sábado, 9 de junho de 2012

A melhor notícia do mundo!


Ontem o planeta teve a sua melhor notícia. E olhem que não foi a explosão que se diz que deu origem ao universo pois é veementemente negada pelas religiões e criacionistas. Nem a suspensão da guerra civil na Síria. Ou muito menos a marcação da data do julgamento do mensalão pelo STJ. É que o glorioso E.C.Vitória entrou no G 4 da Segundona do Brasileirão. Isso não acontecia há cinco anos.
Descemos em 2010 e desde então não passamos nem uma rodada entre os quatro que subiriam. Aliás minto, nesse ano isso ocorreu num sábado, quando o meu rubro negro ganhou sabe-se lá de quem, mas no domingo foi ultrapassado, por sabe-se lá de outro e voltamos para o purgatório.  
                                                        Pô o leão está comendo a bola!

Há dois anos tínhamos virado o time dos “quase”. Quase ganhamos a Copa do Brasil numa histórica decisão contra o Santos de Neymar e Cia. Perdemos lá no galinheiro de Vila Belmiro por dois a zero e vencemos no Barradão por dois a um. E olhem que o juiz deixou de marcar um pênalti cometido pela defesa do peixe. O resultado é que fomos vices, e passei o desprazer de ver Robinho, Ganso e Neymar comemorarem o caneco na nossa casa.
Depois daí tudo desandou. É bem verdade que a diretoria demorou pra contratar jogadores e técnicos pensando que o elenco estava “em cima”. Mas num campeonato por pontos corridos a coisa foi outra e fomos ficando por baixo. Quando chegou o último técnico, o delegado Antônio Lopes, a coisa estava mal a Bessa, faltando apenas nove jogos e o leão na zona de rebaixamento.
                                                            Vai subir de elevador!

Houve uma grande campanha pro Vitória não descer. Com exceção dos habituais azarões do Bahia todo mundo torcia para o Vitória não cair, ainda mais que o tricolor estava bem cotado para subir e ficariam dois clubes baianos na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Quando Lopes chegou não faltavam muitos pontos pra ficarmos na elite, ganhando 15 pontos dava. Eram cinco partidas fora e quatro dentro de casa. As de fora eram o fim da picada, Santos, Guarany, Internacional e outros bichos, e as daqui duríssimas, terminando com Corinthians e Atlético Goianiense.
A diretoria prometeu pagar prêmios e o diabo e o time passou a jogar melhor, mas...não ganhava de ninguém. Foi aí que descobri a importância dos três pontos. Conseguimos empatar sem gols às duras penas com o peixe no Pacaembu. Em Campinas e Porto Alegre o leão chegou a abrir o placar mas aconteceram coisas do arco da velha, daquelas que só existem com o Vitória. Tomamos até gol olímpico.
                                          No segundo tempo o time se enroscou todo!

A torcida lotou o Barradão nos quatro jogos finais. Nos dois últimos então não cabia de tanta gente. O Corinthians chegou com Ronaldo e tudo e olhem que botou pra quebrar nos primeiros vinte minutos onde podia ter enfiado uns três gols mas só fez um. O Vitória foi salvo pelo gongo, ou melhor pela contusão de Ronaldo e aí mudou tudo. Empatou, botou os alvinegros do parque São Jorge na roda e só não ganhou porque o juiz deu a maior patriotada deixando de marcar um pênalti clamoroso, uma agressão do goleiro em nosso atacante Adailton.
O resultado é que fomos pro último jogo precisando vencer o Atlético Goianiense. Não parecia ser uma tarefa difícil. O time era do nosso tope mas sabem como é os esquemas defensivos de Lopes...Primeiro se estuda o adversário, depois se vai ao ataque com cuidado, e, quando se perde o “cuidado” já se está no intervalo e atrás no placar. Aí vem o segundo tempo e o delegado só substitui aos 15 e aos 30 minutos, mesmo assim quando a torcida já entrou no desespero.
                                           Realmente, é duro a falta da Primeira Divisão!

Passamos todas essas aflições e mais contra os goianos. E olhem que eles não vieram pra se defender, pelo contrário. Enquanto Lopes estudava o Atlético chegou umas duas vezes na cara do gol, e mais duas quando “atacava com cuidado”. Graças a Deus a bola não entrou. O que eu sei é que só aos 30 do segundo tempo o Vitória foi jogar alguma coisa e entraram Junior e Ramon pra mudar a cara da partida. Mas aí já era tarde.
Bem que Ramon sofreu um pênalti e Junior fez um gol de bicicleta, mas o juiz ignorou a primeira falta e marcou uma inexistente no segundo lance. Fiquei paralisado na cadeira quando esse cara de pau apitou terminando com o jogo e nossa chance de ficar na Primeira Divisão. Nunca foi tão duro subir a rampa do Barradão em um dia em que “quase” ficamos na Primeira Divisão.
                               Era um sofrimento, acendíamos lanternas, e, no final, nada...

