domingo, 17 de fevereiro de 2013

De novo em Buenos Aires(I)


No último artigo que fiz para este blog disse o que pretendia fazer para passar o carnaval na capital da Argentina que visitaríamos pela sexta vez, sendo quatro apenas em Buenos Aires, e as demais em Bariloche e nos Lagos Andinos. Mas qual? Pouca coisa saiu como imaginamos. Saímos de Salvador pouco depois de meio dia da segunda feira antes do carnaval e começamos a nossa aventura, que incluiu uma escala em Guarulhos e a chegada ás oito da noite em BA.
Fomos pra SP pela TAM, mas pra BA pela Lan num voo que foi o "fino". Imaginem que, por engano, nos botaram na primeira classe e como passamos bem. Nunca tinha viajado assim e só percebi quando a mulher fechou a cortina detraz da gente. Depois tome-lhe vinhos, chocolates e lanches. Bastava acenar que a aeromoça já estava em cima. A certa altura(não do avião) fiquei com medo de que nos botassem pra fora e nos cobrassem tudo aquílo. De sorte que suei frio quando veio a banquinha dos frees e o pessoal com a maquininha nas mãos.
Mas chegamos até Ezeiza sem nenhuma cobrança. Lá já estava o Henrique, da empresa de taxi do Marcelo, nos esperando pra fazer o transfer até o Gran Hotel de la Paix na Avenida Rivadavia. Gostei do serviço pois o cara fala um portunhol legal e, ainda por cima, dirige sem pressa de voltar e pegar outros passageiros. Depois de jogarmos nossas malas no quarto, ainda deu pra sairmos pra noite buenosairesiana.

                                              Buenos Aires sempre é diferente!

Mas a emenda saiu pior do que o soneto. A cidade está bem mais cara da que desfrutamos em 2010, e até o atendimento da Pizzarias e Café Avenida não é mais o mesmo. De bom só ficar pertinho do hotel, na medida em que a Avenida de Mayo corre paralela á Rivadavia. Pagamos 135 pesos por uma Pepsi, agua, tortila de vegetais, e uma empanada pra lá de ruins.
Depois dessa má experiência foi só voltar para o hotel e colocar a nossa caixa de e-mails em dia. O hotel só tinha um computador, mas, como a grande maioria de viajantes possui lap top, reduziu bastante a concorrência para o uso destas máquinas. Nós usamos uma e outra, tanto apelando pro computador, que ficava perto da recepção, como o lap top de Cybele no quarto. Foi assim que pelo menos pudemos ficar antenados com o que estava se passando no Brasil.

                                           Fomos de novo no Museu dos Beatles!

Na terça feira revimos nossa amiga Diana Tasaki e fizemos programas frugais. Ela nos deu várias dicas e ficamos de jantar na semana. Passamos nos camelôs que ficam na Calle Peru e, de quebra, nas banquinhas de artesanato que ficam na La Manzana de las Luzes pra procurar a anciã Elmasa Alcade, que já com 88 anos continua no batente desenhando e escrevendo poesias.
Cybele não comprou nada. Aliás, a exposição estava o maior paradeiro. Enquanto estivemos lá não vimos um só turista, quanto mais os argentinos. Mas, como ela não vai todo dia, só a encontramos no final da nossa estadia quando trocamos figurinhas. Cybele deu-lhe uma fita do Senhor do Bonfim e ela um de seus desenhos.
   Os argentinos gostam mesmo de frequentar restaurantes!

Depois batemos ponto na Plaza de Mayo onde achamos o Cabildo novamente fechado e trocamos dólares no Banco de la Nación, e, sabem como é que é, como já estávamos perto, acabamos batendo pela milésima vez em Puerto Madero. Nosso objetivo ali era ir em um dos poucos restaurantes que ainda não conhecíamos, o italiano Bice, e conhecer o lado Este do bairro, que havia se desenvolvido extraordinariamente desde a nossa última vinda.
Para encontrar o Bice tivemos que andar quase que o bairro todo, e, na porta do restaurante, a maior decepção...caro de doer. Rapaz, acho que deve ser só pra turista! Como a fomo já tinha batido tentamos entrar num novo restaurante peruano, filial do que fomos em Lima, mas também era caro, de sorte que só nos sobrou o trivial, ir pela terceira vez no La Parolaccia. Em compensação, a comida boa e o atendimento de sempre.  

