Mas, embora a narrativa seja bem diferente, o final é hollywoodiano, terminando tudo bem para todos e onde o patrão fica com uma namorada.
O engraçado da história não foi o filme mas a semelhança entre ele e a situação intocável do Vitória na tabela do Brasileirão. Mesmo que não tenha sido um desastre de paraquedas que torou o leão da elite de clubes que possuem títulos nacionais a chegada do Driss esse ano parece que vai mudar tudo isso fazendo com que saiamos dessa paralisia.
O campeonato da Segundona de 2012 também vai mudar a vida do rubro negro, e olhem que apesar de também ter nome estrangeiro o nosso Driss não é africano mas italiano: Carpegiani. Eu, como todo mundo, falei contra esses costumes tão estranhos como os do filme. Afinal Carpe não senta no banco como os outros técnicos preferindo ficar lá nas cabines de ar condicionado dos estádios. Fiquei em dúvidas também se ele ia se adaptar á Segundona, pois nunca dirigiu nenhum time dela, e se esse negócio de botar dois auxiliares no banco pra dar as ordens aos jogadores ia dar certo. Mas não é que tudo até agora tem corrido á mil maravilhas?
                                                                Pô, não são esses!

O meu time cumpriu uma via crucis no certame mas foi subindo progressivamente, entrou no G-4 e chegou à liderança há duas semanas e não tem largado o osso esperando o Criciúma tropeçar o que aconteceu esta semana com a vitória do Guará. Todo mundo sabia que os catarinenses não tem reservas á altura para um campeonato tão longo. O que resta saber é se o Vitória vai manter a pegada.
Ontem foi titirrany em Natal. Depois de sofremos um mau pedaço pra vencer o Barueri no Barradão viajamos esperando que os times jogassem mais abertos dentro de casa. Qual nada, a situação do segundo turno só fez agravar as coisa. Todo mundo quer tirar um pedaço do líder e não é que o América de Natal, em pleno alçapão de Goianinha, jogou com três volantes e nos contra ataques? Assim como em boa parte do filme ninguém dava mole pro Driss ontem não deixavam andar os principais jogadores do rubro negro como Pedro Ken, William e Elton.
                                Ave Maria Sarokozy e Merkel! 

Na terça feira já o Barueri marcou homem a homem nossa dupla de atacantes, de sorte que eles não conseguiram fazer jus a sua fama de brocadores. O jogo começou lá e cá, Willie chegou à área do América e esses também, mas foi peteleco de ambos os lados. Diferentemente do filme, onde o herói só podia mexer o rosto, o leão tomou as rédeas do jogo aproveitando o recuo do Mecão. A primeira chance de ouro veio aos sete minutos quando a bola sobrou na grande área para Pedro Ken que chutou mas a bola bateu num zagueiro e sobrou de cara, com o goleiro Dida vencido, e Elton demorou pra chutar e perdeu o gol.
O rubro negro era dono das ações mas quando o América ia era sempre perigoso. Aos 16 minutos um cara bateu uma falta cruzado pra Deola defender e Victor Ramos rebater, mas outro cara pegou o rebote e chutou fora por cima. Três minutos depois um bom lançamento de Uéliton pegou Willie bem colocado mas ele não conseguiu dominar a bola na área.
                                                                 Pô, assim não dá!       

Mais uns minutos foi a vez de Michel chutar bem de longe pra bola bater num defensor. Mas, foi quando o Vitória estava melhor, que o Mecão abriu o placar. Foi num contra ataque rápido, e lançaram Curió que tabelou sem querer com um atacante e chutou na entrada da área pra vencer Deola se aproveitando do escorregão do lateral Gilson: um a zero pros inimigos.
Trememos nas bases, e o pior que o Criciúma havia ganhou o Braga (com uma bola que não entrou!) no dia anterior, mas confiamos numa reação. Será que o América iria ter preparo físico pra segurar o tempo todo este estilo de jogo? Afinal, no filme, o protagonista parece que vai morrer umas três vezes e se salva! Logo aos 26 minutos seu lateral direito sai contundido tendo que entrar o reserva. Dois minutos depois o cruzamento de Pedro Ken de uma falta de Willie não resulta em nada. E aos 30 quase sai o segundo, num cruzamento nas costas de Léo que Gilson tirou de cabeça pela linha de fundo.
        Olhem eu, Cybele e nosso sobrinho Joaquim comemorando!

