domingo, 24 de junho de 2012

O vexame do São João

 

Ai que saudades do São João! Mas não essa festa mixuruca que temos hoje mas a de antigamente. Estou falando de um tempo onde era costume fazer fogueiras na rua pra assávamos milho e ficar em volta. Hoje quem fizer isso está ameaçado pelo Corpo de Bombeiros. E que dizer a quem soltar balão que pode ser classificado como terrorista interessado em provocar incêndios?
Comer na casa dos outros nem pensar! Mas agente ia em turmas visitar todas as casas e comíamos até nos fartar. E olhem que todo mundo recebia bem , e tinha canjica, licor, e amendoim á vontade. Quando chegava tarde agente estava bebum! Se é hoje como passar pelas grades, anunciar nossa presença pelo interfone, e ser filmado pelas câmaras internas?
                                                O São João de hoje é uma desgraça!
Tá bom, hoje se come quase tudo o que se comia antigamente. Tem bolo de carimã, lelé, canjica, e tudo o que se pode fazer com o milho. Mas vem tudo embalado, comprado no supermercado, e me desculpem, não tem o mesmo gosto! Os fogos também são os mesmos mas quem é que compra pra soltar na porta como antigamente. Me lembro que agente saía com meu pai pra comprar.
Quanto éramos meninos ele só comprava pra gente os traques. Eu e meu irmão queríamos crescer logo pra ter direito de soltar adrianinos. E foi isso que aconteceu mais tarde quando até vulcão comprávamos, e aí o limite era apenas o pouco dinheiro que tínhamos.
Mas o pior mesmo hoje são as musicas. Ora, antigamente São João era com zabumba, triângulo, sanfona e era um dos três que cantava. Hoje é o fim da ficada, botaram órgão, sopros e até guitarra. De repente todo mundo começou a tocar no São João, onde se vê axé, pagode e arrocha!
                                        Socorro já não aguento mais ficar na Segundona!

Pois é, e pra culminar o vexame esse ano o São João não caiu nem num feriado, foi num fim de semana mesmo. Teve gente que ainda viajou. Imaginem que meu coordenador da faculdade viajou pra Jacobina na sexta (sete horas) só pra passar o sábado e o domingo de manhã voltando de tarde pegando um trânsito desgraçado pra trabalhar na segunda feira! É muita vontade de ir pro interior!
Eu não viajei por isso, por estar ainda sofrendo de dor na coluna, e pra assistir ao meu Vitória jogar em Goiânia. E aí o vexame continuou. O jogo era importante pro leão pois podia colocar outro concorrente no páreo.  Lá no Barradão esta semana só havia se falado em preparação física. Descobriram critérios “científicos” de quantidade de massa e gordura pra barrar jogadores. Mas ainda bem que serviu pra deixar Douglas e Rodrigo de fora, mas nada adiantou pois deixaram Léo e saci no time! Até que enfim o Carpa ia sentar no banco. A cidade estava deserta mas desconfio que não era pra ver o leão jogar na Sky.
                                                                Êta leão mole!

O jogo não começou em clima junino. Daí a pouco o Goiás foi pra cima e começou a apertar o Vitorinha. Mas acabou subindo demais e o leão aproveitou bem com contra ataques rápidos e foi enfiando um (Marquinhos, num gol sensacional em rebote do goleiro), dois (Neto Baiano, batendo de primeira um lançamento primoroso de Pedro Ken) e três (de novo Neto, num cruzamento de Marquinhos), e olhem que isso aconteceu em apenas vinte minutos. Eu não acreditava no que estava vendo. Ainda mais quando o Ipatinga abriu o placar contra o Criciúma botando o Vitória em primeiro lugar da Segundona. Abri a janela pra ver a festa da vizinhança. Era bom demais num dia de São João, ainda mais que a torcida do Goiás foi pra cima do técnico fazendo o maior fuzuê. Mas os acontecimentos iam provar que a festa não é mais a de antigamente.
O Goiás começou a reagir quando o técnico Enderson Moreira reconheceu o seu erro e botou em campo o veterano atacante Iarley, e o meia Ramon na lateral esquerda, já que a essa altura Marquinhos tinha se contundido e o técnico Carpegiani tinha botado em seu lugar o meia Eduardo Ramos. Isso fez com que o cara subisse á vontade sem que Carpa tomasse nenhuma providência. Seria melhor que ele continuasse vendo o jogo nas cabines, talvez assim enxergasse melhor.
                                      Só um transformer pode salvar essa zaga do Vitória!

