Gente, hoje, no último dia que estamos passando em Buenos Aires, "lavei a alma". Vinhamos passeando na famosa Avenida Corrientes quando Cybele entrou no Paseo la Plaza pra comprar um anel. Ai eu vi uma placa com o nome do Cavern Club que, pra quem nao sabe, é o local onde os Beatles comecaram a se destacar.
Quando subimos ao primeiro andar foi a glória. Lá tudo cheirava ao famoso quarteto de Liverpool que povoou a minha juventude. Tinha o Café Beatles, uma réplica do Big Ben e bonecos do tamanho natural da capa do disco Sargent Paper Lonely Heart Club Band. No café encontramos bebidas com os nomes dos integrantes dos beatles. Cybele escolheu o café Paul mas eu fiquei com o café do meu ídolo John. Só nao entendi porque colocaram mais conhaque no dela e mais whisky no meu (?).
Depois pegamos uma fila danada pra entrar no Museu chamado John Lennon Cavern Pub. Alí tem de tudo referente aos Beatles. Desde fotos de todas as suas fases a autografos, discos, brindes, programas, matérias de jornais, bonecos, o que voce puder pensar. Depois de velho eu consegui sair de lá com um poster de Jonh e uma carteirinha de sócio do Cavern Club! De quebra ainda conheci o cara que há 43 anos vem juntando este rico acervo, Rodolfo Vasquez. Entre os fâs que lá estavam ainda conheci o José Guilherme, que estuda história na USP e é como eu fâ(agora de carteirinha) dos beatles.
Bem, mas vamos ao assunto de hoje, quando o Olaria visitou a Bahia numa época delicada da vida do Brasil, pouco depois do suicídio de Getúlio quando circulavam rumores de golpe e comecava mais uma campanha presidencial. A história foi assim.
Em 1954, entre o segundo e o terceiro turno, o Botafogo EC tinha umas datas no fim do ano para realizar amistosos. Anunciou pelo jornal a realização de uma “grande temporada”. Prometeu o Cruzeiro(MG), clubes do Sul, o diabo! Arranjou até um nome pro torneio, o do desportista e jurista Orlando Gomes. A decisão do turno porém acabou sendo hostil com os diabos rubros que perderam pro Bahia por três a um perante grande assistência, que trouxe aos cofres do estádio 272 mil cruzeiros e fração.
Quando subimos ao primeiro andar foi a glória. Lá tudo cheirava ao famoso quarteto de Liverpool que povoou a minha juventude. Tinha o Café Beatles, uma réplica do Big Ben e bonecos do tamanho natural da capa do disco Sargent Paper Lonely Heart Club Band. No café encontramos bebidas com os nomes dos integrantes dos beatles. Cybele escolheu o café Paul mas eu fiquei com o café do meu ídolo John. Só nao entendi porque colocaram mais conhaque no dela e mais whisky no meu (?).
Depois pegamos uma fila danada pra entrar no Museu chamado John Lennon Cavern Pub. Alí tem de tudo referente aos Beatles. Desde fotos de todas as suas fases a autografos, discos, brindes, programas, matérias de jornais, bonecos, o que voce puder pensar. Depois de velho eu consegui sair de lá com um poster de Jonh e uma carteirinha de sócio do Cavern Club! De quebra ainda conheci o cara que há 43 anos vem juntando este rico acervo, Rodolfo Vasquez. Entre os fâs que lá estavam ainda conheci o José Guilherme, que estuda história na USP e é como eu fâ(agora de carteirinha) dos beatles.
Bem, mas vamos ao assunto de hoje, quando o Olaria visitou a Bahia numa época delicada da vida do Brasil, pouco depois do suicídio de Getúlio quando circulavam rumores de golpe e comecava mais uma campanha presidencial. A história foi assim.
Em 1954, entre o segundo e o terceiro turno, o Botafogo EC tinha umas datas no fim do ano para realizar amistosos. Anunciou pelo jornal a realização de uma “grande temporada”. Prometeu o Cruzeiro(MG), clubes do Sul, o diabo! Arranjou até um nome pro torneio, o do desportista e jurista Orlando Gomes. A decisão do turno porém acabou sendo hostil com os diabos rubros que perderam pro Bahia por três a um perante grande assistência, que trouxe aos cofres do estádio 272 mil cruzeiros e fração.
Não sei se foi por isto que deixaram de investir no empreendimento. O certo é que o Diário de Notícias, um dia depois do jogo decisivo anunciou o Olaria como “a grande atração do quadrangular”, que ainda teria a dupla BA-VI e o próprio Botafogo. A imprensa passou o resto da semana divulgando os bons valores trazidos pela equipe bariri do Rio de Janeiro. Tratar-se-ia de um autêntico presente de fim de ano pros baianos.
Naquele tempo as eleicoes do presidente e vice eram separadas. Juscelino comecava a sua campanha que o levaria a ser eleito presidente do Brasil e Jango comecaria a campanha a vice. Isto coincidiu com a abertura do torneio no feriado de dia 8 de dezembro. O desinteresse do alvi rubro já comecou com o time misto que pôs em campo pra jogar na preliminar contra o EC Vitória, e levar de seis a um(sic!). O jornal Diário de Notícias porém, preocupado com a promocao da iniciativa, colocou a culpa no goleiro Guilherme, que teria tido um dia infeliz.
No entanto, todos esperavam mesmo era o jogo principal onde se enfrentariam Bahia e Olaria sob a arbitragem de Willer Costa. Havia muita expectativa com o desempenho da equipe carioca. E não deu outra, ocasionando uma renda calculada em duzentos mil cruzeiros. O jogo foi igual nos dois tempos. No primeiro Foca e Sandoval abriram vantagem poara o tricolor. No entanto, no segundo tempo foi a vez do Olaria marcar com Dercy e Gringo. O Olaria formaria com: Anibal, Renato e Jorge; Tião, Moacir e Haroldo; Dercy, Washington, Gringo, Toledo e Mário.
No domingo, dia 12, a segunda rodada manteve a expectativa, pois era a vez do rubro negro, campeão do ano anterior, enfrentar o time carioca. A renda foi superior a 180 mil cruzeiros. Na preliminar o Botafogo se recuperou enfiando quatro a dois no Bahia! Na partida principal o rubro negro abriu o placar com Alencar mas o Olaria empatou através de Mário.
Nesse dia no Cine Art passava o filme A beira da perdição com Vittório Gassmann e parece que o time bariri se deixou influenciar. De um momento pro outro se descontrolou e os leões da Barra passaram a desconhecer o prestígio do clube carioca. Seguiram-se tentos de Juvenal(dois), Dimas e Alencar, cobrando pênalti. Washington diminuiria o vexame, fazendo terminar o jogo em cinco a dois para o rubro negro. O rubro negro formaria assim neste dia histórico: Periperi, Valvir e Alirio; Bombeiro, Eloi e Joel; Alencar, Dimas, Juvenal, Hélio e Ciro.
No outro dia o Diário de Notícias estamparia:
Destruído pelo Vitória o cartaz do Olaria
Era um evidente exagero e uma maldade com o simpático time carioca. No entanto, os acontecimentos fizeram com que a sua delegação fizesse um papelao, voltando pro Rio de Janeiro antes do tempo "alegando compromissos" no Campeonato carioca, deixando assim de jogar a última rodada com o time promotor, o Botafogo.
Olaria em 1951. Em pé: Osvaldo, Zezinho, Job, Jair
Santana, Olavo e Ananias. Agachados: Cidinho, Washington,
Maxwell, Lima e Esquerdinha.
Antes desta rodada aconteceu de tudo. Falou-se em trazer o Náutico pra substituir o Olaria “completando o quadrangular”, mas acabaram convidando mesmo o Galícia que fez a preliminar do BA-VI contra o alvi rubro baiano. Pra piorar as coisas a FBDT divulgou uma estranha nota informando os critérios de decisão do torneio. Caso o tricolor e os “diabos rubros” ganhassem haveria uma partida extra “de trinta minutos” logo após terminado o clássico, entre Vitória e Botafogo. E se o resultado fosse empate haveria disputa de pênaltis entre os dois clubes.
Santana, Olavo e Ananias. Agachados: Cidinho, Washington,
Maxwell, Lima e Esquerdinha.
Antes desta rodada aconteceu de tudo. Falou-se em trazer o Náutico pra substituir o Olaria “completando o quadrangular”, mas acabaram convidando mesmo o Galícia que fez a preliminar do BA-VI contra o alvi rubro baiano. Pra piorar as coisas a FBDT divulgou uma estranha nota informando os critérios de decisão do torneio. Caso o tricolor e os “diabos rubros” ganhassem haveria uma partida extra “de trinta minutos” logo após terminado o clássico, entre Vitória e Botafogo. E se o resultado fosse empate haveria disputa de pênaltis entre os dois clubes.
A rodada mostrou que a atração mesmo era o Olaria pois a renda que não passou dos 108 mil cruzeiros. Apesar do Botafogo ganhar do azulino por dois a um na preliminar, não precisou do exdrúxulo critério para decidir o torneio pois ocorreu empate entre Bahia e Vitória. O Diário de Notícias na ocasião “caiu de pau” no árbitro da partida José Luís Zago considerando sua atuação “bastante confusa”.O gol tricolor de Foca teria sido em clamoroso impedimento, conseguindo Juvenal o empate para os leões da Barra.O juiz ainda teria marcado outro gol irregular do Bahia tendo que voltar atrás após a comemoração dos jogadores em função da anotação do bandeirinha.
Assim, os clubes ficavam empatados em quatro pontos recolocando a questao do critério para levar a taca. O DN chegou a anunciar que isto se resolveria “depois”(sic!). No entanto, não se preocupem, a federação não imaginou outro fantasioso critério, ficando o Vitória com a taça Orlando Gomes, possivelmente pelos gols de saldo. Mas que o Olaria deixaria saudades, deixaria!
- Agradeco as informacoes do Setor de Publicacoes Raras da Biblioteca Central do Estado(Colecao Diário de Notícias). Sou grato também as imagens e fotos do Museu do futebol, planetanews.com.br e blogs.abril.com.br.
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