Ah Juliette Binoche!
Copia fiel é o título de um filme, lançado no ano passado, de Abbas Kiarostami. Conta a história de um escritor que vai a Itália apresentar seu novo livro e conhece a dona de uma galeria de arte percebendo que tem muitas coisas em comum. Mas o que o diretor iraniano não sabe é que na história do futebol da Bahia mesmo quem não se “bica” se parece. Hoje eu vou contar pra vocês uma semelhança que muita gente pensa que não existe, entre a dupla BA-VI, tendo em vista a sua histórica rivalidade. Vou mostrar que em 1973 rubro negros e tricolores foram um a cópia do outro “cuspida e escarrada”.
O ano começou com um amistoso entre os dois. O jogo era na pré-temporada e o tradicional “caça níquel” enq2uanto esper5avam o campeonato. Como os jogadores do rubro negro tinham se apresentado antes, ganharam de dois a zero do rival.
Aí o campeonato baiano começou. Naquele ano a CBD começou a impor um calendário que sufocava os clubes e ameaçava a sobrevivência de clubes tradicionais que não participavam do campeonato brasileiro. Nesse ano fizeram um certame baiano pra se adequar ás novas determinações. Aí fizeram uma série de invenções. Houve três fases, cada qual organizada de uma maneira, e acabaram com jogos de ida e volta nas decisões. Foi aí que o Atlético de Alagoinhas deu azar, não podendo jogar a final em casa.
Esses só se parecem na porrada!
A dupla BA-VI começou ganhando seus primeiros jogos. O rubro negro faturou Itabuna (2 X 1) e Botafogo (2 X 0) enquanto o tricolor derrotava Ypiranga e Conquista pelos mesmos dois a um. Na oportunidade o esquadrão de aço convidou o Flamengo pra fazer um amistoso antes do carnaval, que terminou em empate por um gol. Logo depois era o BA-VI, e adivinhem o resultado (?), novo empate, agora sem gols!
O campeonato continuava, com a dupla ficando em primeiro lugar em seus grupos. Enquanto isto a dupla fazia amistosos. O Vitória derrotava o Ypiranga (1 X 0) e o Bahia o CSA de Alagoas (2 X 0). O Ceará visitou a Bahia em abril empatando com os dois em um gol. Os dois clubes se equivaleram também na disputa do quadrangular final, quando estiveram tão ruins que perderam a fase para o Atlético de Alagoinhas.
Na segunda fase o Vitória esteve melhor ganhando “de Deus e o muno”, só perdendo a última partida para o Bahia, mas não valeu, pois perdeu a fase. Mas arranjou dois amistosos contra times chinfrins como Itabaiana e América (PE) em maio, vencendo por obrigação por quatro a um e um a zero, a primeira dois dias depois do meu aniversário de 25 anos. O tricolor, pra não ficar atrás, providenciou mais dois, contra times do mesmo quilate, Desportiva (ES) (1 X 1) e Sergipe (2 X 1), embora encontrasse mais dificuldade.
Parecido aí?
No segundo turno do certame baiano voltamos aos grupos. Era uma nova maluquice da FBF. Numa fase jogavam todos contra todos, e, na outra, se dividiam os times em grupos. Durma-se com um barulho destes! O Vitória, porém, já tinha cansado chegando a segundo em seu grupo. Por causa disto ficou fora da “final” do segundo turno que foi em apenas um jogo, onde o Bahia derrotou o Galícia por dois a zero.
O regulamento ainda previa apenas um jogo entre os campeões das fases, caso algum clube conquistasse três delas. E foi o que aconteceu, quando o Atlético de Alagoinhas teve que vir á Fonte Nova pra perder o título para o tricolor por dois a zero. O Bahia voltava a ser campeão destronando o Vitória que havia sido campeão no ano anterior contra o próprio esquadrão de aço.
Antes de começar o campeonato brasileiro a dupla BA-VI arranjou uma rodada dupla com clubes de peso no dia seis de junho. O Vitória empatou sem gols com o Flamengo e o Bahia, adivinhe..., também ficou no zero com o São Paulo!
Bethânia com Gal? Mas ela nem é de Santo Amaro!