Uma falha de Douglas fez com que os goianos tirassem o zero do placar quando Davi chutou forte de fora da área e o goleiro aceitou. O leão continuava atrás e o mesmo Davi perdeu de cara três minutos depois. A esta altura eu rezava pra terminar o primeiro tempo e o homem lá de cima me atendeu. Bem, pensava eu, agora o nosso experiente técnico vai conversar com o pessoal e a situação vai mudar. Parecia lógico voltara usar dois jogadores de área pra matar a partida ou aterrorizar os goianos nos contra ataques. Pelo menos pra impedir que os defensores subissem!
Mas não foi nada disso! O Vitória começou o segundo tempo na mesma toada. Graças a Deus o técnico Enderson Moreira havia recomendado calma aos seus jogadores e aí não tomamos inicialmente o mesmo sufoco. O tempo passava e as coisas começavam a mudar. O Criciúma empatava e Renan fazia uma defesa sensacional numa cabeçada de cara. Pra desgraçar ainda mais o técnico tira o artilheiro Neto Baiano colocando Dinei em seu lugar. Mas o que é que houve? Neto tinha cansado? Mas era o cara que prendia atrás dois zagueiros adversários!
Me desculpe o Dinei mas ele não tem o perfil de se movimentar5, dar trombadas, e marcar como Neto faz. O resultado é que o Goiás subiu ainda mais. Aos dezesseis minutos Renan pegou mais uma quando o cara subiu sozinho pra cabecear. Êta defesa que não sai do chão. E, aos 21, uma falha da zaga num cruzamento, levou ao segundo gol. O Goiás encostava (2 X 3) e Carpé fazia outra cagada tirando o bom Pedro Ken pra colocar o mau zagueiro Reniê.
                                                  Será que vamos ficar sem subir mais uma vez!

Sinalizava, assim, pra quem quisesse perceber que nada queria com o ataque e logo depois foi punido pelos céus com a contusão de Dinei que saiu deixando o Vitória com dez jogadores. Tomou um banho do desconhecido técnico Enderson Moreira que botou logo um meia e um atacante e subiu a defesa.
Lá em casa tudo era desespero. Iarley cavava as faltas, os goianos jogavam na intermediária do leão que tinha todo o time daí pra trás. Só um milagre de São João pra segurar a onda. Mas o santo não é mais o mesmo de antigamente e não deu outra coisa. Se lembra do Renan Oliveira, que jogou no Vitória e só fez enrolar? Pois foi ele um dos que entrou e, um minuto depois, empatou a partida. Aí, a desgraça que estava desenhada virou realidade, 3 X 3.
Olhei o relógio. Se o juiz Vuaden desse cinco minutos de desconto ainda tinham dezoito minutos. Tempo de sobra pro Goiás virar e submeter o leão a uma das maiores humilhações da sua vida. Aliás, exatamente igual a que tinha acontecida há anos atrás no mesmo lugar. O time se defendia como podia. Léo, Gabriel, Ananias e Saci claudicavam sem a experiência necessária para enfrentar situações como essa.
                                                         Só botando um bozó!

O vexame junino só estaria completo quando o juiz caseiro, que já tinha “puxado a brasa” pro Corinthians na Libertadores contra o Santos, inventou um pênalti num choque do bom zagueiro Vitor Ramos com um atacante. Foi o fim da picada! O Goiás virava e mergulhava minha casa na mais cruel depressão. Pouco depois o miserável apitava condenando de vez o meu São João. Não deu pra esquecer, definitivamente o São João atual não é o mesmo do de antigamente!

sábado, 16 de junho de 2012

A longa viagem


O filme brasileiro Uma longa viagem, apesar de contar a história de vários irmãos, se concentra na trajetória de um deles, que a família envia para Londres com medo de que ele entrasse na luta armada contra a ditadura militar. A direção, produção e fotografia é de Lúcia Murat, o protagonista é Caio Blat. O filme descreve as andanças do ator que passa nove anos desterrado.
Inspirei-me no filme pra falar pra vocês da saga do Vitória na Segundona. Semelhante a longa viagem do Caio Blat o rubro negro está encetando uma maratona de sete meses pra tentar voltar á Primeira Divisão do futebol brasileiro. É tempo pra chuchu num campeonato que ainda tem trinta e oito jogos.
O time já fez seis jogos até agora e já é tempo de fazer um balanço de sua preparação para este lufa-lufa. Foram quatro vitórias, um empate e uma derrota. Ganhou sete pontos em casa e perdeu dois. Já fora de casa ganhou seis e perdeu três. Nada mal para uma campanha tão longa, que faz com que o clube esteja dividindo a liderança da Segundona com os Américas, o de Minas e o de Natal, só perdendo por apenas um gol a menos de saldo. Melhor do que isso só dois disso!
                                       O problema é o engarrafamento dos concorrentes!

