sábado, 30 de abril de 2011

O ano dos baianos na Europa


                                             Não foram nem em Paris!                                              
  

Quem ler este artigo de hoje pode achar inusitado se falar de “um ano” em que os baianos foram na Europa. É que viajar hoje é fácil pra quem tem dinheiro. É só dividir no cartão em dez vezes e passar algum tempo apertando as coisas em casa. Mas houve um tempo em que tudo era difícil e se viajava pela Panair... Anteontem contamos as férias do EC Bahia em Nova York durante o gole militar. E hoje vamos contar o ano em que a dupla BA – VI foi pras “Oropa”.
Mas vai pensar o leitor, que coincidência foi essa? Porque os empresários escolheram justamente os dois pra viajar? Bem, não posso responder a tudo. Sabemos que há coisas que até Deus duvida. Mas posso dar algumas pistas. O intercâmbio internacional existe desde que o futebol foi introduzido no Brasil.
Nos primeiros tempos, porém, era feito só com os navios de estrangeiros que chegavam por aqui. A seleção brasileira se organizou em 1914 e, logo na outra década, os clubes brasileiros começaram a viajar pros países mais próximos da América do Sul e a trazer eles pro Brasil. Aliás, Argentina e Uruguai ficavam pertinho do Rio Grande do Sul e era canja fazer o intercâmbio.
                                                       Mas que escudo é esse gente!

Mas as coisas só passaram a fluir quando o Brasil fez uma fantástica campanha na Copa do Mundo de 1938 na Europa. Ali, craques como Leônidas assombraram o mundo, garantindo ao Brasil o terceiro lugar, e várias excursões dos nossos clubes ao velho mundo. Os anos quarenta suspenderam provisoriamente o intercâmbio em virtude da guerra, mas, logo a seguir o Brasil surpreenderia de novo o planeta com a realização da IV Copa no Rio de Janeiro e uma campanha sensacional.
A perda do título na final contra o Uruguai não abalou o prestígio do país que viu nos anos cinquenta diversos clubes excursionarem. É uma época que viajaram clubes de vários estados pra América Latina, Ásia, Europa e África. Até o Canto do Rio, a Portuguesa carioca, o Jabaquara, o Campo Grande e outros menos votados foram ver a Torre Eiffel, o Big Ben, passear no Rio Nilo e rezar no muro das lamentações de Jerusalém.  E vocês precisam ver, voltavam para o Brasil ”tirando a maior onda”! Mas se foi “todo mundo” os baianos não podiam deixar de ir.  O Bahia foi em 1957.
Mas precisou o Brasil ser campeão do mundo de 1958 pras excursões dispararem. O que Pelé, Garrincha e Cia fizeram se refletiu no comércio. Aumentou enormemente as transações internacionais de jogadores brasileiros e as excursões dos clubes brasileiros. Os baianos ainda chamaram a atenção com a conquista da I Taça Brasil pelo EC Bahia em 1959. Assim, no ano seguinte foram contratadas excursões da dupla BA-VI no velho mundo, e, pior, na mesma época.
                                                         Nossa, como é bom ver Munich!

Nesse ano o campeonato baiano do ano anterior terminou nos primeiros meses e, os dois tiveram que deixar por aqui um “expressinho” pra não paralisar o campeonato daquele ano. Deve ter sido a ocasião em que o esquadrão de aço mais jogou. Mas em compensação foi o ano em que o Vitória fez menos amistosos, apenas um na Fonte Nova.
                                                       Que saudades da Bulgária!

O Bahia tinha terminado o ano anterior decidindo a Taça Brasil contra o Santos, quando ganhou lá (3 X 2) e perdeu aqui (0 X 2) e todos esperavam a grande final que a cada dia ia sendo adiada. Enquanto isto o esquadrão de aço se preparava. Imaginem que mal fez a pré-temporada e já perdia do Flamengo em doze de janeiro por três a um. Logo depois apanhava da seleção baiana que se preparava para o campeonato brasileiro de seleções (0 X 3).
Deu uma pausa pra concluir o certame do ano anterior e no fim de março chega o Olaria para aquelas excursões 24 horas, onde num dia perdeu pro Bahia (0 X 1) e no outro empatou sem gols com o Ypiranga. Em abril, teria apenas uma data, menos de três semanas antes da decisão histórica, vencendo o Náutico por três a zero.
No fim do mês viajaria para o Rio de Janeiro pra vir de lá com a inédita taça de campeão, ao derrotar o Santos de Pelé (embora sem o rei) por três a um. Foi uma festa na Bahia, pois nem a imprensa acreditava no caneco. Só aí então que começou o campeonato baiano deste ano. Mas no fim do mês já chegava o Madureira trazido pelo Ypiranga. Venceria o mais querido por três a um e empataria com o tricolor em dois gols.
Mas aí já estavam certas as excursões, tanto a do Bahia como a do Vitória. Mas, enquanto o rubro negro investia no campeonato o Bahia já montava seu “expressinho” e fazia amistosos pra preparar o time titular. E em junho desandou a jogar na Fonte Nova.  É bem verdade que algumas das partidas não foram grande coisa, as realizadas contra o Ypiranga (0 X 1 e 2 X 0) e Colo Colo de Ilhéus (6 X 0). Mas houve bons testes contra o Vasco da Gama (1 X 3) e o torneio vencido no São João contra Galícia (2 X 0 e 4 X 1) e Sport (3 X 1).
                                           Pô, nesse frio da Rússia não há quem ganhe!


Voltaria a empregar o time titular no campeonato embora sem deixar de fazer amistosos. No dia da Queda da Bastilha (14 de julho) empataria com o Santa Cruz na Fonte Nova, e em nove de agosto faria o jogo da despedida contra o Vitória vencendo pelo escore mínimo. Dizemos despedida porque o Bahia embarcaria na semana seguinte para a Europa enquanto o Vitória ficaria por aqui jogando o certame só chegando a Suíça em meados de setembro.
Mas o Bahia sairia de Salvador com o calor a pino e estrearia logo no “frio desgraçado” da Rússia em dezesseis de agosto, apanhando do Dínamo de Kiev por quatro a um. Nesse dia os torcedores rubro negros gozaram os tricolores, mas ficaram com um frio na espinha. Se fosse pra isso que os jogadores viajariam era melhor ficar. Mais dois dias depois viria a recuperação contra a “Central do Exército” (sic!) por dois a um.
E tome-lhe trem!

Aí o time ganhou moral e choveram telegramas de congratulações, ainda mais que iam agora pra desconhecida cidade de Tibilissi jogar com outro Dínamo. Mas não é que o Bahia não dá sorte com esses dínamos? Na oportunidade cairia de quatro a zero para os russos, imaginem que numa época onde só os torcedores do Vitória torciam “pros comunistas”.
Essa partida deu uma bruta desanimada na torcida por aqui. Até os tão zelosos confrades dos Diários Associados resolveram deixar de dar destaque aos jogos, passando a colocar as derrotas fora das páginas esportivas. Foi quando o Bahia decidiu sair do frio e dar uma escapadinha a Bélgica jogar com o Beercholt conseguindo um empate em um gol. Pronto, agora tinha “livrado a cara” dos baianos e poderiam voltar para o frio russo. Que nada, dois dias depois caiam de novo, desta vez para o Admiral por quatro a um.
                                            Teve alemão que pensou que era o Flamengo!


