domingo, 5 de junho de 2011

Os monstros da lagoa negra

                                                      Mas que monstro "derrubado"!

Quando apareceu a televisão na Bahia em 1960 logo depois começaram a comprar filmes norte-americanos “a dar de pau”. Lembro-me que empurravam tudo que era seriado. Agente assistia Bonanza, Túnel do tempo, Jeannie é um gênio, A feiticeira, Agente 86, Os três patetas e Jornada nas estrelas, e outros menos votados. Os produtores brasileiros acabaram reagindo com séries ainda piores entre as quais o triste O patrulheiro rodoviário cujo cão interpretava melhor as aventuras.
Um dos primeiros filmes de terror que vi me lembro até hoje, foi O monstro da lagoa negra com Antônio Moreno, Julie Adams e Richard Calson. Na época agente achou o máximo. Passou umas trezentas vezes e toda vez que agente assistia sonhava com o monstro. A história se passava na Amazônia e era mais ou menos a seguinte. Um pesquisador procurava descobrir o elo entre os seres anfíbios e terrestres e acabou “futucando” onde não devia aparecendo este monstro assassino.
Trinta anos depois voltei a assistir este filme que povoou as noites da minha adolescência e confesso que achei grotesco.  Não consegui entender como fui capaz de me assustar cum um monstro onde até as escamas eram mal feitas e cuja direção de Jack Arnold deixava muito a desejar em relação aos horrores de hoje.
                                      Esse dava de dez a zero no terror de ontem e de hoje!

O mundo é pródigo de monstros de lagos. Tem gente que jura que já viu essas criaturas em vários países, que aproveitaram pra desenvolver o turismo. O mais famoso é o do Lago Ness na Escócia e vou lá ainda este ano pra conferir. Mas tudo isso é inveja da Bahia que demorou pra entrar no esquema dos voos charters e complexos hoteleiros.
Aqui há monstros muito piores do que o da lagoa negra e desses lendários todos desde que o estádio da Fonte Nova foi construído ao pé do Dique do Tororó.  Correm muitas versões sobre o aparecimento deste logradouro.  Uns dizem que foi feito pelos holandeses, pra evitar que os baianos recuperassem o atual Centro Histórico do qual haviam se apossado em 1624.
Já outros, não aceitando que estrangeiros tenham feito o nosso dique, não abrem mão da versão de que foram os baianos que o construíram pra isolar os holandeses naquela área. Mas eu prefiro acreditar na versão de que ele já existia muito antes da fundação de Salvador em 1549.
               É, dessa vez tenho que concordar com Obama, o time do Americana é ruim demais!

Na verdade não era um dique coisa nenhuma. Foi uma grande lagoa, sendo aterrada desde meados do Século XIX, inicialmente pra construção da Ladeira dos Galés, que tem este nome em função dos presidiários que foram usados no trabalho.
Desde que eu me entendo por gente se dizia que haviam monstros no dique. É que muita gente o utilizavam pra lavar roupa, o pessoal dos terreiros pra fazer obrigações, e quem quisesse atravessá-lo tinha que vir da baixa dos Sapateiros de bonde ou ultrapassá-lo de barco. Nessa brincadeira muita gente se afogou. Dizia-se que se caísse na lagoa não tinha salvação, pois alguma coisa puxava pra baixo. E, por coincidência, sempre que um “monstro” do futebol visitava a Bahia.
Não dá pra comparar o monstro canastrão da lagoa negra, nem os pra enganar os turistas com os que apareceram por aqui. Desde que se consolidou como uma boa praça para o futebol os baianos viram de tudo. Já no campinho do Rio Vermelho apareceram o Cotinguiba (SE) e o Vila Isabel (RJ). Mas, depois que ficou pronto o Estádio da Graça, a coisa piorou, jogando ali Guarda Velha, Floriano, Dragon Marinha e Moínho da Bahia (BA), Andaraí (RJ), Bandeirantes (SP).
                                                   Ô Dilma, vê se se livra logo do Palozzi!

