segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Os anos em que a Fonte Nova gemeu


Hoje pouco tenho a contar da nossa viagem a Argentina. A nao ser o nosso almoco e a visita a Calle Florida. Pelo amor de Deus quando vierem aqui não vão comer no Billares 36. È uma coisa horrorosa. Desde pao sem manteiga a fettucini e nhoques de mandar prender o cozinheiro. Pra completar sò  mesmo a conta de 103 pesos.

Depois desta quase fomos roubados no quartel do comèrcio de Buenos Aires, a Calle Florida. Vocês imaginem que estavamos distraìdos olhando as mercadorias e uma senhora (è isso mesmo!)  meteu a mão em meu bolso. Eu segurei rapidamente as calcas por isso ela nao levou minha carteira. Pois a mulher saiu tranquilamente por uma rua lateral e ninguèm disse nada! É isto mesmo. Diga-se de passagem que a maioria esmagadora dos turistas que andam por ali compram nos camelôs. Depois vao dizer que "compraram na Calle Florida". O pior é que è verdade, embora não seja nas lojas! 

Mas vamos ao assunto de hoje, o dia em que a Fonte Nova gemeu. Dizem que quem desce de divisão é o clube. Mal sabem que desce tudo o que está em torno dele.  Os torcedores perdem auto - estima, os jogadores se sentem inferiores, e até o tipo de futebol praticado pelo clube muda. A Primeira Divisao é a do "futebol arte", a Segunda é a da “bola no mato que o jogo é de campeonato”, e a Terceira não tem nem qualificação! Neste artigo vamos lembrar os dois anos que o nosso maior estádio entrou no clima de baixo astral passando a ser um equipamento esportivo "de terceira".


Os clubes da Bahia já tinham enfrentado esta barra pesada. Mas isto ocorreu longe das vistas da capital. Quando o próprio Galícia chegou lá, entre 1995 e 1997, jogou em pequenos estádios como no Parque Cruz de Santiago e Pituaçu. Ou seja, até 2006 já tinha passado muito time ruim pela Fonte Novas, mas os jogos não eram disputando campeonato. Ou seja, o tormento era passageiro. Mas desta vez durou dois anos.

Até 1995 o “campeonato” da Terceira Divisão era o fim da picada! Em 1995 o azulino passou pelo maior sufoco tendo que participar de diversos “mata-matas” pra ir passando de fase até que foi desclassificado. Com o EC Bahia foi mais ameno. Embora existisse uma quantidade infindável de grupos. Tantos que ninguém mais sabia onde estava!

O tricolor já tinha descido para a Segunda em 1997, mas voltou três anos depois.  Com mais outros três anos cairia de novo. E, pra piorar a história, cairia mais uma vez logo depois, agora para a Terceira. Só amenizou a situação o fato de seu arquirrival, o EC Vitória, lhe acompanhar na desgraça. O esquadrão de aço (que neste tempo era de bronze) em 2006 ficou no grupo sete, junto com CSA (AL), Colo Colo (Ilhéus) e Confiança (SE), conseguindo passar a duras penas para a outra fase, após derrotar esses por 1 X 0, 2 X 1 e 2 X 0 na Fonte Nova.


Entraria no Grupo 19, onde pegaria Coruripe (AL), Icasa (CE) e Treze (PB). Só o torcedor muito fanático pra ter coragem de assistir a esses jogos, onde o tricolor passou de novo, após derrotar esses times por 2 X 1, 4 X 3 e 2 X 1 na Fonte Nova. Vá anotando pra não se perder. Agora cairia no Grupo 25, junto com Ferroviário (CE), Ananindeua (PA) e América de Natal, aos quais venceria por 2 X 1, 1 X 0 e 1 X 0 no nosso histórico estádio que sofria por acolher essas partidas.  Tem gente que conta que jura que nestas ocasioes ouviu ruídos de lamentos que vinham das vigas do estádio.

Finalmente o tricolor chegaria na fase final, onde pegaria gatos e cachorros, ou dizendo melhor, o “Brasil”, o Ferroviário, o Ipatinga, o Barueri, o Treze, o Criciúma. Salvou-se o próprio Vitória. O rubro negro faria uma campanha melhor e sagrar-se-ia vice campeão (se é que se pode contar com uma coisa destas) e subiria para a Segunda. Mas o tricolor ficaria por aí mesmo por perder muitos pontos em casa. A culpa foi da Fonte Nova que deu seu grito de basta. Não aguentava mais sofrer acolhendo esses jogos de terceira!

Logo na estreia do Bahia a torcida foi surpreendida com o empate em dois gols. Logo depois as coisa pareceram melhorar com a goleada de quatro a um sobre o Ferroviário. Mas a desgraça mesmo veio em 28 de outubro de 2006, quando a torcida invadiu o gramado no segundo gol do Ipatinga. Foi à única vez que um juiz deu abandono de campo em jogo do Campeonato Brasileiro na Fonte Nova.

                                 Nem rezando Arturzinho!

A partir daí seria uma no cravo e outra na ferradura. O time conseguiria ganhar do Vitória no Barradão (2 X 1), mas na semana seguinte perderia pelo mesmo placar na Fonte Nova.  Venceria o Barueri (4 X 3), mas seria esmagado em Fortaleza por sete a dois (sic!). Mas acreditem se quiser, num campeonato tão ruim como este ainda havia chance de classificação bastando ganhar os dois últimos jogos na Fonte Nova. Esta, porém já não aguentava mais, se permitiu a vitória tricolor contra o Treze (3 X 1) entregaria os pontos contra o líder Criciúma (2 X 2) colaborando para o sexto lugar do Bahia. Os tricolores aguentaram um ano de gozações de seu rival que, afinal de contas, só havia subido uma divisão.

                                              Socorro!

Em 2007 o tricolor se preparou melhor. Tratou bem do estádio. Os torcedores quando chegavam alisavam carinhosamente o cimento onde sentavam. Ninguém quebrou cadeiras nem cuspiu no chão. O resultado foi uma melhoria a olhos vistos. O Bahia novamente foi deixando os grupos pra traz. Primeiro veio o sete, com o Asa de Arapiraca, o América de Propriá, e o Confiança (SE). Ninguém merece um grupo destes! Quase que a Fonte Nova se insubordinou, mas deixou que o tricolor vencesse por 2 X 0, 2 X 0 e 2 X 1.

Veio então o Grupo 19 junto com o Linhares, Nacional da Paraíba e Atlético Cajazeirense. Não, agora era demais! Foi duro convencer o estádio a aceitar aqueles jogos. Tem gente que viu a Fonte Nova ir reclamar do próprio Deus dos estádios! Mas este a convenceu com um simples argumento: era só por aquele ano. Se o Bahia não subisse os espíritos iriam aparecer e não deixariam acontecer esses jogos no estádio. Ai a velha fonte deixou o esquadrão de aço (que agora mais parecia de prata) ganhar com certa facilidade por 5 X 0, 2 X 0 e 3 X 1.

Viriam então de novo as finais com o Bahia pegando o CRAC e o Vila Nova (GO), Barras (PI), o Nacional (PB), o Bragantino, o Atlético Goianiense e o ABC (RN). Mas a Fonte Nova já estava “enchendo o saco” desse certame e quase entornou o caldo. O Bahia perderia muitos pontos em casa onde colheu os resultados e teve que ganhar onze pontos fora pra poder subir para a Segunda Divisão.  Pelo menos imitou o Vitória e saiu com o vice campeonato. Arre égua! Sai pra lá azar! Mas, depois desta maré de desgraca do futebol baiano toda vez que tinha jogo ruim na Fonte Nova voltavam os gemidos vindos não se sabe de onde. Só não foram maior dos de 2010 quando mataram a Fonte Nova. 



- Agradeco as informacões dos blogs futipèdia.globo.com e RSSF Brasil, e as imagens dos blogs aijudeuhein.blogspot.com, clamandoporumavivamento.blogspot.com, a tarde.com e blogdabola.futblog.com.br.

Nenhum comentário:

Postar um comentário