sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Fonte Nova no Dois de julho



Hoje se encerra mais um ano. É normal neste dia "rolarem" um monte de expectativas em relacao ao que nos espera o próximo. Pertence a tradicao ocidental e foi incorporada por outros povos. Aqui em Buenos Aires passaremos o ano em Puerto Madero, que concentrava o porto da cidade e agora local onde funcionam diversos restaurantes. Seu nome veio da principal avenida da área sendo o principal local de queima de fogos durante a comemoracao do ano novo junto com a Avenida Nueve de Julio. Pra arranjarmos um lugarzinho no restaurante La Parollaccia nos custou os "olhos da cara". Nem vou dizer quanto pois voces vao falar que estamos com dinheiro.

Bem, o assunto de hoje é sobre outra data, muito mais importante para a Bahia e o Brasil que o 31 de dezembro. Trata-se do Dois de julho. Ela porém, nao é ainda reconhecida pelos livros didáticos de história que fora do Brasil-Colônia só consideram os fatos ocorridos no Sudeste. Aí sao pródigos em ressaltar o grito dado por D.Pedro I em sete de setembro de 1822 como o momento decisivo da independencia de Portugal. Quanto a Bahia, o Pará e Maranhao/Piauí, onde se deram as verdadeiras batalhas poela independencia em 1823, nao consta quase nada.

Esta é uma versao manipuladora que vem sendo denunciada há muito tempo pelos historiadores que tem vergonha na cara. Afinal de contas a chamada guerra da independencia se garantiu a separacao do Brasil de Portugal, os brasileiros tiveram que continuar lutando até 1831 contra Dom Pedro I que queria as duas coroas pra sua família. Até ai agente jáconhece o nepotismo. Mas o pior mesmo foi continuar dependente, primeiro da Inglaterra e depois dos EUA e da divida externa.


                                Estátua de Maria Quitéria

O episódio do Dois de julho è lembrado até hoje na Bahia. É caso único! Nesta data desfilam todas as correntes políticas,instituicoes, escolas,sindicatos e outros segmentos organizados, cada um com suas reivindicacoes sob a bandeira do estado. Em memória dela seergueram diversos símbolos a exemplo do aeroporto que continuamos chamando assim mesmo que tenham mudado seu nome pra "puxar o saco" de um dos filhos de ACM. Coisas da Bahia!

Mas o Dois dejulho chegou também ao futebol. Levaram tempo porém, pra programar jogos neste dia. talvez tenham pensado que devia ficar restrito as manifestacoes, sei lá! O certo éque somente setenta anos apòs oinício do Campeonato baiano, em 1975, é que foram marcados jogos, e na Fonte Nova. Foi assim incluìdo no calendário do futebol. O primeirojogo foi Galícia 2 X 1 Ypiranga que já estava bem longe de ter a mesma importância do passado.


Só cinco anos depois a data seria honrada com uma boa rodada dupla onde o Vitória empataria com o Galícia em um gol, enquanto o Bahia ganharia do Ypiranga pelo escore mínimo. Nesse dia só nao foi celebrado o futebol que ficaria a dever. No próximo ano outra "homenagem", em uma rodada dupla onde Galícia e Serrano empatariam sem gols e o Catuense(Alagoínhas) derrotaria o Botafogo por um a zero.

Em 1987 se manteria o sistema de mandar a dupla BA-VI para o interior do estado e ocupar nossa principal praca esportiva neste dia com jogos, digamos ... menores: Botafogo X Itabuna e Galícia X Ypiranga. Os torcedores já haviam praticamente se acostumado com jogos ruins nesse dia e nao deu outra coisa, dois empates, sem gols o da preliminar, e, a um gol, o principal, do azulino contra o auri negro.


Em 1989, 166 anos após as lutas do Dois dejulho os dirigentes perderam excelente oportunidade de celebrarem nossa data magna. É que finais do turno cairam nesta época.Noentanto,estranhamente, nao houve jogos neste dia na Fonte Nova, gracas também a falta de sensibilidade da federacao em mandar o EC Bahia,o único clube da capital que havia se classificado para as finais do turno, para o interior.

Sobraria pro BA-VI fazer a redencao da nossa data magna na última vez que a Fonte Nova viu jogos no Dois de julho. Foi em 1995 quando o campeonato baiano completava noventa edicoes. Na preliminar jogaram(mais uma vez) Galícia X Ypiranga, e na principal nosso maior clássico. Dessa vez porém, nao houve empate pois os tricolores romperam com a tal "unidade da Bahia" ganhando por dois a um. Mas o Galícia équem se classificaria em primeiro lugar no grupo. Mesmo perdendo o EC Vitória não mais daria chances a ninguém ganhando todas as quatro fases e levando mais uma vez o campeonato na Era "Barradao".

- Agradeco as informacoes dos blogs Futipédia.globo.com, granadeiros azulinos e RSSSF Brasil. Sou grato também as imagens dos blogs defesabr.com, gjol.blogspot.com e portalcapoeira.com.

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