Um verdadeiro desespero bateu na delegação. Teve gente que jurou nunca mais voltar na Rússia. Agora iriam desfrutar do sol italiano. E não é desculpa de baiano não, mas foi aí, em Milão, que o EC Bahia conseguiria uma das suas maiores façanhas ao empatar com o Milan por um gol em pleno Estádio de San Siro.
O resultado levantaria definitivamente o astral da delegação na temporada. E ainda tinha outro fator. Os jogos agora seriam mais espaçados, dando tempo pros jogadores e dirigentes (é claro!) fazer turismo. Afinal não foi por isso que tinha ido á Europa? Imaginem que ficaram dez dias na Rússia e não tinham conhecido o Kremlin! Os jogadores do Bahia chegaram a formosa cidade de Bolonha no dia da chamada independência do Brasil. Mas, como todo mundo desconfia dessa tal independência, não lhes deu muita sorte. Viram as enormes torres do centro da cidade, passearam na Piazza Maggiore, mas de noite, não teve jeito, perderam por dois a um.
Cinco dias depois estreavam na Escócia. Deu tempo pra visitar os castelos e ainda deu pra Biriba se apavorar com o monstro do Lago Ness, que por sinal não apareceu. A cidade de Aberdeen era linda, cheia de edifícios de granito e Marito ficou inebriado. Quando a delegação soube que tinha 1300 anos ficou boquiaberta e passou o resto do dia passeando nas pontes. Chegou ao estádio na hora do jogo e talvez isso explique a nova derrota, agora por três a dois contra o time local.
                                                             E nem tinha lap top!

Quando as coisas apertavam o dirigente Osório Vilas Boas já sabia, era arranjar jogo na Bélgica, e dito e feito. Dois dias depois iam bater na linda cidade de Bruxelas, pra pegar nada menos que o famoso Anderlecht. Desta vez tomaram todo o cuidado. No primeiro dia “caíram na gandaia” e tomaram todas a que tinham direito na Grand Place. Encheram-se de chocolate, subiram naquele monumento das esferas, mas Alencar se enrolou todo.
Ainda visitaram (que chique) o Parlamento Europeu! Mas no dia seguinte tiveram vida de freira se preparando para o jogo. E não é que deu certo? O Bahia surpreendeu até os Diários Associados ganhando de dois a zero. Aí voltou as páginas esportivas. Saíram de Bruxelas e foram á simpática Liége, na época uma pequena cidade que ficava ás margens do rio Meuse. Ai não deu outra coisa, nova vitória tricolor por dois a zero.
Mas aqui fazemos um parênteses. É que en2quanto o Bahia estava fazendo turismo... digo jogando na Bélgica eis que seu arquirrival, o EC Vitória, chega á Europa, e, parece que não aprendeu nada com a lição do Bahia, chegando também no frio da Suíça. A turma rubro negra se encantou com o lago Genebra. Acharam até parecido com o Dique do Tororó. Ninguém deixou de ir ao Museu Olímpico, mesmo com todo o frio que fez com que o leão fosse batido pelo time local por um a zero.
                                                 Foi uma verdadeira baianada na Europa!

Depois da Suíça, onde ficou (infelizmente) alguns dias, foi a vez da Bulgária. Ih, que susto, iriam entrar na tal da “Cortina de ferro”. Pelo menos foi esse pavor que incutiram os norte-americanos em nossas cabeças na época da guerra fria. Foi a vez dos rubro negros virem uma cidade com 1.200 anos banhada pelo rio Iskar. Estiveram na praça do parlamento, nas catedrais, mesmo debaixo do frio. Também não é desculpa, mas não é que perderam novamente? Desta vez foi de dois a um para o Levski Sofia.
Aí o jeito foi fazer como o Bahia e arranjar sua “Bélgica”. Pediram aos empresários pra sair de Sofia e enfrentaram tal de Botev. Minha gente, aí é um total mistério. Nem no Almanaque do Futebol Brasileiro sabe a cidade que o Vitória jogou e olhem que tem uns quatro Botevs por lá. Mas o que interessa é que o Vitória foi desta vez pra página esportiva do jornal Estado da Bahia ao conseguir um empate em dois gols.
Na época o “quente” do futebol búlgaro era o tal CNDA que estava conseguindo o heptacampeonato quando o Vitória passou por lá, mas ainda bem que o rubro negro não jogou com ele. O próximo jogo foi com o Miners Club (clube dos mineiros) e aí os leões da barra conseguiram a sua primeira vitória na excursão, três a dois.  Até aí não deu pra fazer turismo. Vocês imaginem que é um clube tão conhecido que procurei a morrer toda a história do futebol da Bulgária e não achei nem na Terceira Divisão!
                                                Não é verdade que tem isto na Romenia!

