Galdino Antônio Ferreira da Silva
Geralmente, o futebol ocupa, nos jornais, o espaço dedicado aos esportes. O Campeonato Baiano de 1976 mudou um pouco a regra. No dia 25 de julho, assim que o clássico Bahia x Vitória terminou, a Fonte Nova foi palco de um conflito que envergonhou o futebol baiano. Os jogadores do Bahia, que tinham sido derrotados por 1X0, inconformados com o resultado, partiram para cima dos jogadores do Vitória.
Não foi o primeiro incidente, já que em outros jogos, a prática antidesportiva foi idêntica. Só que, desta vez, acabou na delegacia.
Fischer, Jurandir, Jorge Valença e Léo Sales, todos eles jogadores do Esporte Clube Vitória, dirigiram-se até a Primeira DP no mesmo dia. Acompanhados pelo presidente do clube Alexi Portela, foram submetidos a exame de corpo delito. O artilheiro argentino Fischer apontou Paulo Maracajá (diretor), Perivaldo, Sapatão e Jesum (jogadores), como os seus agressores.
Fischer, Jurandir, Jorge Valença e Léo Sales, todos eles jogadores do Esporte Clube Vitória, dirigiram-se até a Primeira DP no mesmo dia. Acompanhados pelo presidente do clube Alexi Portela, foram submetidos a exame de corpo delito. O artilheiro argentino Fischer apontou Paulo Maracajá (diretor), Perivaldo, Sapatão e Jesum (jogadores), como os seus agressores.
Irritado, Fischer lamentou o acontecimento:
Esses caras são uns selvagens. Não sabem perder. Todo jogo que ganhamos eles procuram apelar. Perdemos recentemente para eles e não houve problemas. Futebol não é isto. Vim da escola do futebol argentino, onde o esporte é muitas vezes viril, mas não há deslealdade. Futebol é para profissionais autênticos e não para selvagens.
Esses caras são uns selvagens. Não sabem perder. Todo jogo que ganhamos eles procuram apelar. Perdemos recentemente para eles e não houve problemas. Futebol não é isto. Vim da escola do futebol argentino, onde o esporte é muitas vezes viril, mas não há deslealdade. Futebol é para profissionais autênticos e não para selvagens.
Este episódio originou alguns comentários irônicos e espirituosos. Tim, o técnico do Vitória, que fora um dos grandes craques do futebol brasileiro, comentou:
“Andaram falando que o Bahia viria a campo treinar. Realmente, também preparei meu time para um treino. E como em treino, tem que haver gol, o Vitória foi lá e ganhou o coletivo.”
Já o presidente do Esporte Clube Vitória, Alexi Portela, para protestar contra o ato de violência, enviou uma carta de renúncia ao presidente do Conselho Deliberativo, Luís Catarino Gordilho. O trecho mais interessante da carta é o seguinte:
Sou presidente de um clube de futebol e não presidente de uma equipe de lutadores profissionais. Não vou trazer craques para o meu time para depois fazer suas esposas viúvas. Meus jogadores são agredidos todas as vezes que ganham do Bahia. Então, cheguei à conclusão de que ganhar do Bahia é um crime. Como não podemos ganhar do Bahia, sem que nossos jogadores sejam massacrados, é melhor sair para não comandar um time que deixará muitas senhoras viúvas. Eram tempos de glórias do nosso futebol, um campeonato bem disputado não somente por Bahia e Vitória, mais também pelo Fluminense de Feira, Itabuna e Atlético de Alagoinhas que venceu todos os jogos contra o Vitória neste ano e a cada clássico havia uma vitória para cada quadro, como o Bahia tinha vencido o anterior por 3 a 1, se acharam invencíveis e favorito para este jogo.
“Andaram falando que o Bahia viria a campo treinar. Realmente, também preparei meu time para um treino. E como em treino, tem que haver gol, o Vitória foi lá e ganhou o coletivo.”
