quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Alarma no museu

                                         
No outro dia acordamos cedo pra ir ao museu The Beatles Story. A van não estava na porta e logo chegou o pessoal dizendo que hoje seria na base da caminhada mesmo. Aí toca a andar, a atravessar o centro de Liverpool em direção ao seu maravilhoso cais. E é alí, nas Docas Albert, que se localiza o famoso museu.
Como nos disseram que as fotos no interior não seriam permitidas abusamos de fotos nas escadas e na entrada. Mas Valdir soube  que as fotos agora são liberadas o que tornou ainda mais inesquecível a visita. Quando ir em Liverpool não deixe de visitar esse formidável museu. É um programa obrigatório.
                                             Tinha até eles num estúdio gravando!

A começar por sua concepção moderna e plural que contempla um amplo espectro de interesses, tanto servindo para historiadores e sociólogos, como a crianças e fãs que só querem admirar os seus heróis. Além de pagar o ingresso você pode também alugar fones em várias línguas(tem em espanhol) bastando acompanhar a sequencia numerada dos vários setores em que se divide o museu.
A introdução no recinto é feita com informações sobre o clima sócio-político e urbano da Liverpool pós-guerra e de alguns estilos e influências que viriam a afetar o famoso conjunto. Com você pode ser diferente mas pra mim o que mais gostei, além disso, foi as seções de explosão do rock nos anos 50, do fenômeno Elvis Presley, da excursão aos EUA, do lançamento de alguns de seus maiores sucessos(particularmente Rubber soul e Submarino amarelo), dos momentos finais da carreira da banda, das carreiras individuais dos seus membros pós-Beatles, me comovendo profundamente com as seções que registram a morte de John e Ringo.
                                              Foi duro ver as recordações de George!

Por cinco vezes tive que parar. A primeira para sentar nas cadeiras do “avião” que levou o conjunto para a sua primeira excursão aos EUA acompanhada em detalhes por fim em fevereiro de 1964, ás vésperas de um momento de angústias para o Brasil. A segunda foi pra percorrer repetidamente a seção que trata do álbum Submarino Amarelo. A terceira pra me prostar literalmente no sofá, tanto na seção da morte de John, como na da morte de George.
Não deu pra segurar a emoção daquele momento rememorando o que senti na época. A quarta vez foi na última seção dantes da saída onde há uma estátua de John, o piano em que tocava com seus óculos em cima. Pra mim foi a imagem mais forte do museu que traduz a ausência daquele que é o maior nome do rock de todos os tempos. Curiosamente, a última vez em que parei foi no sanitário. Foi difícil sair de lá, só consegui quando Cybele bateu na porta antes de acabar Norwegian Wood. 
                                                   E as lutas que eles participaram?

A loja de souvenirs é um caso a parte. O pessoal continuava dizendo que tínhamos de esperar pra ver a loja do Steve mas não deu pra segurar. Ali tinha de tudo e o pessoal correu pra cima ficando com as mãos cheias de lembranças. Até Cybele entrou na dança. Acabamos comprando bolsa, imãs para geladeiras, canecas, chaveiros, entre outras. E foi quando estávamos na fila para gastar nossas libras e levar essas recordações foi quando disparou oi alarma de incêndio e fomos, sem nenhuma cerimônia, literalmente colocados pra fora pela bem preparada equipe do museu.
Depois de ficar um tempo ali, como muitos outros visitantes, frustrados na intenção de adquirir os souvenirs, nos consolamos de que iriamos encontra-los de novo na loja de Steve, o que foi uma verdade apenas parcial, e nos dirigimos para outro formidável museu, o de Liverpool. Ali bastou a meia hora que foi destinada pela excursão (só visitamos o andar onde estavam as referências aos Beatles) para ver o que os britânicos conseguiram fazer em matéria de museu. Acostumado com as constantes as queixas dos museólogos sobre a crise dos museus baianos e o seu esvaziamento pude ver um show em matéria de design e de público.
                                                         Pô, não é esse quarteto!

A nossa admiração já começa pelo prédio, com seu notável design. Aliás, durante o tempo em que estivemos no Reino Unido e Irlandas fiquei fã dos designers ingleses. O projeto das seções do Museu de Liverpool, onde se entra de graça, é digno de apreciação. Ali não tiveram pena de fazer um investimento pesado para resgatar a história da cidade, que alguém informou ser de 72 milhões de libras..
Mas nossa visita foi “de médico”.  Vimos a exposição de fotos do irmão de Paul McCartney, percorremos o setor dedicado aos Beatles (que, como não poderia deixar de ser, foi inferior ao The Beatles Story), e, ao final, assistimos a exibição de um curto filme sobre a história do conjunto. Não posso deixar de observar que a sala de cinema e a projeção foi outro show à parte. O filme foi projetado nas paredes e no teto. Numa criativa metáfora da vida era impossível acompanhar todos os momentos da vida do conjunto pois, ora passavam coisas diferentes nas paredes e no teto, ora convergiam para a mesma imagem nos momentos em que o diretor(ou quem sabe o operador?) achou necessário. 
                                                Até no sanitário tocavam as músicas!

O almoço foi a fraqueza de sempre, no restaurante Blue nas Docas. Mas, pelo menos, aprendi alguns macetes pra evitar maiores sofrimentos com a alimentação na Inglaterra, como pedir sanduíche com sopa antes do prato principal. Logo após nova caminhada para o centro voltando ao Cavern Club onde estava marcada uma filmagem para um documentário que Faustão preparava. Outros membros do grupo, porém, foram ensaiar para apresentações à noite naquela casa que não se confirmaram.
Assistimos na ocasião mais um show com um cover de John Lennon. Nunca cansávamos dessas apresentações! Depois foi a esperada visita á loja de Steve. O estabelecimento fica ao lado do Hotel Hard Days Night e atendeu muitas das nossas expectativas. É bem sortido, principalmente de roupas e brindes bastante variados. No entanto havia coisas que encontramos no museu que não achamos. Incentivo extra foi a concessão de um abatimento de 10% por Steve.
                                                                  Que saudade!

Enquanto comprávamos CD de John, imãs de geladeira, sacola, camisas, bottons, baralho e boné, ouvíamos musicas dos Beatles nos autofalantes da loja, o que era uma motivação extra para consumir mais. Resultado: lá se foram ali cem libras de presentes, e, se contarmos com a outra visita que fizemos, deixamos na loja cerca de cento e cinquenta libras, algo como 440,00.
Após as compras Cabus nos ensinou como chegar a um supermercado onde fizemos as compras para nossos breakfasts na cidade. Mais um cansativo dia em Liverpool estava encerrado, mas imaginem se nós estávamos cansados? Que nada, só pensávamos no outro dia, quando iríamos à casa de John.

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