É mole?
Há alguns dias atrás postamos um artigo tratando do vampirismo no futebol. Na oportunidade, além de observarmos que, apesar de surgir como uma lenda, os vampiros estão hoje espalha dos por todos os setores do universo. Explicamos que o futebol está cheio de vampiros, desde certos dirigentes, empresários e jogadores “chupa sangues” até times de futebol que deixam os torcedores anêmicos. Hoje vamos falar do ano de 1967, quando ainda não havia acabado a “maré de azar” do EC Bahia que levou cinco anos sem arranjar nada.
O segundo turno do certame baiano do ano anterior começou nas vésperas do Natal entrando pelo ano adentro. O tricolor, que tinha começado bem ao ganhar do Estrela de Março (que durante sua vida concorreu com o íbis pra ver quem era o pior time do mundo) iniciou o ano ganhando do Botafogo pelo escore mínimo. Logo depois venceu o “maravilhoso” São Cristóvão. Mas que tabela é esta? Mas em todo caso os torcedores se iludiram e pensaram que o time agora ia! E não é que foi? O time se animou e ganhou cinco seguidas, batendo no Galícia (3 X 2) e no SMTC (aí não vale!) por cinco a zero.
Depois disto a equipe começou a se encrencar. É que, como teria mais de vinte dias sem jogar resolveram arranjar um amistoso contra o Bangu. Pra que! Os cariocas fizeram com que o esquadrão de aço amargasse a primeira derrota do ano, por um a zero. O resultado é que quando voltou ao campeonato o time ficou irreconhecível, empatando com o Guarany em um gol. O resultado foi tão ruim que nem compensou ganhar do Ypiranga (1 X 0), pois logo perdeu pro Fluminense de Feira de Santana. Será que tinha “aberto a cancela”?
Esse é vampiro ou falta dente?
Mas o Bahia ainda tinha chance de ganhar o título, bastava ganhar as duas partidas que faltavam, contra os seus adversários diretos Vitória e Leônico. E eis que acontece uma desgraça ao perder o clássico contra o rubro negro por três a dois. A diretoria promoveu imediatamente outro amistoso pra entrosar o time. Como já estava escarmentada trouxe desta vez o humilde Comercial de Ribeirão Preto, mais como sparing.
Assim, o Bahia entrou no gramado da Fonte Nova para um “jogo-treino” que lhe custou os “olhos da cara” ao perder por dois a um. Agora não tinha jeito, o tiro saíra pela culatra, e foi com baixo astral que a equipe enfrentaria o Leônico, perdendo pela terceira vez seguida, agora de três a dois, sendo que a defesa estava tão atrapalhada que Thiago vasou as próprias redes! O resultado é que o Bahia ficou em quarto lugar no turno e ainda teve que assistir “de cadeira” a decisão daquele ano. Aí até que teve mais sorte, pois conseguiu “azarar” o Vitória fazendo dom que perdesse o “tri” para o Leônico.
Alguns dias depois da decisão do campeonato baiano resolveram realizar um torneio. Mas pra garantir que um time baiano ganhasse convidaram o Clube do Remo (PA) pro quadrangular. Mas este acabou ganhando na preliminar do campeão Leônico enquanto o BA-VI terminava empatado sem gols tendo que resolver a favor do tricolor nos pênaltis. Pelo menos ganhava alguma coisa.
Será que Vanderlei é vampiro?
Mas, na segunda rodada, enquanto o moleque travesso reeditaria a final do certame ganhando novamente do Vitória pelo mesmo placar (2 X 1), o tricolor faria outro “papelão” ao perder pros visitantes pelo mesmo escore. O jeito foi fazer outro torneio em maio. Desta vez procuraram saber qual o time do Nordeste que ia de mal a pior, tendo a resposta sido unânime, o Náutico. Adivinhe quem foi o escolhido?
O Bahia começou bem, ganhando do campeão Leônico por dois a um. Agora ia! Mas o Vitória conseguiu a façanha de perder pros pernambucanos pelo mesmo escore. O tricolor foi pra mais uma decisão dois dias depois. Na preliminar o rubro negro mais uma vez perdeu pro Leônico (já estava virando freguesia) e pelos mesmos dois a um. Os torcedores do Bahia então se prepararam pra ganhar sua primeira taça em cinco anos, afinal de contas não era possível que perdessem pro clube timbu. Mas o Náutico tinha se animado com a vitória anterior e jogou o que sabia e o que não sabia, acabando por derrotar o ex-esquadrão de aço por três a dois.
Olhe o vampiro brasileiro!
Era demais," assim também era demais também”. Antes de começar o novo certame a diretoria resolveu trazer pra animar um time do interior, o Colo Colo (Ilhéus) prum jogo-treino, mas não é que o tricolor conseguiu empatar sem gols! A fase era braba e se viu no primeiro turno quando o Galícia foi levando a todos na conversa. O Bahia continuava fazendo amistosos. Embora não ganhasse nem jogo de damas ia se preparando pro futuro.
Em setembro trouxe o Santos veja que ousadia! O peixe nem quis saber de conversa, impondo-lhe nova derrota, agoira por três a dois. E em setembro a federação decidiu fazer mais um torneio, e este sério, pois convidaram o Flamengo! Na primeira rodada os cariocas despacharam o Galícia (2 X 1), enquanto o Bahia perdia de novo o clássico pra seu arquirrival (1 X 2). E, pra piorar a história em dia de felicidade veio a tristeza, pois, quando conseguiu a façanha de bater nos cariocas por um a zero, acabou dando o título ao Vitória que venceu o azulino por dois a um! Imagine que a torcida sequer vibrou com o gol!
Nem adianta chorar, cadê o pescoço!
Em outubro a diretoria resolveu fazer o último amistoso do ano. Como o Fluminense de Feira não vinha bem foi o escolhido. Mas qual, um novo empate sem gols. Decididamente esse não era o ano do Bahia que, mesmo quando ganhava se estragava. Mas nem tudo estava perdido. Com tantas derrotas o time entrou no ano seguinte melhor e conseguiria ficar empatado com o Galícia no final do segundo turno. Aí entrou a malícia de Osório Vilas Boas que acabou convencendo a o presidente Aurélio Viana a fazer uma série de jogos pra ganhar dinheiro. O final da história todo mundo sabe, o tricolor ganhou o segundo turno e depois o título!
· Agradeço as informações do site do RSSF Brasil e do Almanaque do Futebol Brasileiro. Sou grato ainda as imagens dos blogs lembd.blogspot.com e lagartixas.worpress.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário