quinta-feira, 5 de maio de 2011

Duro de matar

                         
Juro que o assunto de hoje do meu blog não tem nada a ver com Osama bin Laden. Mas não posso deixar de reparar que começou a vingança da Al Qaeda. Explodiram o futebol brasileiro na Taça Libertadores sendo eliminados numa noite só o Fluminense, o Internacional, o Cruzeiro e o Grêmio. Uma tragédia muito maior do que a do World Trade Center, só comparável com a final da Copa do Mundo de 1950.
Mas foi sacanagem da Al Qaeda, pois o Brasil é o único lugar do mundo onde a organização tem vereadores e controla uma Câmara Municipal como a de Anápolis (GO) que fez aprovar uma moção de pesar pela morte de Obama, digo Osama. Quem chefia a Al Qaeda local é o vereador militante Jacinto da Silva que aqui atua através do Partido “Republicano”, afinal na política brasileira cabe mesmo todo mundo.
Anteontem revelei ao mundo que Osama era baiano. Choveram palpites no blog sobre isto. Teve até quem reivindicasse sua cidadania para o Piauí.  Se não envolvesse mortes eu diria que a operação militar foi hilária. Quanto mais os norte-americanos explicam como foi mais se enrolam. Levou meses para ser organizada e acabou deixando um monte de “furos”. Pra consumá-la invadiram o Paquistão estremecendo as relações diplomáticas com o país.  Ofende os muçulmanos a versão de que jogaram o corpo no mar.
                                             Nossa, deixaram incendiar o Itaigara pro filme! 

Há inúmeras perguntas que não querem calar. Se Osama estava desarmado porque os militares não usaram gás paralisante pra levar ele vivo? Se Osama está mesmo morto quem foi que atirou, os norte-americanos, um segurança ou ele se matou? Obama assistiu ou não assistiu a operação? Ordenou ou não o assassinato? A negativa de divulgar as fotos do cadáver desperta ainda mais suspeitas. Já não pudemos ver o vídeo da operação, agora nem sequer ver as fotos do corpo?
Mas, deixem isso pra lá, vamos voltar a nossa velha Fonte Nova porque essa agente sabe que está morta e todo mundo sabe como e quem foi que matou. Se algum clube foi difícil de “matar” na Fonte Nova este foi o Atlético Paranaense. Aliás, isso vem de muito tempo. Desde os velhos enfrentamentos do campeonato brasileiro de seleções.
É que houve um tempo em que a politicagem da CBD colocou a Bahia na chave Sul (sic!). e ai tivemos que “emendar os bigodes” com os paranaenses. E os jogos sempre foram um sufoco desgraçado. Uma vez passou a Bahia e a outra o Paraná.
                                                        Explica esse negócio aí Obama!

Quando os clubes paranaenses passaram a jogar no estado a dificuldades continuou. A primeira vez que os rubro negros de Curitiba aqui aportaram foi quando estava construindo a Fonte Nova em cinco de abril de 1950. Tiveram que jogar no campo da Graça. Traziam craques como os atacantes Cireno e Villanueva, o goleiro Laio e o lateral Sanguinetti. O rubro negro baiano não ficava atrás com uma linha média formada por Joel, Diogo e Alário, e um ataque onde pontificavam Nouca e Juvenal. O resultado foi um duríssimo zero a zero.
Depois daí o Atlético só apareceria quando da criação do campeonato brasileiro. Foi no segundo ano que o Vitória participou, e um  jogo “pra pirão”. Naquele 16 de março de 1973 deu empate de novo quando, á muito custo André “Catimba” e Valdeir conseguiram furar as redes paranaenses, mas André empatou o jogo de novo faltando quatro minutos pra terminar. E olha que o Vitória tinha um “timaço” com o qual havia sido campeão baiano no ano anterior.
Mais quatorze anos se parrariam sem que o Atlético passasse em Salvador. A ocasião, só veio quando do fim da ditadura militar e o estado tinha como governador Waldir Pires. Em quatro de outubro de 1987 os dois rubro negros entraram em campo pelo “módulo amarelo”, uma invenção da recém-criada CBF pra embaralhar os clubes sem dividi-los em divisões. O jogo foi outro sufoco e vi Lula Baiano fazer um gol, mas o meu time perdeu por dois a um.
                                                            Nem macumba resolvia!

Precisou dois anos pra gente ter uma revanche. E essa só ocorreu ás vésperas das eleições presidenciais de 1989. Na ocasião, mesmo ocupado na luta para eleger Lula, fui á Fonte Nova naquele dia nublado de 24 de novembro pra ver(até que enfim!)os leões da barra ganharem dos atleticanos, com sangue, suor e lágrimas, por dois a um, gols de Alberto e Jairo.
Mas nosso sofrimento não terminara. Naquele ano a CBF tinha feito mais uma invenção. Criou um “torneio da morte” onde participariam os três últimos colocados de cada chave pra definir os dois clubes que seriam rebaixados. Os clubes que se “classificaram” para este certame foram: Vitória, Bahia, Guarany, Sport e. Atlético, pois o Curitiba desistiu.
Assim, dois dias depois, tivemos de voltar á fonte do futebol pra ver de novo os dois “se pegarem”. Foi um dos jogos mais dramáticos que assisti. A gadanha da morte parecia que estava no ar esperando para guilhotinar um dos times do gramado. Ataque dos dois lados, chutes ao gol de qualquer distância.
                                                         Só na bala desgraçado!
O meia atacante André Carpes até que conseguiu fazer nosso gol, mas o Atlético também fez o seu terminando o confronto mais uma vez empatado. Em Curitiba perdemos por três a zero, mas o Vitória (e também o Bahia) se livrou do rebaixamento. Ufa!
A última vez que enfrentamos os rubro negros do Paraná foi em 1991. O Atlético vinha mal, mas o Vitória também, tanto que esse ano foi rebaixado pra Segundona. Já em Curitiba havia ocorrido um empate em dois gols. Quando fomos pro estádio já esperávamos um jogo difícil e não deu outra coisa.
A partida foi no último dia de fevereiro e não sabíamos que nunca mais os dois clubes jogariam na Fonte Nova. O técnico do Vitória era Pedro Pires de Toledo e o do Atlético era o veterano zagueiro Procópio. O rubro negro baiano povoou o meio de campo de jogadores, onde estavam André Carpes, Luís Carlos, Tobi, Amando e Cacau. Já os paranaenses contavam com jogadores como os meias Andrezinho e Éder Antunes e o atacante Serginho.
                                                         Ói Bruce Willis na Rua Chile!

Apenas 4194 torcedores compareceram para a despedida. Junior Guimarães e André Carpes fizeram os gols baianos, enquanto Andrezinho fazia o gol “de honra” paranaense que lutou até o fim por um resultado melhor. Acabava ali uma história de mais de quarenta anos de dois clubes duros de “matar”. Um clássico digno das mais caras tradições de baianos e paranaenses.

·          Agradeço ao Almanaque do Futebol Brasileiro e ao site Futipédia

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