domingo, 25 de novembro de 2012

A tal da felicidade

                                          Já subiu gente!

Gente, ontem no Barradão a felicidade bateu a minha porta. Sofri há dois anos desde aquele jogo desgraçado contra o Atlético Goianiense que nos derrubou para o fim do mundo da Segundona. Ninguém merece o sofrimento que passei junto de toda aquela galera fiel ao leão que levou dois anos sem ter qualquer alegria. Passamos sete meses do ano passado lutando desbragadamente e acabamos morrendo na praia em Arapiraca perdendo o acesso para os pernambucanos por apenas um pontinho.
Esse ano foi dividido em duas partes. Na primeira perdemos o campeonato, a Copa do Brasil, mas em compensação matamos a pau no primeiro turno disparando em primeiro lugar e colocando cinco pontos à frente do Criciúma, que ficou em segundo lugar. Aí começou a miserável discussão sobre o “bicho” dos jogadores pela subida e o título que levou o leão para um verdadeiro inferno austral.
                                                                   Até Gisele riu!

De líder fomos descendo a ladeira e foram subindo o Goiás, o Atlético Paranaense e até o São Caetano ficou mordendo os nossos calcanhares. Uma verdadeira desgraceira no caminho da feira e todo fim de semana que jogávamos fora de casa era um sofrimento. Passamos a virar saco de pancada. De título não mais se falava, mas pelo menos tínhamos de levar uma vaguinha do acesso. E foi isso que ocorreu no sábado.
Tive que pegar o dicionário pra tentar entender o que eu sentimos na Primeira Divisão. Lá diz que felicidade “é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformadas em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria ou júbilo”. Mas foi pior a emenda que o soneto! Que negócio é esse da felicidade ter que ser durável? Do jeito que o leão está qualquer pitada já serve! Depois que li a definição da tal da felicidade passei a ser mais ignorante. Nada posso dizer em relação á plenitude, equilíbrio físico e psíquico e outros bichos, mas confesso que não sei mais se estou sentindo contentamento, alegria ou júbilo!
                                                    Voce não perde por esperar o leão!

E se agente for buscar na filosofia, religião ou psicologia as coisas só fazem complicar. Dizem que o ser humano sempre buscou a felicidade, embora os antigos gregos a chamassem por um palavrão, eudaimonia. Zoroastro dividia tudo entre o bem e o mal e livrou a cara da felicidade que vinha no primeiro, mas Confúcio estava mais preocupado em como atingi-la e aí inventou a disciplina das relações sociais. Imaginem que para o Dalai Lama ser ou não ser feliz é uma questão mental.
O que eu não concordo mesmo é com Aristóteles e Epicuro pois diziam que a felicidade está no equilíbrio. Eles estão por fora pois quando o Ceará empatou o jogo ficamos numa infelicidade desgraçada até o fim da partida. Só foi depois que o J. Cristo apareceu com essa de amor, que seria o elemento fundamental para atingir a tal da felicidade. Eu não tenho nada contra, pois já está provado que o amor ao leão, se leva anos de sofrimento, também trás dias como o de ontem de pura felicidade.
                                                 Arre, acabou a lama da Segundona!

Tou mais com Maomé e Tolstoi, para os quais a felicidade seria obtida pela caridade, por fazer o bem e ter esperança de uma vida após a morte, afinal não foi isso que a torcida rubro negra fez, doando sangue ao HEMOBA e acreditando que sobreviveríamos mesmo ao inferno da Segundona por dois anos? Mas confesso que vacilo com outras definições. Não foi Rousseau que disse que agente já nasce feliz e que é a sociedade que nos desencaminha? Afinal, o torcedor do leão é feliz só por amar o seu clube desde nascença. E olhem que nem tem de se educar como prega o filósofo.
Augusto Comte diz que podemos alcançar a felicidade neste mundo, basta dominarmos a ciência e a razão, no entanto Marx joga a coisa pras calendas gregas, quando alcançarmos a sociedade perfeita, a tal comunista. Será que chegaremos um dia á igualdade entre os clubes brasileiros e acabaremos com tanta usura de empresários, jogadores e dirigentes da FIFA e da CBF? A felicidade é tão importante que inventaram até uma teoria, o utilitarismo, que prega que ela é quem move os seres humanos, e os governos não teriam outro papel do que maximizá-la para todos. Freud vai na mesma direção só lhe deu outro nome, o princípio do prazer!
                                                   Valeu Carpé, voce foi injustiçado!

Por aí vocês já viram que procurar o que estou sentindo na filosofia, religião e psicologia não me leva a lugar nenhum. Voltei-me então para as artes e a música para ver se tinha mais sorte. Mas enguicei logo de saída com Shakespeare, pois ele diz (pasmem!) que é melhor viver sem felicidade do que sem amor! E que dizer do Millôr Fernandes que só pensa em grana e afirma que se o dinheiro não traz felicidade paga tudo o que ela gasta! Prefiro Goethe entre os literatos pois, para ele, “cada dia é uma vida inteira na plenitude da felicidade”. Pode falar quem quiser mas o dia de ontem valeu uma vida pros quarenta mil rubro negros que estavam no Barradão.
Na musica as definições são mais amenas. O Tim Maia é um infeliz pois fica afirmando que “hei de te encontrar mesmo se eu tiver de procurar”. Ora, bastava torcer pro leão que ele já teria achado a felicidade pelo menos nas cinco vezes que subimos para a Primeira Divisão. A banda Skank é uma perdidona que só fica perguntando o que é a felicidade. A Zélia Duncan é uma depressiva pois não entende porque está feliz, nem o motivo pra ter tanta felicidade. Chega a afirmar que perdeu o senso da realidade. Deve ser torcedora dos nossos adversários que ficam todo ano dependendo das últimas rodadas pra ficar ou não na Primeira!
                                                              Dá-lhe Durval Lélis!

Ontem foi um sufoco. Tive que almoçar ás onze e meia por causa desse horário desgraçado da Rede Globo de Televisão. Nem deu nem tempo pra papar a sobremesa. Quando chegamos ás quinze pra uma já haviam milhares de pessoas nas imediações do Barradão. O jogo começou a todo vapor e enfiaram a bola pra Willie que driblou o goleiro e foi derrubado. A torcida comemorou fartamente pois pensava que o juiz havia assinalado o pênalti, mas a porcaria do Sandro Meira Ricci não estava nem aí.
Mas o pessoal nem ligou pois o leão era o dono das ações e, até os vinte minutos perdeu três chances claras de gol, e ainda teve a batida de fora da área de Dinei que o goleiro Dionatan espalmou pra escanteio. Aos quatorze William passou a bola com açúcar pro mesmo Dinei que chutou mal nas redes pelo lado de fora. E, dois minutos depois, foi a vez de Mansur cruzar pra William que, frente a frente com o goleiro, chutou pra fora.
                                                           É cara, foi na porrada!

Comecei então a me preocupar pensando naquele velho ditado do futebol, o “quem não faz toma”. E olhem que o Ceará começou a gostar do jogo. Ah desgraçados, imagina um time desses que não tem mais nada a fazer no campeonato! Deve ter rolado mala branca do São Caetano e dos paranaenses!  Magno caía pela esquerda aproveitando as subidas de Nino, eles investiam pela direita com Apodi e com Mota centralizado no ataque e se defendiam com nove jogadores, mas praticamente não chutaram a gol no primeiro tempo.
Passaram mais uns vinte minutos nesse rami rame com a torcida cada vez mais preocupada, até que Willie enfiou a bola pra William e este entrou de cara com o goleiro chutando por baixo de suas pernas pra fazer um a zero. Foi um delírio no estádio, quase caio em cima do pessoal das cadeiras da frente. Um tal de abraça abraça que mais parecia missa. Logo depois terminou o primeiro tempo. Tudo parecia correr bem. O Vitória e o Atlético Paranaense venciam, o Criciúma perdia e não saíam do zero Guarany e São Caetano. Quer dizer, as coisas tinham que sair muito mal pra gente perder o acesso.
                                              Deixo agora o desespêro para o Palmeiras!

O segundo tempo porém começou com o leão mudando a filosofia de jogo, administrando, até parecendo que tinha gosto no resultado apertado. Só houve uma jogada perigosa numa falta cobrada por Pedro Ken no ângulo mas espalmada pelo goleiro pra escanteio. Pouco depois foi a vez de o Ceará chegar bem, pela primeira vez, num escanteio em que Mansur salvou a cabeçada.
Acho que PC Gusmão mandou os laterais não se arriscarem pois tanto Mansur como Nino passaram a não subir mais, e, quando iam, não acertaram mais os cruzamentos. O São Caetano fazia um gol lá em Campinas colocando nossa orelha em pé, mas logo depois o juiz expulsou o zagueiro Jailton do Ceará por falta desclassificante. Agora parecia que tínhamos tudo nas mãos e isso ficou claro quando os caras tiraram Magno pra recompor a zaga. O leão, assim, bastava dar mais velocidade ao ataque, ás custas de tirar Dinei, pra fazer logo o segundo gol e terminar o sofrimento.
                                                         Não esses aí eu dispenso!

Mas qual! O técnico deixou Dinei e ainda aproveitou pra ficar rolando a bola organizando raríssimas jogadas ofensivas. O Guarani acabou empatando ocasionando outra festa no estádio. A única chance real do leão foi aos 28 minutos quando Willie chutou de fora da área e a bola pegou na trave. O resto foi de enrolation. Até aí tudo ia bem quando começarem a acontecer as coisas ruins que só rolam com o Vitória.
Primeiro foi o São Caetano desempatar acendendo de novo a luz amarela no Barradão, e segundo, a defesa do leão começar a claudicar. As bolas levantadas para a área rubro negra sempre foram sofrimento neste campeonato levando nossa defesa á polvorosa, ao bate cabeça, ao escambau. E ontem não deu outra coisa quando aos 34, numa bola besta levantada por Leandro Chaves, Victor Ramos resolveu dar uma de artilheiro cabeceando contra as próprias redes, o jogo estava empatado 1 X 1.
                                                   É chato ser de Primeira Divisão!

Um verdadeiro pavor se apoderou da torcida do leão. Todo mundo se lembrou do jogo do ano passado contra o São Caetano quando perdemos o acesso nos últimos minutos. Esse mesmo clube vencia em Campinas e qualquer gol que tomássemos faria com que o acesso fosse pro brejo. Passamos a contar os minutos, 10, 9, 8, 7, êta tempo demorado pra passar! A torcida passou a jogar, incentivando o time a botar a bola pro mato. Levávamos meia hora pra bater um tiro de meta, falta ou lateral. Ficámos passando a bola um pro outro. Os caras com dez homens e nós numa covardia dessas!
Aí houve uma sequencia de laterais em favor do Ceará do nosso lado esquerdo. Nunca vou esquecer. Apodi tentou avançar mas Mansur colocou a bola lá em Pituaçu. Dispararam o foguetório reservado para o fim do jogo quando xinguei os responsáveis por todos os nomes pois o desgraçado do juiz ainda tinha dado dois minutos de descontos. Mas até que foi camarada! O cara do Ceará bateu o lateral e Fernando Bob e Cia botaram a bola nas nuvens. Outro lateral e outra bola fora mas dessa vez a cobrança era nossa.
                                   Pode parar de chorar Roberto, o leão está na primeira!

Mansur ficou ganhando tempo quando o juiz se dirigiu a ele e a massa estourou pois, ao contrário de lhe advertir, foi pedir a bola e com ela deu o jogo como terminado! Era a glória, a tal da felicidade que todo esse pessoal que falei não conseguiu definir. Eu não aguentei e desatei a chorar. Não demorou nem um minuto e um rapaz já estava chorando ao meu lado e logo o seu pai também. Meu vizinho, “Seu” Carlos Bride, é mais durão, e resistiu a emoção, mas com a moça que estava sentada ao seu lado não se deu o mesmo.
Fiquei com os olhos enevoados vendo a festa dos jogadores mas não deu pra gravar tudo pois havia também a festa das arquibancadas. Outro momento emocionante foi quando as torcidas organizadas viraram as faixas de cabeça pra cima. Subimos a rampa naquele dia com o sentimento de dever cumprido. O trio elétrico que estava na porta ensaiava os primeiros passos de uma multidão desejosa do prolongamento da festa. Por sinal alguns bares já haviam sido alugados para festas particulares de torcidas.
                                                     Matando um dragão por dia!

Nesse dia bebi todas a que tinha direito comemorando na Orla com Cybele e minhas duas cunhadas Thelma e Hebe. Até onze da noite quando voltamos passavam carros buzinando em Ondina, e isso deve ter continuado pois ainda ouvi barulho quando cheguei a casa. Foi nesse dia que descobri que quem é feliz também não dorme.
Desculpem-me mas estou me lixando pro dilema se a felicidade veio pra ficar ou não, quantos anos ela sorrirá, e outras bobagens filosóficas. É por isso que não estou ligado no dia de amanhã. Não foram os poetinhas que disseram "tristeza não tem fim, felicidade sim"? Pasra eles a felicidade do pobre parece, a grande ilusão do carnaval. Agente trabalha o ano inteiro, por um momento de sonho pra fazer a fantasia, de rei, ou de pirata e jardineiro, pra tudo se acabar na quarta feira. É bem verdade que quero que esse time que nos levou a Primeira se exploda e que o Vitória contrata gente em condição de atuar na divisão de elite do nosso futebol, pois, afinal de contas ninguém merece ficar na Primeira Divisão um ano só!

domingo, 18 de novembro de 2012

E agora, aonde vamos?


  
Ontem, quando acabou meu sofrimento, digo o jogo Vitória X Joinville, fui assisti um filme que diz bem o drama que passei nesta semana. É o E agora, onde vamos? da diretora, roteirista e atriz Nadine Labaki. A película foi indicada pelo Líbano como melhor produção estrangeira, e é anunciada como “drama” embora não se saiba se é um drama ou uma comédia, inclui, inclusive, coreografias e musicas.
A autora imaginou um vilarejo parecido com a ilha de Icária, eternizada por Thomas Morus em sua Utopia. Ali, um grupo de mulheres, consegue manter a todo custo os cristãos e islâmicos de uma comunidade do Líbano, cujo único elo de ligação com o mundo exterior é uma ponte,  afastados da guerra que afeta todo o seu redor. Não consegue, porém, mostrar qualquer diferença de classe na vila, e até do ponto de vista religioso, igreja e mesquita dividem a mesma casa. Passa para o espectador que a população vivia em paz até que descobre a TV e esta faz chegar a eles a informação de que cristãos e muçulmanos estão em guerra.
Terminantemente pacifista imagina uma solução tipo tirar o sofá da sala pra todos continuarem felizes. Assim, as lideranças femininas sabotam a TV, contratam prostitutas, inventam tudo ao seu alcance pra deixar os homens ocupados, reproduzindo assim o machismo destas sociedades onde cabe a eles iniciar e terminar os conflitos. O filme chega ao cúmulo de admitir que uma das mães esconda o assassinato do filho adolescente pra não haver retaliação.
                                        Ah que desgraça desse Gabriel, toda hora falha!