Mas boa parte da crônica da Bahia não gosta do técnico Paulo Cesar Carpegiani e continua fazendo as mesmas críticas desde quando aportou por aqui. Eu também tive dúvidas da sua decisão de acompanhar o jogo nas cabines de TV e da diretoria aceitar a possibilidade de que ele acumulasse trinar o Vitória e a Seleção do Paraguai. Mas tenho senso de autocrítica. Pelo menos até agora tem dado certo.
O time tem um padrão de jogo, ficou mais solidário, passou a defender o resultado com unhas e dentes, e alguns jogadores tem subido de produção, como Neto Baiano, Tartá, Marquinhos, e até o recém-contratado Eduardo Ramos. Mas a diferença está na estratégia desenvolvida pelo comandante Carpé.
Ele, que foi um dos principais meio campistas da seleção brasileira, é ousado, sabe o que quer, e não se conforma com pouca coisa. Mirou logo lá em cima, no título, de olho em dar ao rubro negro um caneco nacional que não possui. Aliás, isso eu aprendi desde criança, quem mira no 10, pode não chegar lá mas alcança no mínimo sete. Já quem mira no quarto lugar pode acabar não levando nada para casa, quanto mais subir de divisão.
                                                         Quero um zagueiro desse!

A confiança que passa o projeto de Carpé repercute nos jogadores e na tal Comissão Técnica formada por ele, seu filho, e os ex-jogadores Ricardo Silva e Flávio Tanajura. Essa turma botou o pessoal para cobrar faltas, defender-se no seu próprio campo quando perde a bola, e a adaptar-se em diversas situações do jogo, seja marcando a saída de bola, seja atuando em contra ataques.
Mas o principal mesmo é que o time passou a jogar mais bola. Não sei se foi só a presença do Carpé ou a eliminação do Botafogo lá no Engenhão. Mas o certo é que a defesa deixou de dar chutão saindo com a bola, o meio de campo está fazendo o seu papel de municiar o ataque, e o time tem preenchido melhor os espaços de campo, com Tartá caindo pela borda esquerda e Marquinhos pela direita, todos trabalhando para as conclusões de Neto.
É certo que o Carpé não tem experiência com a Segundona, mas a diretoria está aí pra alertá-lo.  Afinal, todos tem em mente a experiência do ano passado quando ficamos em quinto lugar e morremos na praia da última rodada, só não se classificando em função da mala branca do Vitória ser menor do que a do Sport.
                                                      A Segundona é muito complicada!

Ninguém quer novamente chegar ao final precisando desesperadamente de um resultado pra subir. E pra isso temos que aprender com os nossos erros. A primeira coisa é que o campeonato é muito grande e os concorrentes estão sempre se reforçando. Assim, não adianta esperar o mesmo rendimento com o time que começou. Basta ver o que está ocorrendo em apenas seis rodadas.
Ceará, Goiás e Avaí começaram mal a bessa mas já estão reforçando seus times e melhorando de produção. Ninguém pense que os paulistas vão continuar arrastando lata, o São Caetano já começou a garantir a honra da firma. O Atlético Paranaense está em crise mais cedo ou tarde esta termina e ele virá com tudo.
O América de Natal tem jogado uma bola redonda e é uma surpresa embora ninguém sabe se vai manter a pegada até o fim aguentando as contusões, expulsões, afastamentos por cartões amarelos, suspensões, etc. Quanto ao América Mineiro e o Joinville tenho ainda mais dúvidas se vão se sustentar onde estão.
                                      Se não subirmos dessa vez vou pular do prédio!