No ano passado foi só sufoco, não ganhamos nem no jogo de damas. O campeonato baiano parecia uma barbada, estávamos muitos pontos á frente quando começaram as semi finais. As partidas que pareciam difíceis eram as contra o Bahia, mas ganhamos logo em Pituaçu e podíamos até perder no Barradão, o que acabou ocorrendo.
Depois daí nunca um pentacampeonato foi mais fácil, principalmente quando o Vitória empatou em Feira de Santana com o genérico. Bastava um empate no Barradão e quando Giovanni abriu o placar de falta a torcida comemorou o campeonato. Mas qual, Lopes mandou o time todo recuar e tome-lhe sufoco fazendo o primeiro tempo terminar empatado. Pensam que o time se corrigiu? Nada!
O time continuou jogando do meio de campo pra traz e Viafra, que já vinha mal há um bom tempo, acabou por entregar o ouro definitivamente num chute despretensioso de João Neto. Não adiantou ir pra frente, fazer as substituições habituais, que não teve santo que evitasse o desastre que forçou aos jornais a mudar até a manchete preparada para a comemoração do penta do leão.
                                                                O negócio era fogo!

Por incrível que pareça Lopes ainda foi preservado no clube só caindo mesmo quando do começo desastrado na Segundona. Mais uma vez o Vitória passou por vários técnicos, perdeu um monte de pontos bestas, e, quando Wagner Benazzi assumiu como “especialista em Segunda Divisão”, mesmo conseguindo reagir no final, morremos na praia perdendo a classificação por apenas um ponto para o Sport.
O que foi bom este ano foi começar a montar um time desde o início. O ruim mesmo foi tropeçar de novo no técnico, contratando o anacrônico Toninho Cerezo. Este, acostumado a ganhar os tubos no Japão, só fez m... quando treinou ultimamente no Brasil. Já tinha desgraçado com o Guarany e o Sport, e não contente com isso, quis arrombar também o Vitória. O cara transformou o clube em laboratório inventando a valer e perdendo todos os pontos possíveis imaginando que tiraria a diferença na fase final.
                                               Não havia muqueca que passasse a dor!

Como no tempo em que ficou fora não leu uma linha do que se passava na Bahia não sabia que 80% dos títulos são conseguidos só administrando a vantagem conseguida antes da fase final. Não deu outra coisa! Nosso arqui adversário, que não ganhava nada há onze anos, botou o time pra frente na primeira fase e na segunda jogou lá atrás. Quase não ia pra final eliminado pelo Feirense mas acabou conseguindo um gol milagroso aos 43 minutos do segundo tempo.
Na decisão contra o Vitória jogou todo atrás no Barradão e Marcelo Lomba, que jogava pra renovar contrato, conseguiu um empate sem gols. Não contava com a subida de produção do Vitória que, nesse meio tempo, eliminou o poderoso Botafogo na Copa do Brasil. O resultado é que o rubro negro foi pra cima e só não levou a taça porque o goleiro Douglas resolveu dar um presente de Dia das Mães aos tricolores tomando dois frangos e enterrando definitivamente o sonho do leão ganhar alguma coisa.
                                      Não é brincadeira de CQC não, o Vitória está no G 4!

Para começar a Segundona o Vitória só contratou o bom meia do Náutico Eduardo Ramos, mas começou bem, ganhando (no finalzinho) do Barueri. Logo depois, porém, foi eliminado da Copa do Brasil, vergonhosamente, pelo Curitiba, e apanhou do Criciúma. Essas derrotas, assim como a perda do título, abalaram mais uma vez a nossa grande mas sofrida torcida que não compareceu a goleada que aplicamos no Ipatinga, e no empate que arrancamos do líder América de Natal no finalzinho.
O jogo de ontem teve sabor especial. Continuávamos com desfalques e jogávamos num alçapão. O Vitória como sempre fez dois tempos irregulares. No primeiro tempo alternou boas jogadas ofensivas com falhas da defesa, e no segundo só fez se defender. Mas temos que dar o braço a torcer ao técnico Carpegiani. O cara mandou treinar faltas e não é que foram elas que decidiram o jogo?
                                                          Isso é coisa de Douglas!

Não sei o que está acontecendo com o Neto Baiano até as faltas estão entrando. Depois de tomar um gol de impedimento (mas também de pixotada da defesa) foi a vez de Uéliton cobrar outra falta com o goleiro dando rebote pra Tartá marcar. Parece que essa onda maluca de não descer para acompanhar o jogo e dirigir o Vitória e a Seleção do Paraguai vai funcionar. Só não sei até quando!
 Eu sei que só foram jogadas cinco rodadas. Que a defesa de meu time não inspira confiança, que não temos alas nem goleiro. Que ganhamos o Boa Esporte ontem no sufoco jogando todo mundo atrás pra garantir o resultado. E olhem lá que foi em Varginha, o lugar do ET. Mas vocês podem entender o que a colocação em terceiro lugar representa pra nós rubro negros.
                                                  Mas tem que ficar de olho aberto!

Pô, até terça feira ninguém pode nos tirar do G 4. São quatro dias, noventa e seis horas de felicidade, pelo menos até o jogo contra o Guarany. Tomara que tenhamos chegado pra ficar. Será que podemos “administrar” até o final? “Só” faltam trinta e três rodadas. Uns cinquenta e seis pontos. Não tem torcedor do Vitória que não seja chegado a uma maquininha. Foi o que nos sobrou nesses dois anos. Mas a contar pelo sufoco que eu e meu vizinho passamos no segundo tempo de ontem só deus mesmo é que vai fazer agente ficar vivos até dezembro. Quem viver verá a maior noticia do mundo, o leão de Primeira!

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