Digo que é uma metáfora ao sofrimento dos torcedores do Vitória nessa semana por alguns motivos. É que as mulheres do filme são os torcedores que passaram todo o ano fazendo das tripas coração para o leão subir enquanto a guerra teimava em se instalar no elenco. Os cristãos no filme da vida real, são os do São Caetano, e os muçulmanos são os torcedores do leão, que deviam usar o véu pela vergonha de continuar não possuindo um título nacional.
Na verdade a briga do leão deixou há muito tempo de ser pelo título. Não é a toa, pois a diretoria do rubro negro não é desses arroubos, foi incapaz de criar até uma cultura de campeão nacional, vivendo eternamente com a baixa estima de disputar “pra não cair” ou só “pra subir”. O lugar é o que menos interessa.
                                                       Pô, que maldade com Amy!

Assim, o que a grande torcida do Vitória, que assumiu na semana a condição do 1º clube do Nordeste em matéria de pontuação, que tinha colocado 11 pontos na frente do 5º lugar, cinco pontos á frente do Criciúma, e visto o Goiás lutar contra a faixa de rebaixamento, teve que se consolar neste sábado em lutar pra subir. Voltamos ao mesmo sufoco do ano passado tendo que torcer pro Goiás vencer o São Caetano, para o CRB ganhar do Guarany, e, claro, pra gente garantir o óbvio, derrotar o desmotivado Joinville, que luta pra se classificar na Copa Santa Catarina pra pegar uma vaguinha na Copa do Brasil do ano que vem. Só assim que saberíamos para onde vamos, a Primeira Divisão.
Imaginem que, de tão preocupado, cheguei a ir ao enterro de Alex Alves no cemitério Jardim da saudade.  É que ele ajudou o Vitória a subir em 1992, ainda com 17 anos, e (quem sabe?) poderia estimular o leão fazendo o mesmo vinte anos depois. Declarei isso até a Rede Bahia lá mas, como todo mundo sabe, só fala ali as pessoas que a emissora quer. 
                                           As mulheres cristãs da aldéia não davam mole!

Na sexta á noite nem consegui dormir direito e passei a manhã de sábado ouvindo músicas de fossa. Almocei com a cabeça na partida e depois fiquei contando os minutos pra chamar o meu vizinho pra assistir o jogo. Não tinha nem muita gente em Joinville, também não esperavam mais nada! Quanto a nossa torcida levou umas oitenta pessoas pra passar frio em Santa Catarina.
O leão entrou em campo com a faixa negra “Alex Alves: um nome na história” e os dois times fizeram uma homenagem no círculo central ao nosso grande jogador. Graças a Deus Uéliton foi uma baixa semelhante ao menino da guerra do filme, foi pros quintos dos infernos e ainda se escondeu isso. Tomara que vá pro Íbis. Mas eu promoveria uma modificação no time que entrou colocando Rodrigo Mancha de primeira, mas PC Gusmão preferiu colocar os dois atacantes que não estão em plena forma, William e Elton. 
        É muita inteligência de Alexi pro Vitória estar nessa situação!


O leão começou com vontade subindo pela direita mas passaram mal a bola. Voltou a subir, desta vez pela esquerda com Gilson, e ganhou um escanteio. Mas, na cobrança acabou sobrando cartão amarelo para William e o zagueiro do Joinville Diego Jussani.  No retorno da bola em jogo é a vez do Joinville subir mas Lima não consegue dominar, a mesma coisa acontece com Elton logo a seguir.
Ataque mesmo que é bom só ocorre aos 4 minutos, com Elton passando pra William que chuta fraco. Logo depois é a vez do Joinville que chega bem mas Deola defende. Na jogada, porém Michel se contunde e obriga a PC colocar Rodrigo Mancha. Tá vendo, antes ele entrasse de primeira! A perda do cabeça de zaga logo aos sete minutos desconcentra o time que leva uns bons minutos desorientado, além disso havia as subidas do lateral Gilson que não eram cobertas deixando a defesa aberta pelo lado esquerdo.
                                                                 Peça pra sair Alexi!

Levaria algum tempo pro leão voltar a ter a iniciativa da partida. Enquanto isso William faz boa jogada e dá pra Nino perder a bola. A torcida, porém, pega no pé do atacante que já jogou no rival Avaí. Nino desce bem e centra a bola mas o juiz marca falta de Elton no zagueiro. Logo a seguir ocorrem dois escanteios seguidos para o Joinville e, a seguir, passam a bola nas costas de Gilson e o cara vai entrando, vai entrando, e cruza pra Lima quase fazer um golaço de calcanhar. Acho que foi o fantasma de Alex Alves que soprou pra bola não entrar!
Mas logo depois é a vez do leão, quando Nino faz grande jogada e cruza pra Gilson também perder gol certo chutando no lado de fora da trave. Estava lá e cá, e o Joinville sobre perigosamente mas Lima não consegue dominar a bola dentro da área. Estava lá e cá, e a zaga rubro negra enfia uma bola pra William mas o goleiro do Joinville consegue se antecipar e até dribla o atacante pra delírio da torcida catarinense. Não perdem por esperar!
                    Agora tudo depende do jogo contra o Ceará!