Mas voltemos para o Bahia que depois da sua Bélgica voltou para o outro país onde tinha vencido a Escócia. Ali jogaria com o Motherwell e pediria uma revanche ao Aberdeen. Na verdade é que o pessoal da delegação tinha gostado muito da cidade, (especialmente dos pubs), mas desta vez se deu muito mal perdendo as duas (0 X 3 e 0 X 2). 
O tricolor então foi para a Europa Central e aí se inspirou nos germanos. Começou em Berlim jogando contra um combinado Victoria-Berlim. Dizem na ocasião, que a delegação pensou que era o seu arquirrival que estava passando por ali e “deu a louca” ganhando por dois a zero. Ai acabou voltando aos Países Baixos, desta vez não mais para a sua Bélgica, mas para a Holanda jogar contra a seleção nacional.
O jogo foi na bela cidade portuária de Roterdã. Já estava terminando a primavera, mas ainda deu pra ver as lindas flores. Foram também ao quarteirão histórico, o Delfshaven. E, de noite, conseguiriam a façanha de derrotar a seleção da Holanda por dois a zero.  Voltariam para a Alemanha para enfrentar o poderoso Bayern Munich.
                                                      Só faltou passar pela Grécia!

A cidade já tinha mais de um milhão de habitantes e ficava na região da Baviera. Como Osório não gostava de musica, teatro, igrejas nem universidades, acabou lavando a delegação pra conhecer a Marienplatz e o museu dos brinquedos.  Mas foi bom que o jogo acabou sendo uma brincadeira pro Bahia que conseguiu uma vitória histórica contra o clube que um dia iria ser famoso, seis a um.
Na Bahia o Diário de Notícias “encheu a bola” do esquadrão de aço. Foi porque naquela época os jornais não saiam na segunda feira. E no outro dia aconteceu uma verdadeira tragédia com o Vitória que foi literalmente arrasado por um combinado da Silésia por sete a zero!  Assim, destacaram a vitória tricolor e empurraram o decano pra fora da páginas esportiva anotando a sua vergonha. A região concentra a indústria polonesa e deu sempre grandes jogadores á Polônia, mas ninguém aqui queria saber disto. Aliás, o rubro negro havia ficado parado fazendo turismo por dez dias antes do jogo fatídico.
Ai os jogadores do Bahia “encheram a cara” do famoso Chopp alemão, embora lá ele seja tomado quente (sic!), e foi assim que desembarcaram em Lisboa no dia 25 de outubro. Osório liberou então o pessoal pra conhecer a cidade que se parece com Salvador. P pessoal passeou no Rio Tejo, comeu os pastéis do bairro de Belém, assistiu fado, foi no Museu do Descobrimento, e, é claro, tomaram vinho á vontade. O resultado é que o Sporting vingou os alemães enfiando cinco um no tricolor.
                                                                  O leão turista...