Não faltaram os covers, quando falsificaram São Paulo e Ypiranga. No último ano que a velha praça de esportes de arquibancadas de madeira funcionou ainda veio por aqui o Metaluzina, o Siderúrgica (MG) e o Lanammet (SP).
Na Fonte Nova teve de tudo. O São João de Plataforma (BA), o Canto do Rio (RJ), o Taubaté (SP) e o Democrata de Sete Lagoas. Este último, que apareceu em 1959, assustou legal os torcedores, principalmente por ser de sete lagoas ao invés de uma como os outros monstros. Foi por isso que ganhou do Galícia por dois a zero. E o que dizer da FUBE, da ADESG e do Piripiri (PI)?
Não escapamos dos monstros nem quando foi construído o anel superior do estádio. Naquele mesmo ano apareceu por aqui o Itabaiana (SE), mas, como era um monstro do estado vizinho, foi posto a correr pelo Bahia que o derrotou por três a zero. Foi no ano em que a CBD começou a organizar o Campeonato Brasileiro que prometia acabar com os monstros, mas o que se viu foi a situação piorar, até um ponto onde participaram 94 clubes do certame.
                                              Com esse leão vamos pra Terceira Divisão!

Só quando a finada CBD saiu de cena, e criaram a CBF para cuidar só da máfia..., digo do futebol, é que os monstros sumiram da Bahia. É certo que estiveram por aqui uns aprendizes de monstro, mas nada que preocupasse.  No fim dos anos 90 tal de Astro (Feira de Santana) chegou de surpresa no Barradão, mas o Vitória “espanou” vencendo por três a zero.
Foi o sinal pros monstros voltarem no novo milênio. Na primeira década sofremos horrores. Veio o Atlético Cajazeirense, o Fast Clube, Coruripe, Ananindeua, Pirambu e Ceilândia. A situação chegou ao ponto da FBF mandar chamar os monstros da nossa lagoa negra/Dique do Tororó pra botar os monstros de fora pra correr.
Mas o mundo não muda mesmo. Ninguém esperava que na segunda década do milênio os monstros continuem aparecendo. É que o Vitória agora está na Segunda Divisão e tem monstro “pra dar de pau”. Vamos falar só de dois: o Salgueiro (PE) e o Ituiutaba (MG). Embora todo mundo saiba dos covers Duque de Caxias e Americana (SP).
                       Torcedor do Vitória fazendo promesssa pra não perder pro Duque de Caxias!

Será que pensam que torcedor baiano é besta. Como se atrevem a falsificar o vetusto patrono do Exército Brasileiro com um time tão chinfrim? Soubemos recentemente que o Congresso Norte-americano aprovou uma moção a Dilma reclamando da qualidade desse time paulista.
Foi por isso que ela demorou pra mandar Palocci explicar o aumento de vinte vezes de seu patrimônio nos últimos quatro anos. É que a coisa estava sendo tratada em sigilo, usando o dinheiro público pra reforçar o Americana pra que ele Obama não passe tanta vergonha. Foi assim que este monstro saiu da lanterna ontem.
Mas vamos aos dois monstros reais que estão se pr5eparando pra vir á Salvador. Aliás, os torcedores rubro negros estão pedindo a eliminação sumária de Salgueiro e Ituiutaba. Não fosse estarem na tabela á frente do Vitória, mas pelo fato de um estar indevidamente praticando futebol e fingir representar Pernambuco quando na verdade é integrado por costureiros e passistas da Escola de Samba do salgueiro do Rio de Janeiro.  
                                                              Que Lago Ness nada!

O outro é caso de polícia. Imaginem que Itu fica em São Paulo e é acidade onde tudo é maior do que os outros. E foi pra concorrer com a Itu paulista que inventaram este tal do Itu. iutaba pra atrapalhar o leão na Segundona.
Não é “teoria da conspiração” não. A CBF e o turismo internacional querem continuar desconhecendo os nossos monstros e manter o Vitória na zona de rebaixamento pra terceira Divisão. Mas o rubro negro promete reagir e a diretoria já anunciou como reforços os conhecidos João da Silva, do ASA de Arapiraca, e Antônio das Dores, do Garanhuns.  

·          Agradeço ao site Adoro cinema e aos blogs conquistadofuturo. blogspot.com, nucleomole.blogspot.sapo.pt, fanzineepesadocultural.blogspot.com e cinemaxunga.net.

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