Só aos 20 é que a equipe do Sport TV coloca o tempo na telinha, exatamente quando a zaga do leão se confunde e a bola termina indo pra escanteio. Ufa! Mas pelo menos até aí não sofremos gol o que era um costume no primeiro tempo dos últimos jogos. E, cinco minutos depois, tivemos a alegria de ver substituído Lima, o melhor atacante do Joinville, acho que poupado para o jogo decisivo local de quarta feira.
O Vitória parece recuperado da saída de Michel e, aos 28 minutos, alegria tomou conta do nosso pequeno apartamento do Tororó. É que Gilson enfiou um bom lançamento pra William que entrou pela esquerda e chutou na saída do goleiro, a bola saiu fraca e quase não entra, dois zagueiros vieram em sua cola, mas o fantasma de Alex Alves foi mais rápido e soprou a pelota para o fundo das redes: um a zero. Pronto, bastava isso e, com o empate do São Caetano, agente subiria. Na comemoração a justa homenagem quando William faz os mesmos gestos de capoeira que notabilizaram o atacante falecido. Já sabemos aonde vamos. Três minutos depois , porém, o Joinville perde gol feito quando Gabriel salva. 


                         Imagina se tivesse lap top na aldéia!

jogo passa a apresentar a iniciativa dos catarinenses que tem, inclusive, três escanteios seguidos, e chutam de longe pra Deola colocar pra escanteio.  Mas Willie perde boa chance aos 41 minutos, é que recebeu um lançamento precioso e, se aguardasse no próprio campo, não estaria em impedimento e entraria livre pra marcar o segundo gol. Nossos contraa ataques são bons mas não estamos acertando o último passe. O Joinville bate falta de longe mas Victor Ramos bota pra corner. E foi só no primeiro tempo.
Ainda deu pra assistir um pouquinho de São Caetano X Goiás que estavam no zero, nada acontece também no jogo entre Criciúma X Atlético Paranaense, mas a desgraça do Guarany tinha feito um gol em Maceió o que levaria ao último jogo do São Caetano a ser uma marmelada paulista. Mas as coisas estavam pelo menos bem lá em Joinville.
O Joinville dá a saída mas logo o rubro negro retoma os contra ataques e William chuta fraco pela linha de fundo. Aos cinco Pedro Ken lança William em profundidade mas este não domina a bola. Logo depois é a vez do Joinville ir ao ataque mas não consegue dar o chute final pela boa colocação da defesa do leão que parece estar bem. Aliás o ponto alto do jogo foi a atuação de Rodrigo Mancha e, quem diria, Fernando Bob!

                                      Não quero nem olhar! !

O rubro negro troca bola no ataque aos oito mas William chuta fraco nas mãos do goleiro. O Joinville tenta opções no ataque e tira Jailton pra colocar o ex-jogador do Vitória Aldair. Aos onze Fernando Bob dá um chutaço de longe e quase faz o gol! Mas dois minutos depois Mancha toma cartão amarelo, e, de quebra, Gabriel fura e graças a Deus o bandeira dá impedimento do atacante do Joinville que vinha entrando sozinho. Ufa!
Aos 18 PC dá o ar de sua graça tirando William pra entrar o delegado Tartá. Mas pelo menos consegue prender a bola pelo meio. Os catarinenses começam a encaixar ataques mas a defesa está bem colocada e se antecipa bem nos cruzamentos que geralmente são um horror no Vitória! Deola ganha tempo.
Na metade do segundo tempo Nino quase surpreende o goleiro num lance sensacional, batendo de primeira quando esse estava fora do gol, mas a zaga tira. A seguir Willie não aproveita outro bom lançamento, mas o Joinville também não o faz. Aos 26 Gilson perde a bola bestamente e dá falta no atacante tomando cartão amarelo e ficando de fora do jogo final contra o Ceará, isso se precisarmos de uma final.

                                                    Só um fantasma mesmo a essa altura!

A zaga do Joinville faz ótimo lançamento mas Deola salva sensacionalmente. Aos 28 minutos dois gols seguidos perdidos pelos catarinenses, o primeiro quando o atacante chutou na trave de fora da área, e o segundo, quando outro cara perdeu quase da pequena área e a bola que ia pro gol bateu em Gilson por milagre. No contra ataque o enrolado Tartá também perde gol feito chutando em cima do goleiro.
Elton é outro que toma cartão amarelo e fica de fora na última partida. Nino faz jogada sensacional driblando vários defensores mas chuta por cima do gol, e o nosso centro avante pega a bola na cara do goleiro e o cobre mas a bola fica zanzando na pequena área até que aparece um zagueiro pra tirar.
                                                          Nossa, não é esse PC!


Nicácio entra no lugar de Willie quando PC pretere o favorito Marquinhos. O atacante homônimo do Joinville toma cartão amarelo. E...o Goiás empata pra delirio lá de casa. Eu e meu vizinho, o Carlos Bride, comemoramos até mais não poder, enquanto o narrador do Sport TV completamente desinteressado do que o resultado significava na Bahia, dizia com voz fria “o Goiás empatou”!
Agora faltavam só oito minutos e eu não podia mais sentar. Nicácio pega a bola no ataque e dá pra Tartá que sozinho na frente do goleiro consegue perder o gol. Depois é a vez de Pedro Ken, que poderia decidir o jogo, que vai entrando e tomando falta de todo mundo, até que aparece na área chutando para o goleiro colocar a bola, com as pontas dos dedos, pela linha de fundo.
                                   Será que Socrates já encontrou com Alex Alves lá em cima?


Mas em um minuto nossa classificação foi pra cucuia. Primeiro, foi o pênalti para o São Caetano, que o goleiro Harley do Goiás pegou sensacionalmente, e, enquanto comemorávamos, o atacante pegou uma bola e enfiou pro Leandro Carvalho(conhecem?)entrar na área, contar com o escorregão de Gabriel (sempre ele!)e o atraso de Victor Ramos na bola, e botar a bola no fundo das redes decretando o empate e o adiamento(espero!)da classificação do leão. Alex Alves dessa vez não pode fazer nada!
A frustração total se apoderou lá de casa. E agora aonde vamos? E olhem que o Vitória ainda chegou umas três vezes no ataque, com Elton, com Nicácio, que perdeu de cara com o goleiro, e com Nino, mas não acreditávamos mais no poder do leão que tinha deixado escapar a apenas dois minutos do final a sua subida.
Parece coisa do Almodovar!


Mudamos pro jogo do São Caetano e ainda deu pra acompanhar uns dois minutos quando sacramentamos com o 1 X 1 pelo menos a condição de jogar pelo empate na última partida pra subir.  E ainda fomos bafejados pela virada do CRB contra o Guarani. Não é possível que percamos a subida desta vez.
Olhem só, basta empatar contra o Ceará, que vem de três derrotas seguidas e dispensou vários jogadores, apresentando modificações importantes em sua defesa e no meio de campo, tendo ainda a prerrogativa de contar com o jogo desesperado do Guarani que não pode perder pro São Caetano senão cairá para a 3ª Divisão, e(quem sabe?)até com um desastre no clássico de Curitiba entre Paraná X Atlético Paranaense. Se depois de tudo isso conseguirmos perder a classificação será o fim dos fins da picada! Aí teremos sobejas razões de perguntar: é agora, aonde vamos?

domingo, 11 de novembro de 2012

Memorial do inferno




Tenho a felicidade de ter um ex-aluno, poeta e grande batalhador pela literatura deste país, o Waldeck Almeida de Jesus, que me enviou ontem a sinopse do seu novo livro. O trabalho é eminentemente autobiográfico. Narra a vida de um brasileiro que não para de lutar por um lugar ao sol. Um rapaz pobre, nascido no interior da Bahia, cuja mãe era paralítica e o pai portador de várias enfermidades que o impossibilitavam de trabalhar mas mesmo assim tinha que sustentar oito filhos. A vida da família foi uma tristeza só, não tendo casa própria nem renda suficiente para o sustento dos filhos.

O resultado todo mundo já sabe, vida precária em casas de aluguel, falta do mínimo conforto “civilizatório”, incluindo água encanada e energia elétrica. O grande amor do pessoal era uma mãe sofrida, Paula, que manteve essa família unida até que cada um dos filhos pudesse sobreviver por si só, mas que não resistiu ao novo milênio.

                                     O medo não é descer mas não subir!


Órfão, o personagem da obra (que desconfio ser o próprio autor) viu-se obrigado a assumir a família aos 16 anos, tendo vivido e trabalhado para sustentar e educar os irmãos. Contra tudo e contra todos, estudou, trabalhou e tem hoje seus esforços reconhecidos. Agora, todos os membros da família, apesar de suas vidas atribuladas ou da distância que os separa, encontram sempre uma data no calendário para se visitar e estar juntos, compartilhando momentos de alegria e tristeza.

A nova história de Waldeck lembra a vida real de muitas pessoas e é um exemplo de vida que pode servir de exemplo para muitos jovens das nossas grandes cidades brasileiras que precisam acreditar em seus sonhos. Mas é mais do que isso, lembra a própria vida do glorioso EC Vitória.

Ninguém merece mais esse título de Memorial do inferno que o leão. Foi meu pai que me legou esta tragédia. Quando me levou para entrar em campo com o time nos anos 50 na velha Fonte Nova não me advertiu da enrascada. O Vitória foi o único clube do mundo que conseguiu passar 44 anos sem ser campeão, e, apesar de há décadas terem sido criados os torneios nacionais, chegou perto por três vezes (1992,1993 e 2010) mas nunca conquistou nenhum, a não ser que consideremos o Torneio da Morte e o da Uva títulos nacionais.
                                               Será que vamos ficar na lama de novo?

