sábado, 25 de junho de 2011

Transformers


Pensam que é só lá nos States? Na Bahia também se vê transformers brigando na Praça da Sé!      


Gosto muito de Steven Spielberg, embora ele dê uma no cravo e outra na ferradura. Um dia faz o formidável A lista de Shindler e no outro o horroroso Tubarão. Mas, pelo menos optou por uma carreira onde faz concessões á indústria cinematográfica mas também filmes que irão ficar para a posteridade.
Em 2007 deu uma dessas produzindo Transformers, baseado numa série de desenho animado que acabou na continuação (2009) e num terceiro filme. O que está em jogo é a destruição de Cybertron, o planeta dos transformers, pelo pérfido vilão Decepticon Megatron. Esses só vivem se transformando e brigando com os Autobots. No filme todo mundo procura o tal do All Spark uns pra reconstruir o planeta e outros para dominá-lo. E entra até o Setor 7, agência governamental secreta norte-americana com seus objetivos inconfessáveis.
                                                   Esses também são transformers!

Na história uma turma de Deceptions desembarcam no planeta disfarçados pra atacar uma base norte-americana em busca do capturado Megatron e do All Spark mas, como sempre, fracassam. Vocês sabem como é, nos filmes norte-americanos (ao contrário da vida real) sempre ganham o “bem”, leia-se os interesses norte-americanos.  Mas (mesmo porque tem que continuar a série) sempre sobra algum vilão pra contar a história.
Os Transformers podem não ter derrotado os Deceptions mas pelo menos faturaram mais de um bilhão de dólares de bilheteria desses filmes. Só no Brasil dois milhões de espectadores assistiram essa briga que nunca termina.
                                                          Isso é lá cara de gente!

Mas pouca gente sabe que os transformers atuaram também na Bahia. Eles vieram com os clubes do Rio da Prata e acabaram gostando da Bahia. A primeira vez que apareceram foi em 1931. Tiveram para isso que viajar em uma máquina do tempo e chegaram bem na ocasião quando o Brasil havia mudado de governo e, pra tapear, chamaram de “revolução de 30”.
Na ocasião se disfarçaram de um clube uruguaio, o Sud América. Pareciam direitinho com ele, tanto que enganaram os baianos. Como chegaram em abril fazia muita chuva, aí foram procurar o Megatron no Nina Rodrigues para olhar os cadáveres nas geladeiras. Mas nada conseguiram.
                                           Na Bahia haviam carros difíceis de transformar!

Mesmo assim passaram aqui uma semana. E no embalo derrotaram o Ypiranga (4 X 2), o Bahia (5 X 1), mas empataram com o Botafogo (1 X 1) que jogou reforçado pelo o Setor 7. O próprio Jon Voight, secretário da defesa norte-americano, atuou nesse dia.
Só voltaram sete anos depois, mas o número não deu azar. Agora eram Hermanos, dizendo-se representar o clube Atlanta, que deve estar hoje na milésima divisão da Argentina. Mas deram azar ao chegar em janeiro, quando todo mundo sabe que é verão na Bahia. Ora, isso é tipicamente coisa de norte-americano que pensa que a capital do Brasil é a Bolívia. Imaginem como procurar o congelado Megatron desse jeito, não dá!
                        E o camaleão Woody Allen?Porque meia noite em Paris e não na Bahia?

Foi por isso que os orgulhosos transformers Deceptions não encontraram aqui nem os Autobots e ainda perderam na estreia para o Ypiranga por dois a um. Aí foi um inferno pois ameaçaram tocar fogo na Bahia obrigando a que o governador Juracy Magalhães intervisse pessoalmente na situação arranjando o Galícia para jogar com eles, dois dias depois, e perder de quatro a dois para esses camaleões alienígenas. Mas, foi o único que aceitou por não ser baiano mas da colônia espanhola.
Depois disso os transformers voltaram por várias vezes á Bahia em sua máquina do tempo. Sempre tinham uma desculpa pra vir por aqui. O Setor 7 ficava louco. Tentou negociar, um dia viriam os Autobots e o outro os Deceptions, mas o clima baiano fazia com que eles só brigassem no filme. Os disfarces já eram conhecidos, eram os países que ficavam na margem direita e esquerda do Rio da Prata, Argentina e Uruguai.
                                          Ninguém diz que os carros eram feitos na Bahia!

Nos anos quarenta (janeiro de 1941), vieram com um nome estranho Gimnásio Y Esgrima, que era da cidade de La Plata, pertinho de Buenos Aires. Na ocasião, ganharam da dupla BA-VI por quatro a um e três a dois, e só perderam pro pessoal que fala espanhol na Bahia, o Galícia. Cinco anos depois apareceram de novo por aqui.
Era verão e não tinham nada a fazer a não ser ficar para o carnaval. A esta altura a CIA, ou como Spielberg prefere chamar, Setor 7, já sabia que estes transformers eram turistas e que nunca iriam achar nem o Megatron nem o All Spark. A capa foi o Rosário Central do interior da Argentina, que desta vez nem deu bola pro Galícia (2 X 1) e ainda ganhou de lambuja do Bahia (5 X 4).
                                                         E só andavam em turma!

Foi a última vez que os transformers jogariam no bairro da Graça pois já o achavam acanhado para os seus malévolos propósitos. Contam as más línguas que foi por isso que construíram a Fonte Nova. Mas, como demoraram pra acabar as obras, os vilões só chegaram aqui dez anos depois, em setembro de 1956. Na ocasião, o departamento de estado norte-americano estava mais preocupado com a guerra da Coréia e não estava nem aí para os transformers.
Assim, mandaram a secretária do assistente do diretor do Setor 7 pra acompanhar o Independiente, a nova cara dos vilões na Bahia. Os baianos, que nunca sabem de nada, os receberam com todas as honras pensando que era o grande clube argentino. Botaram sua seleção, que treinava para o importante campeonato brasileiro de seleções, pra jogar com ele, e não é que ganhou (sic!), dois a um.
                                                  Infernizavam a Baía de todos os santos!

Aí os transformers se chatearam, e piorou quando repetiram o disfarce de Rosário central no ano seguinte, empatando (0 X 0) e perdendo pro Bahia (0 X 3).Foi assim que eles pararam de vir a Bahia. Pô, também os baianos não se emendam, querem ganhar até de formidáveis vilões do cinema sem o menor respeito!
Spielberg bem que tentou disfarçar mas sentiu o golpe. Mas, como está mais preocupado com o mercado do cinema acabou lançando mais filmes da série e pedindo que os transformers viessem na Bahia para lança-los. Mas desta vez mudou a moral da história. Ao invés dos vilões ganharem, diferente do que ocorria na tela, foi o bem (no caso os baianos) que começaram a ganhar. Era o The End holywood-baiano.   

* Agradeço ao Almanaque do Futebol Brasileiro, ao site Wikipédia, e aos blogsliderbit.com.br, guiadelazer.com, tiltcast.com e leorama.org. 

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