                                          E o carnaval da Bahia rolando solto!

As novidades ficaram pra depois do almoço, onde visitamos pela primeira vez a fragata que fica de bandeira por ali, cruzamos a Ponte da mulher, e tentamos achar alguma coisa interessante do outro lado. Me desculpem meus irmãos argentinos mas só encontramos ali um bairro residencial de mau gosto, com prédios altíssimos, shoppings e restaurantes.
Como estávamos a pé que não visitamos os parques, mas do que podemos ver no passeio de uma hora só se salvou um moinho que soubemos depois que guarda uma exposição de arte. No fim da tarde ainda deu tempo pra comprar uns livros(um dos meus divertimentos prediletos em BA)e voltar pro hotel pra nos prepararmos para o programa da noite.

                                              Saudades do Elevador Lacerda!

Era a Jazz & Pop da Rua Paraná onde iriam tocar dois grupos de jazz desde as sete e meia. Foi outra caminhada desde o hotel mas valeu a pena, não tanto pela estrutura do local. É uma espécie de bar acanhado e cheio de mesas, com comida pouco agradável e bebida quente, mas muito bom de jazz.
Durante a noite apareceram lá umas vinte pessoas, de sorte que não deve ter dado pra pagar um cachê decente para os músicos cobrando uma entrada de quarenta pesos. A boa surpresa ficou para o número de músicos que tocou. Ao invés de um trio se apresentaram uns quatro e a maioria conhecia do riscado destacando-se não tanto por tocar standards mas pela improvisação. Não esperamos o quinteto pois minha parceira ameaçava dormir e pegamos outra longa caminhada para o hotel.

                                                   Pô, agora é fora Renan!

Na quarta, enquanto começava o carnaval de Salvador, aderíamos ás compras em Buenos Aires. No início foi devagar, pegamos a Avenida de mayo novamente e fomos para a direção da Calle Florida, onde compramos mais um livro, uma agenda e uma blusa. O almoço foi por lá mesmo, no El Palácio de las papas fritas, na Lavalle, que não recomendo aos meus leitores. Talvez tenhamos tido o azar de escolher mal(um espaghetti e um bife á milanesa)mas, com exceção da simpatia do garçon não se salvou nada da visita.
À tarde, dediquei aos programas diferentes. Havia lido em uns blogs que pesquisei, a delícia que era passear em Palermo Hollywood, de sorte que levei Cybele de surpresa para lá.  Mas as coisas não funcionaram como eu previa. O lugar é aprazível, com bares e restaurantes, lojinhas  ultra legais, e naquele horário não circula muita gente. Tudo pra fazer um belo programa, certo? Errado!

                                          O futebol argentino continua "pegado"!

Minha companheira, que não fazia a conversão do peso, achou as coisas caras e andamos, andamos, e...acabamos não comprando nada. Pra não perder totalmente a tarde acabamos piorando as coisas. Não achamos uma galeria de arte na Rua Gorreti, e descobrimos que o excelente Club del Vino tinha fechado e seu terreno agora era uma construção.
Como nada dava certo fomos para o hotel curtir outras trapalhadas. O Vitória jogava neste dia com o América de Natal pela Copa do Nordeste, e eu não tinha vontade de sair. Monopolizei, então, o lap top de Cybele e assisti todas as resenhas antes do jogo. Resultado...acabou a bateria e, como a tomada do hotel era de três bicos, não encontrei na recepção uma condizente. Assim, só no outro dia descobri que meu time havia empatado de um a um em casa com os natalenses. O jeito nesse dia foi mergulhar na cama pra deixar de curtir tanto azar.



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