Foi a sua torcida-mãe que sempre sustentou o time e foi fiel a ele mesmo quando estava na pior. E olhem que não eram só oito filhos mas onze em campo, os treinadores e assistentes, e ainda um monte de jogadores do come e dorme. O clube sempre dependeu dos Waldecks da vida para ir em frente, e não é que é o melhor clube dos Nordeste pelos novos critérios da CBF?
Esse ano mesmo o time tinha tudo pra dar certo. Montou uma boa equipe desde o início e entrou firme na disputa de tudo o que participou. Mas olhem que ficou no “quase”. A primeira foi o campeonato baiano, onde parecia que o seu arquirrival ia vencer de lavagem, mas, cresceu na fase final e só não levou a taça pra toca em função do goleiro Douglas ter tomado dois frangaços em Pituaçu!
Na Copa Brasil por pouco não foi a semifinal. Passou pelo poderoso Botafogo, com direito a vitória no Rio de Janeiro, mas tropeçou no eterno vice Curitiba. E o pior foi ficar no zero em casa e passar o maior vexame no Paraná (1 X 4) depois de abrir o placar! Depois disso começou a Segundona meio desacreditado. Mas pouco a pouco foi impondo um belo futebol que, entre tapas e beijos, destacaram Pedro Ken e Victor Ramos como os melhores do certame.

                                                              Ói essa desgraçada!

O leão chegou a botar cinco pontos na frente do Criciúma, oito do Goiás e 10 do Atlético Paranaense e do São Caetano. Quem foi naninha! Ontem, quando terminou a rodada, esse esforços foram debalde. O Goiás é o virtual campeão, com cinco pontos em sua frente, o Cri – cri está em segundo, o furacão está em terceiro, e nosso rubro negro disputa melancolicamente a subida com o time do São Caetano, que está a apenas dois pontos e mordendo seus calcanhares.
Ontem quando cheguei à casa de meu vizinho estava preocupado, afinal o São Caetano e o Atlético Paranaense tinham ganhado na véspera.  Mas aí “Seu” Carlos tentou me animar. Lembrou que o Goiás e o Criciúma ainda iam jogar e que o Guaratinguetá estava arrastando lata.
O leão saiu com Gilson a todo vapor pela esquerda obrigando o lateral a jogar a bola pro mato. Depois disso foi a vez do Guará subir e até conseguiu um escanteio, mas a bola não parou em nenhum atacante. Tudo isso em apenas dois minutos. O rubro negro tomou a iniciativa outra vez quando Nino subiu pela primeira vez e cruzou, mas não havia ninguém no meio pra aproveitar.
                           Será que vai rolar a mala de novo?

Aos cinco minutos o Guará consegue novo escanteio e ao cobrá-lo a bola foi passada para o lateral que a cruzou na cabeça do número 11, Jonathan, que a acertou no fundo das redes enquanto Victor Ramos ficava pregado no chão. O mesmo filme de quase todas as partidas do segundo turno. Começávamos perdendo de um a zero e tendo que tirar a diferença.
Meu vizinho xingou a beça mas acabou lembrando que o jogo estava só no início. E realmente o leão melhorou, não aparentou estar abalado com o gol. Choveram oportunidades, na primeira William cabeceou num escanteio. Na segunda Marquinhos (que estava bem) cobrou falta nas mãos do goleiro.  Mas, logo em seguida, novo susto quando Gabriel deu um encontrão com o atacante paulista na área e graças a Deus o juiz não apontou pra marca fatídica. O lance abriu momentos de apreensão quando Nino, nosso melhor atacante, tomou cartão amarelo e, a seguir, pra não complicar pro seu lado, deixou o cara passar e ele deu pro Alemão que chutou pra fora. Assim realmente não dava!
Mas o leão voltou a iniciativa. William subiu bem mas a zaga tirou. Nesse momento o jogo está lá e cá embora sem perigo de gol. Minto, na verdade gol era o que acontecia com os nossos concorrentes. E para nossa desgraça o locutor anunciou dois, o do Goiás contra o Barueri, e o do Cri - cri contra o América de Natal. Nada podia ser pior do que isso!
                                                                Vije Maria, esconjuro!

O rubro negro continuava se virando. Nino cruzou pra Elton mas esse cabeceou alto por cima do gol. O lateral insiste e sobre de novo conseguindo um escanteio. E na cobrança Gilson perdeu um gol cara a cara com o goleiro. Uéliton chuta da intermediária, mas o goleiro pega fácil. Alemão toma cartão amarelo, ainda bem. Logo a seguir o mesmo Uéliton, no único lançamento que acertou, bota Marquinhos de cara e este chuta pro goleiro espalmar.
Uma boa estocada de Nino termina em mais uma falta que o juiz não coíbe, e, a seguir, novo gol catarinense lá em Natal: dois a zero. Uma desgraça mesmo, todo mundo ganha e só o leão que não se ajuda! Elton até que quase tapou minha boca entrando pelo meio e fazendo um golaço mas o desgraçado do bandeirinha na anulou prejudicando o nosso time. 
Outro cartão amarelo para os paulistas, mas não adianta que PC Gusmão não buscava explorar os que estavam pendurados. Aos 33 Marquinhos faz sua melhor jogada, numa passagem pelo zagueiro, ficando de cara com o goleiro e chutando no canto pro cara fazer uma defesa sensacional. Era mais uma tarde de azar! Nino sobe mais uma vez mas com usura chuta por cima do gol. O jogo começa agora a equilibrar e não surgem mais lances de área, a exceção de uma falta da intermediária cobrada pelo Guará no finalzinho, mas a bola vai à barreira.
                                                   Não adianta gritar meu chapa!

No intervalo foi o maior banzo. Um desespero começava a me bater, e até “Seu” Carlos não parecia tão otimista. Que fazer com um ataque cardíaco desses onde Elton e William não produziam e os caras ganhavam todas na cabeça? É certo que Dinei e Marcelo Nicácio estavam no banco, mas como tirar um volante pra colocar mais um atacante com uma defesa como a nossa? Será que o América reagiria lá em Natal?
Estávamos absortos nessas divagações quando recomeçou nossa tortura, digo o segundo tempo, com PC fazendo a mesma substituição de terça feira, Fernando Bob no lugar de Uéliton, ajudando a apoiar mais o ataque. Foram 10 minutos onde o leão retomou a iniciativa. Logo no primeiro minuto Gilson cruzou e William cabeceou em cima do goleiro. O Guará chegou logo depois mas Deola interceptou o cruzamento.
Aos 3 minutos foi a vez de Gabriel cabecear alto um escanteio, e, dois minutos depois, o zagueiro tirou em cima da linha um gol de William num cruzamento de Marquinhos. Outro cartão amarelo para o Guará, desta vez pro lateral-esquerdo capitão do time. E aos dez, Deola deu rebote e o atacante pegou fora da área e ainda bem que chutou mal. Aos 12 William pegou de cara com o goleiro, preferiu não passar pra Elton e deu um chute bisonho pra fora. Assim também é demais também!
                                             Vai arder no inferno, me deixa São Caetano!

Os caras chegam de novo ao ataque mas Deola intercepta o cruzamento. Os paulistas então mudam e só aí é que PC dá o ar de sua graça, tirando o mau William por Dinei. Mas, do jeito que este está fora de forma foram seis por meia dúzia. O Goiás faz o segundo gol enquanto tudo em Guaratinguetá continua na mesma. Mas viria a única alegria do dia, o gol do América. Ah como vibramos, agora vai!  
Elton não consegue girar na área mas pelo menos é outro escanteio, como de hábito, mal cobrado. Estamos já no meio do segundo tempo e o mau comentarista da Rede Bahia insiste em dizer que o leão “fatalmente, vai empatar”. Aos 24 minutos PC, enfim, resolve tirar Tartá, mas ao invés de colocar mais um atacante prefere colocar o delegado Artur Maia que disseram a ele que joga bola. As coisas estavam tão ruins que um estouro maluco da bola de um jogador do Guará consegue chegar ao gol de Deola.
Faltando quinze minutos pra acabar o desespero é total e nada de empate do América. Foi tal de puxar cabelos tanto na casa do vizinho como lá em Guará. Gabriel se joga em cima do goleiro num escanteio, é falta. Victor Ramos sobe nos escanteios, mas não consegue ganhar uma na cabeça. Dinei ainda não pegou na bola. E, pra culminar, vem a desgraceira no caminho da feira, o Cri - cri mete um e logo depois outro gol lá em Natal mostrando que o que está ruim sempre pode ser pior.
                                                        Não tem amor que resista!

O Vitória continua insistindo mas sem produtividade. Nino bate cruzado mas a bola sobe, Fernando Bob chuta em cima do goleiro. Artur Maia, enfim, bate uma falta tentando surpreender o goleiro, mas esse bota pra escanteio. O Goiás enfia o terceiro em flagrante impedimento. Marquinhos faz uma boa descida que termina com uma falta. Aí o tempo fechou com os caras ganhando pelo menos um minuto. Na volta Maia chuta na barreira. Marquinhos ainda bate de longe no finalzinho mas o goleiro pega.
Na casa do meu vizinho uma tristeza só. Acabou nosso fim de semana. Agora sói Deus sabe o que vai acontecer pro Vitória subir. Na verdade não está em 4º e sim em 5º lugar, se considerarmos as tradicionais marmeladas paulistas, pois só a CBF mesmo poderia colocar o Guarany pra jogar com o São Caetano na última rodada. O Joinville vaio receber mala branca?
                                                         O caixão está esperando!

Pra conseguir dormir fui assistir ao filme Tudo que desejamos, mas disso conto outro dia pois não estou conseguindo nada que desejo pois a vida do Vitória é um verdadeiro Memorial do inferno.