O CR Flamengo é honra e glória do futebol brasileiro. Possui quase todos os títulos, sendo campeão carioca, do Rio-São Paulo, brasileiro, americano e mundial. São tantos que nem os sites ligados ao clube sabem. Um deles eu vou informar agora. O Flamengo é o clube que mais jogou na Bahia. Custariam meses de pesquisa pra descobrir todas as partidas que o urubu jogou por aqui onde, além de Salvador, atuou em outras doze cidades do interior baiano, Ilhéus, Itabuna, Feira de Santana, Jequié, Vitória da Conquista, Juazeiro, Alagoinhas, Itapetinga, Jacobina, Ipiaú, Conceição de Almeida e Pedro Mangabeira.
Entre meus amigos da Academia há gente que acha que pesquisa sobre futebol não é assunto sério. Pois tenho a dizer a eles que dá o mesmo trabalho de qualquer outra mais “nobre”. O site Flamengo estatísticas.com e o Almanaque do Futebol Brasileiro entram em várias contradições. Verifiquei apenas até 1960 observando que o primeiro ignora a excursão que o clube fez em março de 1946 na Bahia e o segundo omite algumas partidas da excursão de 1938.
Apresentam resultados diferentes na partida realizada contra o EC Bahia em Ilhéus. Afinal quem foi que ganhou por três a zero, o tricolor ou o rubro negro? E, por último, mas não por fim, o site rubro negro omite uma vitória do clube contra o tricolor baiano por quatro a zero (na excursão de abril de 1957) e uma derrota para o Bahia por três a um (na de maio de 1958), e o Almanaque esquece a temporada do urubu em dezembro de 1960 em Salvador e Itabuna. Chegam, assim, a números diferentes em relação às partidas do Flamengo. Podemos dizer, entretanto, sem sombra de dúvidas, que o clube é o de fora do estado que mais jogou nas praças esportivas da Fonte Nova, de Salvador e da Bahia.
No próximo ano faz oitenta anos que o urubu chegou aqui pela primeira vez, em novembro de 1932, no ano em que o país foi agitado pela chamada Revolução Constitucionalista. Na oportunidade deu em todo mundo, ganhando de Vitória (7 X 2), Botafogo (4 X1), Ypiranga (1 X 0), Bahia (3 X 2) e Seleção Baiana (3 X 1), só perdendo a última partida em função de dar revanche ao mais querido (2 X 3). Voltaria ao estado em pleno Estado Novo, quando a Bahia era governada por interventores, com resultados ainda mais arrasadores, pelejando contra Botafogo (7 X 1 e 2 X 1), Bahia (5 X 2 e 7 X 2), Galícia ((4 2), Vitória (4 X 1), porém perdendo mais uma vez para o Ypiranga (1 X 3).
Depois disto só quando terminou a ditadura Vargas e já se construía o Estádio Octávio Mangabeira (apelidado de Fonte Nova). Ganharia as três partidas que faria em junho de 1947, contra Vitória (5 X 2), Guarany (2 X 1) e Bahia (2 X 1); venceria o clássico contra o Fluminense carioca em janeiro de 1949 por cinco a zero; e excursionaria pela região do cacau e em Salvador em junho de 1950, onde se despediria do velho campo da Graça.
A Fonte Nova seria um grande mercado para os urubus. Suas primeiras partidas se dariam no Torneio Régis Pacheco, de triste memória para os baianos. Na oportunidade ganharia de oito a dois do Vitória, de dois a um do Bahia e ficaria em segundo lugar ao empatar com o Internacional (RS) em dois gols.
As vezes se confunde com a nação!