Mas, voltemos ao turismo... quero dizer aos jogos do Vitória. Antes da vergonha da Polônia havia atuado na Turquia e na Romênia, inclusive com grande equipes, superando a situação anterior de jogar com clubes desconhecidos. No dia primeiro de outubro enfrentou nada menos do que o Fenerbache turco na cidade histórica de Istambul. Foi a glória para a delegação. Imaginem que haviam chegado à antiga Bizâncio, a Constantinopla do mundo antigo. Passearam a morrer por suas mesquitas e catedrais. Viram de lá o encontro dos dois continentes. E á noite venceram o grande clube por dois a um.
Depois foram para Bucareste jogar contra a seleção nacional. Era a primeira vez que o clube jogava contra uma seleção europeia e dividiu os cinco dias que passou na cidade entre o turismo e os treinos. Ao contrário do que se diz não viu por lá nenhum vampiro. Como não tinham ido a Roma vibraram com a cópia da coluna de Trajano. Ainda deu até pra passear no delta do Danúbio. Mas no dia seis de outubro não deu, perderam de dois a zero para a seleção do país. No entanto, três dias depois, empatavam com um combinado romeno por quatro gols.
                                                             Os turistas tricolores!

A despedida do Vitória seria na Alemanha, enquanto o Bahia ia para a África. Ali, na cidade de Oman seria muito bem recebido e Osório visitaria mesquitas. Nunca o atraíram as igrejas, mas como essas eram diferentes acabou indo. Aliás, isso foi muito bom, pois os muçulmanos gostam dessas coisas. O tricolor estrearia com o apoio da torcida, o que não é nenhum favor, pois a Argélia foi colonizada pelos franceses durante muito tempo.
Foi por isso que o pessoal torceu contra o Racing (Paris) que apanhou dos baianos por quatro a dois. No outro dia jogou contra uma “seleção” que eu nunca ouvi falar: Montingasen. Essa tenha paciência, mas pareceu os mineiros do Vitória, nem no google se acha. Deve ter sido por isso que o Bahia programou este jogo como despedida, oito a zero.
Mas Osório estava insatisfeito com a goleada de Lisboa (ou queria comer os pastéis de Belém?). Aí acertou uma revanche com os portugueses. Pode assim comer os seus pastéis, e, pra não passar mais vexame visitou a Câmara Municipal fazendo a maior média com os portugueses em Lisboa. Resultado, empate de dois gols na despedida, que coincidiu logo com o dia de finados.
                                                   Sacanagem, não ir ver o Big Ben!


Enquanto isto o Vitória estava na Alemanha e só viria pra Bahia na semana seguinte. Como ficaria após a humilhante goleada na Polônia?  O clube é um dos da antiga Alemanha do Leste, e se chama agora Carl Jeiss Jena. Hoje, entretanto está nas divisões inferiores da Alemanha, onde foi parar com a reunificação do país. No entanto, quando o Vitória passou por lá ele conquistaria o campeonato da República Democrática da Alemanha. Nesta excursão ajudaria ao rubro negro se recuperar da goleada ao perder por um a zero pros baianos.
Depois daí a delegação faria turismo aproveitaria pra visitar a casa de Marx, o antigo em Berlim, navegariam de barco pelo rio Reno. A delegação bateria o recorde de ir a todos os bares de Frankfurt. Talvez tenha sido por isso que, quando, enfim, arranjaram um jogo para a despedida do Vitória da Europa, contra o Eintracht Frankfurt os jogadores entraram no gramado tropeçando nas próprias pernas. Só podiam encerrar com uma derrota, dois a um.
                                                      Aí só pode ser na Holanda!

Mas vocês imaginem que o carrasco Vasco da Gama é que coube receber o EC Bahia. Tinha jogado com o tricolor antes da excursão batendo-o por três a um. Agora como ia ficar depois de tantos resultados memoráveis na Europa. A torcida acorreu em cheio pra ver o Bahia de novo, mas qual, o Vasco não teve consideração com os baianos derrotando-os de novo, agora por três a zero.
A dupla, entretanto, nunca se esqueceria daquele ano. Haviam esquecido das derrotas, só lembrando das vitórias e, principalmente, do turismo que fizeram lá pras bandas da Europa!

·    Agradeço ao Almanaque do Futebol Brasileiro, dos sites Wikipédia, Google, Trip e Ping. blog.

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