Não dava pra continuar este estado de coisas até o meio do filme, e Carpé fez alterações de posicionamento importantes, uma delas colocando Pedro Ken pra jogar na borda direita do campo a partir da defesa. Só assim deixaram de perseguir o maestro do Vitória. Com os atacantes bem marcados só sobrou alternativa a quem vinha de trás. Foi assim que, aos 35, num escanteio, pulou todo mundo e Victor Ramos (ele mais uma vez) deu de cabeça prensado com o beque e abola cobriu o goleiro. Era o empate.  Aí voltou a dar Vitória de novo até o intervalo. Quatro minutos depois William deu um chute sensacional de longe e o goleiro Duda fez uma defesa portentosa colocando pra escanteio. E, ainda antes de terminar o primeiro tempo, Elton foi travado na hora em que ia chutar.
Eu e meu vizinho Carlos Bride demos tratos á bola sobre como o time viria pro segundo tempo. Não seria melhor colocar Tartá no lugar de Elton? Afinal, este não estava bem talvez devido ao excesso de marcação, e havia trocado de lugar com William na área mas as coisas não estavam dando certo.
                                    Olhem a Amy deixando coisas intocáveis em Salvador!

Mas Carpé continuou confiando no time que entrou com mais volume de jogo. Aos dois minutos foi a vez de Léo tentar matar a bola na área mas não acertou e o beque mandou pra escanteio. Aos quatro quem chegou foi o América batendo de fora da área pra Deola pegar. E aos oito minutos, quando o leão desceu mais compacto, William deu um passe sensacional pra Willie bater de primeira, era o nosso segundo gol. Foi a virada no filme e na vida real.
O Mecão chegou duas vezes no minuto seguinte, batendo de fora da área e cabeceando num cruzamento da direita. E, não demorou muito pra juiz e zaga dar a maior entregada. O bandeirinha não marcou a saída da bola pela lateral e o jogador natalense conseguiu o escanteio. E foi na batida deste que a zaga dormiu, Deola saiu mal, e o zagueiro cabeceou pro fundo das redes. Tudo igual em Goianinha, aliás como no jogo do turno no Barradão.
Sabem como é né, se fosse antigamente agente estaria feliz, mas agora o Vitória era o líder e temos que ganhar todas. Ainda faltava mais de meia hora pra terminar o jogo e tentamos o tempo todo a vitória, mas o pior é que o Mecão sabia disso e o técnico Roberto Fernandes mandou caprichar nos contra ataques.
                                                Gente, Hilton 50 é agora 50.150!

O leão chegou aos 15 (Elton chutou mascado) e aos 16(Victor Ramos chutou por cima). Depois vieram as substituições: o centro avante Max entrou no lugar de Isac passando a dar um trabalhão, e Tartá entrou no lugar de Léo mostrando a ousadia do carpe. Mas as arrancadas do carioca foram poucas e ainda abriu espaço na lateral onde o América penetrava.
O leão tinha posse quase absoluta da bola mas falhava no último passe por estar congestionado o espaço da intermediária pro gol do Mecão. O tempo ia passando e agente pedia a entrada de Marquinhos no lugar do Elton mas não veio. Os natalenses colocam Soares pra reforçar o ataque e o Vitória o volante Fernando Bob deslocando Gabriel pra lateral direita onde estava o buraco.
Faltando quinze minutos pra acabar o América começou a baixar o pau assim como se resolviam as coisas no filme, e o juiz caseiro fez vistas grossas pra todas. Teve uma falta desclassificante de Max em Uéliton, seguida por um empurrão em Victor Ramos, e o cara nem aí! Logo a seguir Tartá foi parado na marra. O time então corrigiu a defesa saindo Uéliton pra entrada de Rodrigo. Aos 38 o Mecão fez seu último ataque batendo forte uma falta por cima do gol. Depois disso só deu Vitória até o final.
                                                        O leão continua intocável!

Foi uma pena não sair o gol. Acho que atacamos umas seiscentas vezes naqueles poucos minutos. Aos 40 Gabriel pegou na entrada da área e chutou forte mas o goleiro Dida defendeu. Aos 43 o juiz não deu a vantagem quando Tartá estava entrando de cara parando o jogo pra dar falta. Êta cara sacana! Um minuto depois Elton não consegue parar uma bola num cruzamento e o leão perde nova chance e no lance seguinte Rodrigo perde o gol de cabeça dentro da área.
Finalmente, aos 46, Pedro Ken bate uma falta na entrada da área e Dida pega de ponta de dedo e a bola ainda bate na trave antes de ir pela linha de fundo. Não dava tempo pra mais nada pois o juiz terminou o jogo, apressadamente, quando o leão cobrava curto o escanteio. Não sei por que o Criciúma não é prejudicado pela arbitragem. Assim é f... sem PH das farmácias antigas.
                                                            Que é isso Reniê?
 
Mas não há de ser nada, Driss continua bem vivinho em sua amizade com o patrão, e continuamos com três pontos na frente dos catarinenses e a onze do São Caetano, que está em quinto lugar. E na terça feira acertamos a vida do Criciúma em casa. Como tem sido há quase dois meses todo mundo vem jogar atrás dentro do Barradão. Botam dez da intermediária pra trás e tentam fazer alguma coisa nos contra ataques deixando para o leão toda a iniciativa. Sabem como é né quem sai pro jogo acaba deixando espaço pros contra ataques. Mas não há de ser nada, é um jogo de seis pontos e temos que faturar de qualquer maneira pra pensar em ser campeões. Vamos lá nego.