Assim, é preciso estar permanentemente reforçando o elenco, subindo de grau em grau cada vez que os adversários se reforçarem. Acho que a diretoria já passou isso pro Carpé, não é á toa que esta semana está enfrentando o já velho problema dos alas ao renovar o contrato de Nino Paraíba e contratar o jovem gaúcho Denner. Tomara que resolvam a situação das nossas laterais! Imagino ainda que a diretoria vai ter bom senso em se acertar com o Índio, que pode dar uma boa força ao nosso ataque. Aliás, é melhor fazer isso do que ir atrás de outro!
Mas há algumas coisas que temos de saber e fazer pra garantir a subida do Vitória. Gostaria de saber cadê os "estrangeiros" Willian e Marco Aurélio. Afinal, o Vitória trouxe esses dois do futebol da Turquia e de Portugal com o maior estardalhaço e até agora nada! Onde estão? Que estão fazendo? Pelo menos estão reinando? Porque não sentam, pelo menos, no banco? Será que o clube foi enganado mais uma vez pelos empresários trazendo “bondes”?
Outro problema é no gol. O Carpé me desculpe mas o time aí está mal servido. Gustavo está ainda verde, e não é uma revelação como Lee, Dida e outros que passaram por esta posição. Renan é bom dentro do gol mas não sabe sair dele, e, de vez em quando, provoca os maiores desastres. Quanto a Douglas até que é um cara arrojado, que joga com a maior atenção ao que está se passando no jogo, mas..., a rigor, não é goleiro. É um zagueiro que joga debaixo da trave.
                                                     Ah quando eu subir...me aguarde!

Reparem bem quando a bola vai pro gol. Ele espalma prum lado e pro outro, tira a bola por cima, sai pra cortar nos escanteios, antecipa-se aos adversários nos lançamentos, o escambau, só não faz o óbvio...segurar a bola. E não faz isso por que não é um goleiro de profissão. Até hoje não aprendeu os fundamentos de quem joga no gol. Desta forma precisamos de um goleiro bom e experiente, que não trema em jogos que tem o estádio cheio, como aconteceu com Douglas nas decisões contra o São Caetano e o Bahia!
Falta-nos ainda um bom zagueiro central. Eu confesso que prefiro Gabriel ao Rodrigo. Esse, apesar de não ser tão alto e forte, é pesadão e desatento, e já está bem próximo do fim da carreira. Enquanto Gabriel é jovem e muito atento, e produz melhor do que ele junto com Vitor Ramos. Embora, na verdade, seja baixo e franzino, duas coisas que contam contra ele jogar de zagueiro. Mas, definitivamente, na lateral onde Carpé o escala ele só está se “queimando”.
Quero um xerife ali, um cara de 1 metro e 90, que imponha respeito pelo seu porte físico, e tenha também boa mobilidade e impulsão, capaz de tanto cortar as bolas centradas para a área como ir para a área adversária nos escanteios tentando cabecear. Fora esses quero também mais um volante (pois parece que Neto Coruja continua sem querer nada com a bola) e outro centro avante.
                                                                Vem agora o Goiás!

Bem, por hoje é só pois tenho que ligar a TV pra “secar” o Criciúma pois ele pode passar o Vitória. Passamos o fim de semana descansando. O Carpé até foi ao Rio Grande do Sul gozar férias em seu trailer. Na sexta vamos a Goiás fazer um jogo de seis pontos. Todo cuidado é pouco pois se perdermos os goianos ficam na cola. Espero que Nino e Denner joguem.

sábado, 9 de junho de 2012

A melhor notícia do mundo!


Ontem o planeta teve a sua melhor notícia. E olhem que não foi a explosão que se diz que deu origem ao universo pois é veementemente negada pelas religiões e criacionistas. Nem a suspensão da guerra civil na Síria. Ou muito menos a marcação da data do julgamento do mensalão pelo STJ. É que o glorioso E.C.Vitória entrou no G 4 da Segundona do Brasileirão. Isso não acontecia há cinco anos.
Descemos em 2010 e desde então não passamos nem uma rodada entre os quatro que subiriam. Aliás minto, nesse ano isso ocorreu num sábado, quando o meu rubro negro ganhou sabe-se lá de quem, mas no domingo foi ultrapassado, por sabe-se lá de outro e voltamos para o purgatório.  
                                                        Pô o leão está comendo a bola!