A partir de 1955, por sete anos seguidos, visitaria o estado, onde, entre outras partidas, jogaria a última vez com o Ypiranga em abril de 1955(2 X 1), ganharia da Seleção de Itabuna (7 X 1) e do Fluminense de Feira de Santana (5 X 0), e perderia para a Seleção baiana (0 X 2). Nos anos 60 jogaria por quinze vezes na Bahia, a maioria delas no interior do estado. Nesta época o intercâmbio esportivo faz com que haja um equilíbrio nas disputas mantidas, especialmente, com os clubes de Salvador, registrando cinco derrotas para o tricolor baiano, perdendo para o São Paulo pelo escore mínimo (agosto de 1965), mas vencendo o clássico carioca contra o Vasco da Gama em novembro de 1966 em Vitória da Conquista (2 X 1).
Os certames nacionais se iniciam ao final dos anos cinquenta com a Taça Brasil, mas o Flamengo só vai enfrentar clubes baianos ao fim da próxima década no “Robertão”. A estadia do clube no estado só ganharia regularidade com a criação do Campeonato Brasileiro no início dos anos setenta. Em todos os anos da década viria à Bahia, onde bateria o recorde jogando 33 partidas. Nos primeiros jogos por torneios nacionais, perderia (0 X 1), ganharia (3 X 1) e empataria (1 X 1) com o Bahia; enfrentaria o Vitória por duas vezes em 1973, registrando-se empates sem gols; golearia Itabuna (5 X 0) e Fluminense de Feira de Santana (6 X 0), e, mesmo ocorrendo vários empates, o urubu perderia apenas quatro partidas, três para o tricolor e uma para o rubro negro baiano.
A Era dos certames nacionais teria apenas alguns anos de ausência do Flamengo na Bahia, ditada geralmente pela queda de algum (uns) de seus clubes da Primeira Divisão. O fato apenas ocorreu em 1982, 1983, 2005,2006, e 2007, registrando-se na época o recorde de vinte e um anos seguidos da presença do Flamengo na Bahia. Os baianos se recordam em especial das vitórias da Catuense (2 X 1) e do Itabuna (1 X 0) sobre o urubu em 1988; das visitas deste a cidade do frio ganhando do Serrano por duas vezes (4 X 1 e 3 X 1) no mês de julho de 1989 e 1990; dos jogos sensacionais com o Vitória, cinco a zero para os visitantes na Fonte Nova e cinco a zero para os leões da Barra no Barradão (com diferença de apenas nove meses entre 1997/1998) e de nova goleada carioca (5 X 1) em maio de 2004.
A última partida do urubu na Fonte Nova foi em seis de abril de 2003, e, pra quem gosta de superstições, sete anos antes da sua implosão. Naquele dia compareceram, 50.426 torcedores para ver Bahia e Flamengo, que formaram assim. O time de Nelsinho Batista atuou com Júlio Cesar, Fabio Baiano, André Bahia, Fernando e Athirson; André Gomes, Fabinho e Felipe; Andrezinho, Jean (Felipe Melo) e Zé Carlos (Fernando Baiano).
O tricolor de Bobô formou com Márcio, Guto, Marcelo Souza, Valdomiro e Lino; Jair, Otacílio (Nilson Sergipano), Paulo Sérgio (Marcelo Nicácio) e Preto Casa Grande; Cláudio. Jogaram ainda Luiz Alberto e Adriano. Na ocasião todos os gols foram marcados por flamenguistas, Fernando Baiano e Felipe a favor e Fabinho contra, terminando em dois a um para os cariocas. Não podia dar outro resultado, afinal tinham muitos baianos na equipe e, no mês anterior, o urubu completara cinquenta anos da sua primeira partida na Fonte Nova.
Ih, com esse aí sujou!
· Agradeço as informações dos sites Flamengoestatísticas.com, do oficial do clube, do Futipédia e do Almanaque do Futebol Brasileiro. Sou grato as iomagens dos blogs eusouflamengo.com,magiarubronegra.worpress.com,taiapuramagia.blogspot.com,oglobo.globo.com,ligerinhonoesporte,blogspot.com,zoacaofc.com e alcilenecavalcanti.com.br.
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