domingo, 24 de julho de 2011

Coitadinha da Amy Winehouse!

                           
                                   
                                                        Tentaram me mandar para a reabilitação.
                                                         Eu disse “não, não, não”.
                                                         É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
                                                         Vocês vão saber (...)
                                                         Não posso ficar 70 dias internada
                                                          Porque não há nada
                                                          Não há nada que possam me ensinar lá
                                                                                                            Amy Winehouse (Rehab)             

Fiquei chocado com a morte de Amy Winehouse. Afinal, era uma dos nomes mais criativos num cenário musical onde os artistas são muito previsíveis.  Fica difícil até classificar o seu estilo. Afinal de contas era uma cantora de jazz, soul, rhythm and blues? Brigou como pode com a indústria musical e da comunicação que procurava mantê-la em evidencia muito menos por seu talento e muito mais pelos escândalos falsos e verdadeiros que era um verdadeiro “prato cheio” para a mídia sensacionalista.
E agora, quem é que vai substituí-la? Já não há mais Michael Jackson e a Lady Gaga não passa de uma invenção grosseira e sem talento que não vai durar muito tempo. A quem é que vão acusar de estar bêbadas nos concertos quando todo mundo sabe que muitos artistas “tomam uma” (ou muitas) antes, durante e depois das apresentações?
                                                Amy se aborrecia muito com o Vitória!

Mas o que muita gente não sabe é que Amy gostava muito de futebol. E como era diferente não ia assistir ao Chelsea, Manchester United e outros bichos do Reino Unido. Era vidrada no futebol baiano! A imprensa do Sul nunca conseguiu apurar o que ela fazia quando se trancava no hotel, mas ela alugou um avião só pra vir à Bahia.
Só acompanhava a terrinha por ouvir falar. Tinha gente que mandava pra ela tudo o que acontecia por aqui. Aliás, foi assim que adquiriu sua criatividade, e aprendeu a se atrasar para os shows. Afinal de contas em que lugar os shows começam mais atrasados do que a Bahia?
Ela nasceu um dia depois de começar as quartas de final do terceiro turno do campeonato baiano de 1983. Já criancinha perguntava como é que os baianos faziam tantos turnos pra decidir quem era o campeão. E olhem que ainda teve o quarto turno e os jogos finais onde os times levavam pontos, e...deixa pra lá. Foi assim que aprendeu a fazer coisas que ninguém entendia!
                                                    Ela fez tatuagens no Pelourinho!

Foi no ano que criou a sua primeira banda, a Sweet in Sour, que o Vitória voltou á Primeira Divisão. Foi um dos principais acontecimentos do planeta naquele ano, e o rubro negro estava na mídia mundial pois chegou a final contra o Palmeiras obtendo mais um vice. Aquilo chamou a atenção de Amy que se entusiasmou com a criatividade dos brasileiros. Na verdade o regulamento do campeonato brasileiro competia com a invencionice dos baianos. Havia duas “séries”, uma com os clubes famosos e outra com os “sem mídia”. Classificavam-se três times em uma e cinco em outra e no final começavam um quadrangular do zero.
Quando começou a tocar guitarra, três anos depois, o leão já estava emendando seu primeiro “tri” na Bahia. Mas, os baianos chamariam de novo a sua atenção em 1999 quando completava dezesseis anos e começava a sua carreira como cantora em Londres. Aquele foi mais um ano de fama da Bahia. É que nas finais do campeonato entre a dupla BA-VI o tricolor, depois de vencer a primeira partida na Fonte Nova recusou-se a jogar no Barradão usando como testa de ferro o Clube de Regatas Itapagipe, que entrou com uma reclamação na federação alegando que o estádio “não teria condições de sediar uma final de campeonato”.
             A criatividade de Amy se deve a Bahia. Quem tem um metrô que nunca termina?

Naquele dia, mais uma vez de forma criativa, as duas torcidas foram a Fonte Nova e ao Barradão comemorar o título. Houve festa dos dois lados. O abacaxi, porém ficou para a STJD que levou dois anos enrolando pra dar o resultado que todo mundo sabia, a divisão do título.
Vou aproveitar pra revelar um segredo. O ano que Amy gravou seu primeiro álbum, Frank, ela estava muito triste pois o Bahia caiu pra Segunda divisão. Mesmo com toda a festa que a Island Records fez pra promover as suas musicas ela não se animou muito. Afinal, como ela iria saber das coisas que os baianos aprontavam com seus times na Segundona. E a coisa agravou logo no outro ano quando o Vitória também caiu.
                                 Ivete bem que tentou cantar com Amy mas ficou com Byoncê!

Era um desastre para a Bahia. E foi isso que fez Amy aderir ás drogas e á bebida. Passou três anos sem gravar outro álbum, só o fazendo em 2006, Back to Black, quando pelo menos o leão subiu. Foi quando o rubro negro já estava na Primeira Divisão que Amy teve o seu melhor ano, em 2007, obtendo o melhor desempenho de uma artista no planeta quando vendeu cinco milhões de discos e ganhando o prêmio de melhor artista feminina britânica.
Mas esses anos de sofrimento para os baianos abalaram muito Amy pois, quando os clubes baianos estavam nas divisões inferiores, deixaram de dar manutenção á Fonte Nova. A infraestrutura do estádio deteriorou e ficou de dar pena. Contavam tudo á Amy que chorava muito. Mas o inferno seria em 25 de novembro quando uma parte do estádio cederia matando sete torcedores num jogo em que o esquadrão empatou a zero com oi Vila nova de Goiás.
                                   Se a mídia "enchia o saco" de Einstein imagine o de Amy!

O governador mandou fechar o estádio e a família de Amy sentiu o golpe. Não poderia assistir às partidas no estádio quando viesse ao Brasil. O desespero fez com que seu marido fosse preso nesse ano e, no ano seguinte, a própria Amy seria presa duas vezes. Desde essa época ela não quis mais saber de lançar discos.
Amy pegou arritmia cardíaca em junho de 2008. O Bahia tinha até começado bem esse mês vencendo o Criciúma em Santa Catarina, mas logo depois empatou sem gols com o Avaí em Feira de Santana, onde mandava seus jogos. Depois saiu pra Fortaleza onde empatou com o Ceará por dois gols. Mas, foi em pleno dia de São João que foi esmagado pelo Juventude em Caxias por quatro a um, colaborando para os problemas de saúde da nossa querida e original cantora pois pra ela ficou claro que o tricolor não iria subir.
                        Mário Kértesz nem conseguiu levar Amy pro programa da Rádio Metrópole!

Pra Amy é época de combinar internações em clínicas com o aparecimento em shows. Podia pelo menos se consolar com o Vitória na Primeira Divisão. No ano passado estava tão animada com a campanha do tricolor que terminou o tratamento. Para sua alegria o Bahia subiu mas haveria duas desgraças na vida de Amy, implodiram a Fonte Nova e o rubro negro desceu pra Segundona.
Foram novos dias tristes para Amy. Sua saúde frágil ficou ainda mais abalada. Ela chegou a ficar com menos de cinquenta quilos. No início de maio o Vitória deu-lhe um novo golpe perdendo o “penta” pro Bahia de Feira. Era demais! Na ocasião, ela chegou a passar um telegrama raivoso que Alex Portela esconde a sete chaves.
                                        Tchau Amy, o mundo vai ficar mais chato sem você!

O golpe final na atribulada vida de Amy Winehouse seria dado pelo rubro negro ao perder pra Portuguesa em Pituaçu quando todo mundo achava que estava no caminho certo pra subir com as novas contratações. Até Amy se animou quando veio Lúcio Flávio, Geraldo e Chiquinho. Só de bolas na trave foram duas mas a defesa “entregou o ouro” deixando o leão a quatro pontos do Z-4. Amy havia comprado a Sky e assistiu tudo do seu quarto via satélite. Estava bebendo desde que começou o jogo. Quando Mauricio entregou a bola ao centro avante da Portuguesa ela emborcou.

Era demais pra aguentar. Foi mais uma pra conta do leão que engoliu uma grande artista. É por isso que ela trazia uma tatuagem no braço direito feita no Pelô que dizia "Nunca amarres as minhas asas".

·          Agradeço aos sites Bola na Área, RSSF Brasil, Letras.com e Wikipédia, e aos blogs revistagrita.com, gentesemfuturo.blogspot.com e revista.congres.com.br.

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