Há dois anos tínhamos virado o time dos “quase”. Quase ganhamos a Copa do Brasil numa histórica decisão contra o Santos de Neymar e Cia. Perdemos lá no galinheiro de Vila Belmiro por dois a zero e vencemos no Barradão por dois a um. E olhem que o juiz deixou de marcar um pênalti cometido pela defesa do peixe. O resultado é que fomos vices, e passei o desprazer de ver Robinho, Ganso e Neymar comemorarem o caneco na nossa casa.
Depois daí tudo desandou. É bem verdade que a diretoria demorou pra contratar jogadores e técnicos pensando que o elenco estava “em cima”. Mas num campeonato por pontos corridos a coisa foi outra e fomos ficando por baixo. Quando chegou o último técnico, o delegado Antônio Lopes, a coisa estava mal a Bessa, faltando apenas nove jogos e o leão na zona de rebaixamento.
                                                            Vai subir de elevador!

Houve uma grande campanha pro Vitória não descer. Com exceção dos habituais azarões do Bahia todo mundo torcia para o Vitória não cair, ainda mais que o tricolor estava bem cotado para subir e ficariam dois clubes baianos na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Quando Lopes chegou não faltavam muitos pontos pra ficarmos na elite, ganhando 15 pontos dava. Eram cinco partidas fora e quatro dentro de casa. As de fora eram o fim da picada, Santos, Guarany, Internacional e outros bichos, e as daqui duríssimas, terminando com Corinthians e Atlético Goianiense.
A diretoria prometeu pagar prêmios e o diabo e o time passou a jogar melhor, mas...não ganhava de ninguém. Foi aí que descobri a importância dos três pontos. Conseguimos empatar sem gols às duras penas com o peixe no Pacaembu. Em Campinas e Porto Alegre o leão chegou a abrir o placar mas aconteceram coisas do arco da velha, daquelas que só existem com o Vitória. Tomamos até gol olímpico.
                                          No segundo tempo o time se enroscou todo!

A torcida lotou o Barradão nos quatro jogos finais. Nos dois últimos então não cabia de tanta gente. O Corinthians chegou com Ronaldo e tudo e olhem que botou pra quebrar nos primeiros vinte minutos onde podia ter enfiado uns três gols mas só fez um. O Vitória foi salvo pelo gongo, ou melhor pela contusão de Ronaldo e aí mudou tudo. Empatou, botou os alvinegros do parque São Jorge na roda e só não ganhou porque o juiz deu a maior patriotada deixando de marcar um pênalti clamoroso, uma agressão do goleiro em nosso atacante Adailton.
O resultado é que fomos pro último jogo precisando vencer o Atlético Goianiense. Não parecia ser uma tarefa difícil. O time era do nosso tope mas sabem como é os esquemas defensivos de Lopes...Primeiro se estuda o adversário, depois se vai ao ataque com cuidado, e, quando se perde o “cuidado” já se está no intervalo e atrás no placar. Aí vem o segundo tempo e o delegado só substitui aos 15 e aos 30 minutos, mesmo assim quando a torcida já entrou no desespero.
                                           Realmente, é duro a falta da Primeira Divisão!

Passamos todas essas aflições e mais contra os goianos. E olhem que eles não vieram pra se defender, pelo contrário. Enquanto Lopes estudava o Atlético chegou umas duas vezes na cara do gol, e mais duas quando “atacava com cuidado”. Graças a Deus a bola não entrou. O que eu sei é que só aos 30 do segundo tempo o Vitória foi jogar alguma coisa e entraram Junior e Ramon pra mudar a cara da partida. Mas aí já era tarde.
Bem que Ramon sofreu um pênalti e Junior fez um gol de bicicleta, mas o juiz ignorou a primeira falta e marcou uma inexistente no segundo lance. Fiquei paralisado na cadeira quando esse cara de pau apitou terminando com o jogo e nossa chance de ficar na Primeira Divisão. Nunca foi tão duro subir a rampa do Barradão em um dia em que “quase” ficamos na Primeira Divisão.
                               Era um sofrimento, acendíamos lanternas, e, no final, nada...