Não contentes com isto ainda trariam “grandes clubes” para jogos-treinos, quando o Vitória empataria sem gols contra o forte Bonsucesso e o Bahia ganharia com dificuldade (1 X 0) do escrete do CRB. Quando mudaram a política, o rubro negro trouxe o Vasco da Gama, para comemorar a queda da Bastilha, mas o que acabou ocorrendo mesmo foi a queda do Vitória por três a zero.
O campeonato brasileiro começou em 25 de agosto. E os dois começaram do mesmo jeito, o Bahia empatou na Fonte Nova contra o São Paulo (1 X 1) e o Vitória em Curitiba contra o Atlético Paranaense (0 X 0). E assim seguiriam parelhos. Enquanto um ganhava o outro empatava, mas retribuía a gentileza na rodada seguinte. Na sexta rodada fizeram “o favor” de empatar sem gols, o rubro negro contra o Olaria (0 X 0) na Fonte Nova, e o Bahia com o CEUB (?) em Brasília. Era demais a semelhança!
Na sétima rodada perderam juntos pelo mesmo placar de um a zero, o Vitória para o Ceará na Fonte Nova e o Bahia para o Cruzeiro em Belo Horizonte. Na 11ª voltaram a ganhar, o tricolor do Paissandu (3 X 0) na fonte do futebol e o rubro negro do Sergipe (1 X 0). Mas na próxima rodada perderiam novamente, o tricolor para o Corinthians(0 X 1) e o rubro negro para o Palmeiras( 1 X 2). A gangorra continuaria, fazendo com que ganhassem na próxima rodada, o tricolor do América carioca (2 X 1) e o rubro negro do Comercial (MT), fora de casa, pelo escore mínimo. Esse é Groucho Marx e não o outro!
Esse é Groucho Marx e não o outro!
Continuariam ganhando juntos na 15ª rodada, o esquadrão de aço de outro Amé4rica, o mineiro, por dois a um, enquanto os leões da Barra faturariam a Portuguesa de Desportos, na Fonte Nova, por um a zero. Na 19ª ambos empataria sem gols, o Vitória contra o Flamengo na Fonte Nova, o Bahia contra o Moto Clube em São Luiz. E, na 22ª rodada, o Vitória devolveria a derrota da final do certame contra o tricolor pelo mesmo escore, um a zero. Era muita coincidência!
Na 25ª rodada ambos empataram, o Vitória contra o Fortaleza (0 X 0) e o Bahia contra o Tiradentes (1 X 1), em Teresina. E, na 28ª foi a vez do rubro negro devolver o empate contra o time da PM do Piauí (0 X 0) na Fonte Nova.
Na classificação final da primeira fase o Vitória ficou com 34 pontos e o Bahia com 30. Mas, como havia um pelotão de clubes na “meiúca” o primeiro ficou em nono e o segundo em décimo sétimo. E acreditem, como tinha quarenta clubes, ambos conseguiram se classificar pra fase final!
Esta só começaria no próximo ano, em doze de janeiro. E as coincidências continuaram. Na segunda rodada o Bahia empatava sem gols contra o palmeiras na Fonte Nova enquanto o Vitória ia a Campinas empatar como Guarany (1 X 1). Na terceira ambos ganharam, por dois a um e de cearenses, na Fonte Nova, onde, no sábado, o tricolor venceu o Ceará e, no domingo, o Vitória despachou o Fortaleza.
Na quinta rodada, porém, o rubro negro seria massacrado pelo Cruzeiro por seis a um em Belo Horizonte. Continuariam perdendo juntos na sétima, o tricolor, em Porto Alegre, para o Internacional(1 X 2) e o rubro negro, na Fonte Nova, pro São Paulo(0 X 2). Os dois ficariam pessimamente colocados, e com os mesmos pontos, oito. Mas o Bahia seria o oitavo do grupo 1, enquanto o Vitória ficaria em sétimo no grupo 2. Vocês acreditam que ainda teve rubro negro tentando “gozar” os tricolores?
· Agradeço as informações do Almanaque do Futebol Brasileiro e dos sites Futipédia, Bola na Área e RSSF Brasil. Sou grato ainda as imagens dos blogs spfcturbo.blogspot.com,flickr.com.br,gblog.com.br,tradiccionydoublejr.blogspot.com,nodaver.com,lydiosouza.blogspot.com e princesa-do-nombr.blogspot.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário