sábado, 1 de outubro de 2011

Eu não andei de taxi preto em Londres!

                                        Nossa, que inveja!

Não foi fácil chegar a Willesden Green onde moram nossos sobrinhos, devido á nossa quase absoluta ignorância do inglês e de Londres. Cybele chegou á cidade falando uma só frase pra passar na imigração:

- I dont speak english.
Mas depois foi se empolgando e acabou aprendendo várias frases e umas cinquenta palavras. Junte aí a cara de pau e foi se safando de algumas situações. Quanto a mim me salvei pois tomei um curso de uns quatro meses com a ótima amiga e professora Elvira. Coloque aí os milhares de filmes e músicas em inglês e dá pra ver que não me apertava muito na pronuncia. O problema é que os ingleses não falam que nem nos cursos e meu repertório de palavras só são umas duzentas. Foi assim, com dicionário à mão, que chegamos a Londres.
                                                          Pô, não tem nada a ver!

Até deu pra chegar pelo metrô na estação mais próxima. Também não tinha jeito de errar pois nosso sobrinho Matheus deu tudo descascado. O problema foi ao chegar pois pensamos que era só botar a mão pra parar um taxi e agente dar o endereço já devidamente anotado em letra de forma. Qual nada! Toca a esperar e nada de taxi. O jeito foi perguntar a um segurança:
- Taxi please!
É que que o inglês é todo formal e cheio de sorry, excuse me e please, senão entendem como falta de educação. Mas não entendemos nada da resposta do cara a não ser os right (direita) e left (esquerda) apressados. O jeito foi bater pernas em linha reta continuando a bater, monocórdicamente, na frase acima. Só na terceira pessoa, uma vendedora, é que conseguimos atenção pronunciando mais algumas palavras:
- I am a tourist brasilian and need a taxi.
                                                Tinha cada coisa esperando taxi!

Gostaram do meu inglês? Talvez fosse por isso que a moça se interessou e, junto com um cada que passava de bicicleta, me fez entender com gestos e palavras que o negócio não era taxi mas sim cab, que tinha um office (escritório) perto. Então tínhamos passado por ele e não vimos. Aí agradecemos e voltamos pra trás pra procurar alguma coisa que parecesse um escritório. Bem não é esse bar, nem muito menos essa casa de moveis, nem esse café, até que encontramos um lugar onde se “alugavam” cabs. Aí foi só entrar, dar o papel com o endereço e perguntar o que eu tinha escrito na carteira:
- How much is it?
                                               Pelo menos pegamos o famoso onibus!

Não tem como não se entender quando se fala de dinheiro. O cara disse oito libras e estamos conversados. Ainda entendi que não demorava e que tinha que esperar na esquina. Como vocês veem já estava craque. Já estava sorvendo o prazer de entrar em um dos famosos taxis pretos de Londres. Foi por isso que, quando um motorista parou na nossa frente nem dei atenção. Mas quando ele falou “Oliveira” vi logo que aquele era o nosso “taxi”. Na verdade era uma espécie de remis como existe em Buenos Ayres sem taxímetro. Só depois é que fui saber que em Londres, além do famoso carro preto (mini cab), também o remis. Em pouco tempo já estávamos na porta de um prédio e o cara dizendo hear (aqui).
                                         Como tem morador de rua em Londres á noite!

O número da porta do prédio não era quarenta, mas, pra não mostrar nossa burrice, nem discuti com o taxista descendo pra olhar. E aí entendi a razão dos endereços em Londres virem assim:
- 8-12 Lennon Street.
É que ou é uma casa, que cobre o espaço que eles destinaram a outras, ou é um prédio, onde cada apê tem um número. Acho que tinha escrito lá                                                                         30-50. Foi só apertar o 40 no interfone que ouvimos a voz de Matheus. Ufa, tínhamos chegado. Aí foi só matar as saudades.
Matheus, que já tinha trabalhado em vários restaurantes de Londres, tinha preparado um lauto jantar (um dos melhores que comemos em Londres), com uma bruschetta imperdível e uma lasanha de primeira linha. Lá pras dez da noite, procurando saber como voltar pro hotel, não tinha jeito de decorar o trajeto. Depois de anunciar que ia tomar um taxi nossa sobrinha Karen nos meteu medo dizendo que ia sair pelos olhos da cara. Aí eles se ofereceram pra nos levar de volta.
                                                     Mas Marx também nunca pegou taxi!

Não fomos de taxi e sim no famoso ônibus. Como saberíamos sozinhos onde saltar? Chegamos a Bayswater antes da meia noite mas não encontramos mais pubs, restaurantes, ou uma simples lanchonete aberta. Mas quando entramos na rua do hotel descobrimos que um hotel em frente tinha um bar aberto até uma da manhã. Aí deu pra tomar alguns chopes, leva-los para conhecer o nosso “quarto” no Hyde Park e marcar o programa de amanhã.
Não seria dessa vez que iriamos andar no tal taxi preto. Quando fomos levar as malas pro Íbis pegamos um taxi de novo, mas nada do preto. E nem pensar em pegá-lo na ida ao aeroporto que seria super caro. Não digam a ninguém mas acabei não pegando o tal taxi preto, fiquei devendo na nossa ida a Londres. Mas não tem nada não. Quem vai me ajudar a remediar isso é meu amigo Portela. Ele tem um taxi preto e eu vou tirar umas fotos lá no Rio Vermelho pra ver se passam por Londres.

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