No ano passado foi só sufoco, não ganhamos nem no jogo de damas. O campeonato baiano parecia uma barbada, estávamos muitos pontos á frente quando começaram as semi finais. As partidas que pareciam difíceis eram as contra o Bahia, mas ganhamos logo em Pituaçu e podíamos até perder no Barradão, o que acabou ocorrendo.
Depois daí nunca um pentacampeonato foi mais fácil, principalmente quando o Vitória empatou em Feira de Santana com o genérico. Bastava um empate no Barradão e quando Giovanni abriu o placar de falta a torcida comemorou o campeonato. Mas qual, Lopes mandou o time todo recuar e tome-lhe sufoco fazendo o primeiro tempo terminar empatado. Pensam que o time se corrigiu? Nada!
O time continuou jogando do meio de campo pra traz e Viafra, que já vinha mal há um bom tempo, acabou por entregar o ouro definitivamente num chute despretensioso de João Neto. Não adiantou ir pra frente, fazer as substituições habituais, que não teve santo que evitasse o desastre que forçou aos jornais a mudar até a manchete preparada para a comemoração do penta do leão.
                                                                O negócio era fogo!

Por incrível que pareça Lopes ainda foi preservado no clube só caindo mesmo quando do começo desastrado na Segundona. Mais uma vez o Vitória passou por vários técnicos, perdeu um monte de pontos bestas, e, quando Wagner Benazzi assumiu como “especialista em Segunda Divisão”, mesmo conseguindo reagir no final, morremos na praia perdendo a classificação por apenas um ponto para o Sport.
O que foi bom este ano foi começar a montar um time desde o início. O ruim mesmo foi tropeçar de novo no técnico, contratando o anacrônico Toninho Cerezo. Este, acostumado a ganhar os tubos no Japão, só fez m... quando treinou ultimamente no Brasil. Já tinha desgraçado com o Guarany e o Sport, e não contente com isso, quis arrombar também o Vitória. O cara transformou o clube em laboratório inventando a valer e perdendo todos os pontos possíveis imaginando que tiraria a diferença na fase final.
                                               Não havia muqueca que passasse a dor!

Como no tempo em que ficou fora não leu uma linha do que se passava na Bahia não sabia que 80% dos títulos são conseguidos só administrando a vantagem conseguida antes da fase final. Não deu outra coisa! Nosso arqui adversário, que não ganhava nada há onze anos, botou o time pra frente na primeira fase e na segunda jogou lá atrás. Quase não ia pra final eliminado pelo Feirense mas acabou conseguindo um gol milagroso aos 43 minutos do segundo tempo.
Na decisão contra o Vitória jogou todo atrás no Barradão e Marcelo Lomba, que jogava pra renovar contrato, conseguiu um empate sem gols. Não contava com a subida de produção do Vitória que, nesse meio tempo, eliminou o poderoso Botafogo na Copa do Brasil. O resultado é que o rubro negro foi pra cima e só não levou a taça porque o goleiro Douglas resolveu dar um presente de Dia das Mães aos tricolores tomando dois frangos e enterrando definitivamente o sonho do leão ganhar alguma coisa.
                                      Não é brincadeira de CQC não, o Vitória está no G 4!

Para começar a Segundona o Vitória só contratou o bom meia do Náutico Eduardo Ramos, mas começou bem, ganhando (no finalzinho) do Barueri. Logo depois, porém, foi eliminado da Copa do Brasil, vergonhosamente, pelo Curitiba, e apanhou do Criciúma. Essas derrotas, assim como a perda do título, abalaram mais uma vez a nossa grande mas sofrida torcida que não compareceu a goleada que aplicamos no Ipatinga, e no empate que arrancamos do líder América de Natal no finalzinho.
O jogo de ontem teve sabor especial. Continuávamos com desfalques e jogávamos num alçapão. O Vitória como sempre fez dois tempos irregulares. No primeiro tempo alternou boas jogadas ofensivas com falhas da defesa, e no segundo só fez se defender. Mas temos que dar o braço a torcer ao técnico Carpegiani. O cara mandou treinar faltas e não é que foram elas que decidiram o jogo?
                                                          Isso é coisa de Douglas!

Não sei o que está acontecendo com o Neto Baiano até as faltas estão entrando. Depois de tomar um gol de impedimento (mas também de pixotada da defesa) foi a vez de Uéliton cobrar outra falta com o goleiro dando rebote pra Tartá marcar. Parece que essa onda maluca de não descer para acompanhar o jogo e dirigir o Vitória e a Seleção do Paraguai vai funcionar. Só não sei até quando!
 Eu sei que só foram jogadas cinco rodadas. Que a defesa de meu time não inspira confiança, que não temos alas nem goleiro. Que ganhamos o Boa Esporte ontem no sufoco jogando todo mundo atrás pra garantir o resultado. E olhem lá que foi em Varginha, o lugar do ET. Mas vocês podem entender o que a colocação em terceiro lugar representa pra nós rubro negros.
                                                  Mas tem que ficar de olho aberto!

Pô, até terça feira ninguém pode nos tirar do G 4. São quatro dias, noventa e seis horas de felicidade, pelo menos até o jogo contra o Guarany. Tomara que tenhamos chegado pra ficar. Será que podemos “administrar” até o final? “Só” faltam trinta e três rodadas. Uns cinquenta e seis pontos. Não tem torcedor do Vitória que não seja chegado a uma maquininha. Foi o que nos sobrou nesses dois anos. Mas a contar pelo sufoco que eu e meu vizinho passamos no segundo tempo de ontem só deus mesmo é que vai fazer agente ficar vivos até dezembro. Quem viver verá a maior noticia do mundo, o leão de Primeira!

domingo, 3 de junho de 2012

Aviso aos navegantes

                                        Será que estamos subindo?Mas sem esta má companhia! 

Esta semana fui acometido de uma dor na coluna que não desejo a ninguém. Já tinha ido a quatro ortopedistas e feito várias sessões de fisioterapia e necas de pitibiribas. Doía até quando respirava e eles só me recomendavam “paciência”, dizendo que “dor na coluna é assim, demora”.
Foi aí que pedi a Dr. Jose San Martim para ele arranjar qualquer coisa pra me aliviar de forma a que eu pudesse ver a estreia do Vitória na Segundona lá no Barradão. Só havia um probleminha, é que ele é torcedor do arquirrival. Mas, mesmo assim, não se fez de rogado e me passou uma “bomba”, chamado Beta Trinta, e, foi assim, com injeção na bunda e tudo, que a dor foi embora. 
                                            A defesa do leão é que ainda está fraca!

Mas, vocês sabem, como bom torcedor do Bahia, a coisa acabou ficando no meio termo. Passou a dor (não sei até quando) mas não pude ir ao estádio ver o meu Vitorinha pois ainda me sinto muito cansado. E o pior é que perdi o meu companheiro de todas as horas no Barradão, o meu vizinho Carlos Bride. Tendo que assistir à partida na solidão de minha sala, sem nem poder gritar pela janela os gols do leão.
Liguei rádio e TV ao mesmo tempo bem antes, de forma a que, na hora do jogo, já sabia que o Ipatinga é um desses times que está se armando na “boca” do Brasileirão. Se o Barueri contratou 13 os mineiros trouxeram quinze. Oba, mais um time desentrosado pra pegar! Ainda mais que os jogadores estão com salários atrasados. Pensei com meus botões que João Neto (ex-Bahia de Feira) deve ter se arrependido de trocar o rubro negro pelo Ipatingão.
                                                       Caiu no Barradão é ferro!

Olhei para o banco e nada do Carpa que preferiu voltar para as cabines deixando seu filho e Ricardo Silva no banco e na borda do gramado. O time era quase o mesmo da derrota contra o Criciúma, que afastou uma parte da torcida do estádio, com a volta de Michel e a substituição do seis (Saci) pelo meia dúzia (Mansur).
O leão começou arrasador aproveitando-se da péssima defesa desarrumada do Ipatinga. Aos quatro minutos Eduardo Ramos deixou Marquinhos de cara para fazer o primeiro gol. E aos nove, a defesa não consegue sair com a bola que é roubada por Tartá que foi entrando, entrando, e só parou nas redes dos mineiros. O que é que se faz com dois a zero no placar? Saldo para garantir os primeiros lugares, certo? Errado, pois com o leão tudo é diferente, recuando pra viver de contra ataques.
                                     Será que esse ano o leão vai tirara a venda dos olhos?

A tática de chamar o Ipatinga pro nosso campo não foi nada boa, especialmente que nossos contra ataques tem a rapidez de uma tartaruga. Eduardo Ramos continuou “comendo” a bola mas o, a essa altura, Ipatinguinha, passou a explorar as pontas que são “guarnecidas” pelos nossos laterais Gabriel e Mansur.
O primeiro não é do ramo e, aliás, continua jogando mais de zagueiro do que marcando quem vem pela esquerda. E o segundo é regular no ataque mas pior na defesa. Assim, aproveitando as avenidas Mansur e Gabriel os mineiros penetravam e tiveram mesmo umas duas chances, podiam até ter empatado a partida num lance de troca de cabeçadas na área rubro negra aos 37 minutos quando perderam um gol incrível!  Só aí é que o Vitória acordou com Marquinhos recuperando a vitalidade dando boas arrancadas que quase resultaram no terceiro gol.
                            Que Flamengo nada, não pagam nem o que devem a Ronaldinho!

No intervalo entrou até tal de Djavan no ataque mas nada de João Neto. Mas parece que Carpa e Cia corrigiram as falhas nas laterais e, não obstante esperar o Ipatinga, alertou que não é pedir demais os atacantes não recuarem e a agilidade nos contra ataques. O Vitória começou a todo vapor tentando decidir a partida, e aos três minutos a defesa falha para Neto Baiano fazer um belo gol de “bate pronto”. Parecia tudo garantido nos 3 X 0 mas na saída de bola Tiago Pereira perdeu o maior gol da paróquia quando Douglas deu rebote.
Aos 11 Marquinhos deu um susto na torcida caindo com o ombro no chão, mas não foi nada. E aos 12 os mineiros perderam outra chance quando o lateral bateu pra fora. João Neto entrou aos 14, e logo em cima de Gabriel, mas não fez nada. Devia estar se apresentando aos companheiros nesta partida! Quanto ao tal do Djavan só deve ser bom cantando pois nem pegou na bola.
                                             Não adianta chorar por cair de quatro!

Neto ainda perdeu um gol incrível por demorar pra chutar e pra passar a bola, e o time chegou bem na frente aos 18,19 e 20, quase saindo o quarto gol. Aos 23 entrou Giovanni no lugar de um cansado Eduardo Ramos. Seu melhor lance foi dois minutos depois ao bater uma falta que passou perto do travessão. E aos 28 entrou Ananias no lugar de Michel, que também cansou. Quatro minutos depois deu um bom chute de fora da área com a bola também passando perto do gol. Foi a hora que entrou Dinei no lugar do Neto Baiano que saiu entre aplausos (a maioria) e vaias.
Todos os que entraram se saíram bem, mas o melhor mesmo foi Dinei, que na primeira bola que pegou, passada por Tartá, deu um chute forte de fora da área que o goleiro aceitou. Era a glória, uma estreia com quatro a zero em casa. E olha que ainda dava pra ser de mais, pois o Ipatinguinha estava entregue em campo, Giovanni chutou mal aos 40, o goleiro quase toma um frangaço num cruzamento de Ananias, e Marquinhos chegou atrasado numa bola no finzinho da partida.
                                      Romário tá parecendo eu com essa dor na coluna!

Bem, vocês sabem que a torcida do Vitória é ciclo tímica. Delirou com a vitória contra o Barueri fora de casa, depois entrou em depressão com a derrota para o Criciúma. Agora está nas nuvens com a goleada no Ipatinga. Tem gente até que arrisca outra goleada na próxima terça feira quando pegamos o América de Natal, um dos líderes do certame.
Devagar com a louça. Tem que ter cuidado com o América e lembrar que cada jogo é um jogo. Vi o jogo que eles fizeram com o Guaratinguetá ganhando de dois a zero. Ele não tem nenhuma Brastemp jogando. Vá lá o tal do Junior Xuxa até que bate bem na bola, mas nem chega aos pés de Tartá, Pedro Ken, Eduardo Ramos e Marquinhos. Ganharam com muito conjunto, batendo pra valer, e não se acovardando nos contra ataques pois defendem com sete e atacam com uns 3 a 4. Quem olha só para o escore não imagina a dureza da partida, por exemplo, o segundo gol foi no finzinho, um minuto depois do Guará perder um gol debaixo da trave.
                                        Será que vem a mala da CBF pro Vitória não subir?

Eles vem ao Barradão com a mesma conversa, pra fazer o mesmo joguinho feijão com arroz, tentando jogar nos erros do Vitória. No primeiro tempo jogam mais atrás pra sair um pouco mais no segundo tempo. A torcida tem que ter calma, não vaiar o time, e gritar até o finalzinho. Um a zero está ótimo! No ano passado só entramos no G 4 a poucas rodadas do final, desta vez podemos chegar a ele na quarta rodada. Mas só chegar não adianta tem que se manter nele. E olha que a Segundona nem começou. Ou vocês pensam que os torcedores do Ceará, o Goiás, o Avaí vão se contentar com a campanha ridícula que seus times vêm fazendo?