Já o presidente do Esporte Clube Vitória, Alexi Portela, para protestar contra o ato de violência, enviou uma carta de renúncia ao presidente do Conselho Deliberativo, Luís Catarino Gordilho. O trecho mais interessante da carta é o seguinte:
Sou presidente de um clube de futebol e não presidente de uma equipe de lutadores profissionais. Não vou trazer craques para o meu time para depois fazer suas esposas viúvas. Meus jogadores são agredidos todas as vezes que ganham do Bahia. Então, cheguei à conclusão de que ganhar do Bahia é um crime. Como não podemos ganhar do Bahia, sem que nossos jogadores sejam massacrados, é melhor sair para não comandar um time que deixará muitas senhoras viúvas. Eram tempos de glórias do nosso futebol, um campeonato bem disputado não somente por Bahia e Vitória, mais também pelo Fluminense de Feira, Itabuna e Atlético de Alagoinhas que venceu todos os jogos contra o Vitória neste ano e a cada clássico havia uma vitória para cada quadro, como o Bahia tinha vencido o anterior por 3 a 1, se acharam invencíveis e favorito para este jogo.
O Vitória já havia conquistado duas fases do campeonato e vinha de uma derrota para o Atlético de Alagoinhas também por 3 a 1. Aí o Bahia contou com ovo antes da galinha e perdeu por 1 a 0 gol de Fischer. Depois do jogo o “sururu” tomou conta do jogo. Todos foram pra cima do arbitro Clinamurte Vieira França, todos digo do Bahia, pois os jogadores do Vitória tentaram proteger o arbitro e ai “o pau quebrou”. Mas não era a primeira vez naquele ano. Em outras jogos que o Bahia saiu derrotado para o Vitória quase houve confusão e neste não teve como não conter a fúria sem causa dos jogadores em questão.
Sem dúvidas um dos fatos lamentáveis do futebol baiano.
Sem dúvidas um dos fatos lamentáveis do futebol baiano.
Em outro BA-Vi pelo Campeonato Baiano, em 1995, na tentativa de desestabilizar o adversário, forçar uma agressão e, consequentemente, expulsão, o falastrão e baixinho meia Preto, do Vitória, insinuou que ter mantido relações sexuais com a mulher do tricolor Parreira, zagueiro. O defensor do Bahia revidou e prontamente, e acabou levando o cartão vermelho, para satisfação de Preto e da torcida rubro-negra.
Na saída do gramado, Parreira cometeu a asneira de narrar o fato aos repórteres. Como os dois atletas moravam no mesmo condomínio, na orla de Salvador, a imprensa logo tratou de especular que o suposto envolvimento sentimental entre Preto e a esposa do colega realmente acontecia, o que foi negado pelo provocador.
O caso teve enorme repercussão e foi parar, logicamente, nas arquibancadas.
Na saída do gramado, Parreira cometeu a asneira de narrar o fato aos repórteres. Como os dois atletas moravam no mesmo condomínio, na orla de Salvador, a imprensa logo tratou de especular que o suposto envolvimento sentimental entre Preto e a esposa do colega realmente acontecia, o que foi negado pelo provocador.
O caso teve enorme repercussão e foi parar, logicamente, nas arquibancadas.
Em outro clássico, dias depois, um dos coros da galera rubro-negra era – “Preto transou com a mulher de Parreira”, repetido exaustivamente, para desespero do zagueirão. Inflamado com os gritos da torcida adversária e as provocações de Preto, deu um soco no meia e, novamente, foi expulso. Só que, após o jogo, não foi para a sua casa, e sim para a de Preto, a qual invadiu armado com um revólver. Puxou o colega pelos cabelos e o levou até a sua casa. Mandou que ele ajoelhasse em frente à sua esposa e, com a arma apontada para a cabeça, desmentisse o adultério. O “pedido” foi plenamente atendido.
Liberado, Preto foi até a delegacia e prestou queixa. Parreira alegou ter agido em defesa da honra. E ficou por isso mesmo!
Este foi outro fato lamentável do nosso futebol. Quem jogou futebol sabe que dentro de campo às vezes saem estas baboseiras: um xinga o outro, mandam tomar naquele lugar, chamam uns e outros de “filho da puta”, etc. Neste dia Preto, que era mestre em desestabilizar o emocional de qualquer um fraco de cabeça, quase pagou caro muito caro. Ainda bem que ficou somente nisto.
Este foi outro fato lamentável do nosso futebol. Quem jogou futebol sabe que dentro de campo às vezes saem estas baboseiras: um xinga o outro, mandam tomar naquele lugar, chamam uns e outros de “filho da puta”, etc. Neste dia Preto, que era mestre em desestabilizar o emocional de qualquer um fraco de cabeça, quase pagou caro muito caro. Ainda bem que ficou somente nisto.
* Agradeço pelas imagens aos blogs tribunadocariri.com e videoplayesportes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário