A vencedora Natalie Portman sendo cumprimentada
A televisão veio pra Bahia no final de 1960. Alguns anos depois começou a transmitir a cerimônia do Oscar do cinema. Desde essa época fiquei fã. Não perdia uma! Até depois de me casar, nos anos setenta, confesso que íamos dormir lá pras três da manhã pra ver nossos artistas preferidos aparecerem na telinha. Mas naquela época era muito diferente de hoje. Lembro que Bibi Ferreira ia pra Los Angeles transmitir o prêmio pra TV Tupi. É que, apesar da indústria do cinema ter sido sempre comercial, eram indicados realmente os melhores filmes, os grandes artistas, as espetaculares trilhas sonoras, e que marcaram época.
Há alguns dias demos aqui em casa uma sessão nostalgia nos agendando pra assistir o Oscar 2011. Foi uma decepção. Primeiro nos esquecemos do horário ligando a TV quando já havia começado. Segundo, é que virou um programa de televisão. Um espetáculo onde vale tudo pra prender os espectadores na cadeira. Dos concorrentes selecionados pela Academia, então, nem se fala. Com raras exceções, são filmes de segunda, e até de terceira, categoria, os indicados, geralmente por interesses comerciais e pra ajudar a sua divulgação. Como diz um dos críticos: qual é a graça de se abrir um envelope quando agente já sabe quem será premiado?
Aliás, vários dos vencedores ou indicados estão entre os filmes com maior arrecadação nas bilheterias. Toy story 3 já arrecadou um bilhão de dólares. A origem 824 milhões. Rede social 221 milhões. Bravura indômita 175 milhões, e Cisne negro 172 “mi”.
Que diferença de antigamente!
Esse ano a audiência do prêmio caiu em dez por cento. Até a crítica norte-americana “caiu de pau”. Falou mal dos apresentadores e disse que a “safra” de filmes não foi boa. No tradicional jornal O “Estadão” saiu coluna denominando-o “o chato do Oscar”. E usou a mesma expressão o artigo que saiu não Globo.com. Com exceção dos cinéfilos e desinformados salta aos olhos que a indústria do cinema norte-americano é parte ativa da crise do império há muitos anos.
É claro que há exceções que confirmam a regra. Um documentário denúncia á crise financeira premiado (Trabalho interno) e a escolha razoável de Natalie Portman (se bem com fraco filme Cisne negro) levando o título de melhor atriz. Em compensação um regular ator inglês Colin Firth abiscoitou o prêmio de melhor ator, e um filme ainda pior, O discurso do rei, ficaria como o melhor filme e, de lambuja, o melhor diretor (Tom Hooper). A melhor atriz coadjuvante (na verdade protagonista do filme O vencedor) teve que espalhar out doors em Hollywood fazendo sua auto propaganda pra ganhar a estatueta cada vez menos valorizada.
Mas deixemos pra lá essas coisas. O que nos interessa mesmo é o “Oscar” da Fonte Nova. Em outros artigos colocados neste blog já informei os sete primeiros clubes a jogar na Fonte Nova. Todos baianos e no mesmo dia da inauguração. Os primeiros foram Botafogo e Guarani. Depois vieram Ypiranga e São Cristóvão. Depois Vitória e Galícia, e, em sétimo, o Bahia. Destes, só estão em atividade profissional, o Ypiranga (que passa a ser o primeiro), Vitória e Galícia, e Bahia (que passou a ser o quarto).
Se lembram da Marilyn?
O artigo de hoje, entretanto, é voltado para os visitantes. O primeiro clube de fora de Salvador que jogou na Fonte Nova foi o Fluminense (RJ), exatamente na data magna baiana que celebra a chamada independência. Aliás, este foi um dos argumentos para a liberação do estádio na época. É que desde o dia da inauguração o estádio, que havia sido aprontado de qualquer jeito, foi interditado para obras. Nesta ocasião o Fluminense fazia excursão á Bahia e “mexeu os pauzinhos” pra jogar pelo menos uma partida na Fonte Nova. Aliás, foi a única que ganhou (dois a zero no Bahia), perdendo pro Galícia (dois a zero) e empatando com Ypiranga (1 X 1) e Vitória (0 X 0) no campo da Graça.
O segundo clube, e primeiro paulista, seria a Portuguesa de Desportos. Seria vitoriosa em um torneio disputado no estádio este mês com a participação de Ypiranga, Vitória e Bahia. Na estreia o primeiro cairia perante os visitantes por seis a um. Depois daí foi muito mais duro programar jogos no estádio pela resistência de encarregados da obra como Nilton Simas. Mas em novembro fariam outro torneio onde seriam convidados o Vila Nova (MG) e o Vitória (ES), respectivamente, primeiro clube mineiro e primeiro capixaba a jogar no nosso histórico estádio. A rodada dupla que marcou suas estreias ocorreu em 11 de novembro e foi entre eles mesmos terminando com o empate em um gol, enquanto o Bahia derrotava o Ypiranga pelo escore mínimo, num torneio ganho pelos mineiros.
O quinto clube, e o primeiro gaúcho, seria o Internacional que enfrentaria em abril de 1952 por duas vezes a seleção baiana, que se preparava para o campeonato brasileiro de seleções, derrotando-a por um a zero e dois a um. Até então o estádio ainda não estava liberado para os jogos, tanto é assim que a própria decisão do certame baiano do ano anterior, entre Vitória e Ypiranga, se realizaria no velho estádio da Graça.
A indústria segurando os premios pra não haver surpresas!
O sexto clube, e o primeiro de Pernambuco, chegam já em outra situação, quando o estádio já está liberado para os jogos do campeonato estadual como exigiram os clubes. É o América que perde um amistoso para o Bahia por dois a um. Neste ano organizam outro torneio com a participação de Vitória, Bahia e Ypiranga, e convidam o sétimo clube, o Curitiba, que estreia ganhando do Vitória pelo escore mínimo, pra depois perder pro Ypiranga e Bahia pelo mesmo escore de dois a um.
A lista dos “dez mais” só seria completa em 1953. No fatídico torneio Regis Pacheco realizado em março, onde os baianos foram arrasados na primeira rodada, apresentam-se Internacional (RS) e Flamengo contra a dupla BA-VI. Assim o Flamengo torna-se o oitavo visitante e o segundo clube carioca, derrotando o Vitória por 8 X 2, o Bahia por dois a um e empatando com o Internacional em dois gols.
E olhem que Obama torce pra um dos dez visitantes!
Em abril seria a vez do simpático São Cristóvão (RJ), o nono visitante e o terceiro carioca, que viria fazer um amistoso contra o Vitória onde perderia por três a um. E, por último, em junho, chega o Atlético Mineiro, o décimo visitante e o segundo mineiro, pra atuar contra o Bahia, perdendo por dois a um.
· Agradeço as informações e imagens dos sites coluna.epocanegocios.globo.com, globo.com,de Artur Xexéo, do Almanaque do Futebol Brasileiro e do blog pipocacombo.com.
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