terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma noite no museu, quero dizer um dia...


Não foi fácil de acordar depois de jantar altas horas após comer o risoto preparado pelo sobrinho Matheus. Mas não teve jeito pois era nosso penúltimo dia em Londres e tínhamos que aproveitar. Foi o dia dos museus e eu me lembrei de Larry(Ben Stiller) que arranjou um emprego de segurança noturno num museu de história natural.
Fomos ao Victoria Albert, ao de História Natural e ao de Ciências, todos pertinho um do outro e de graça! Gostamos mais do primeiro, mas tivemos de passar pelo sofrimento de avistar dezenas de seções sem entrar. É que não tem jeito, ou você passa dias nesses lugares ou escolhe algumas seções pra visitar e foi o que fizemos.
Concentramos-nos nos períodos greco-romano, o mais antigo da casa relativo á chamada cultura ocidental, e na renascença. O primeiro ficava no subsolo onde tivemos a oportunidade de ver fachadas, estátuas, documentos, colunas e tudo o mais que você pode pensar entre os séculos IV AC e III DC, aí incluído a cultura cristã. É claro que não dava pra comparar com o British Museum mas o acervo é riquíssimo.
                                        Procurei mas não viu nada do lanterna verde!

Depois nos cansamos de ver coisa tão antiga e passamos ao primeiro andar para ver a exposição do chamado Renascimento. Aí abundam (leia com atenção!) pinturas cristãs e prataria e movelaria aristocrática. Chamou-me em especial a atenção um cravo (instrumento que antecedeu ao piano), e a parte mais expressiva da pinacoteca católica. Estão vendo como estou erudito hoje? A viagem tinha que servir para alguma coisa!
Como já passava de meio dia resolvemos almoçar por ali mesmo. Aí nos deslocamos para o maravilhoso jardim que liga o prédio onde estávamos ao refeitório e eis nossa surpresa por encontrar um recinto cheio de obras artísticas decorativas. Almoçar ali é se preocupar menos com a comida e mais com o local onde se está.
                                           Pelo tamanho esse deve ter sido inglês!

Mas a decepção foi mesmo a comida. É claro que não esperava encontrar um feijãozinho mas também não só coisas pra lanchar. Apesar de estar socado de gente não me suscitou o menor apetite. Nessas horas bateu divergência no trio (eu, Cybele e Darem) pois, como vocês sabem, a lei no capitalismo é a comodidade e como já estávamos ali..... mas só fizemos tirar fotos e caminhar para almoçar em outra região.
O almoço, como sempre em Londres, foi fraquíssimo! Aliás as meninas nem queriam ficar por estarmos sozinhos para ser atendidos. Sabem como é, quando não tem ninguém....só ficamos mesmo por ser italiano. E logo depois nos dirigimos ao Museu de História Natural. Puxa, o Larry deve ter trabalhado alí pois é bonito á bessa, a começar pelo enorme hall de entrada, onde tiramos fotos com Charles Darwin (a estátua é claro, prestem atenção!),e as compras na lojona que fica na saída.
                                       Também não achei nada de Jack o estripador!

Será que Uma noito no museu foi filmado ali? Acho que não pois é coisa de norte-americano! O museu mais parece ter sido organizado para colegiais. A parte que vimos tem menos acervo e mais preocupações didáticas. Ressalve-se algum material relativo a dinossauros, pterodátilos e seus amigos. Mas posso dizer que também houve divergências na avaliação pois as meninas gostaram bastante e esperaram até o último instante Ben Stiller aparecer!
O último, o de Ciências, foi uma boa surpresa. Deu para percorrer boa parte do andar térreo e verificar a expressão de seu acervo. Apesar de só considerar ciências as invenções europeias e norte-americanas do século XV em diante suas seções reúnem uma série impressionante de instrumentos, máquinas e tecnologias originais. Há uma com carros antigos, outra com vagões de locomotivas, ainda outras com impressoras, máquinas á vapor, réplicas de foguetes, o diabo!
                                                    O real lá não estava com nada!

Mas, no momento em que estávamos mais entretidos começou a tocar o alarma pra comunicar que era hora do museu fechar. E, como vocês sabem, ingleses não tem misericórdia. Quando chega a hora de fechar nem JC descendo do céu pode fazer nada. Os funcionários, num passe de mágica, foram chegando às seções, fazendo gestos bastante convincentes que a visita havia acabado., Não adiantava nem tapear pois nem deu pra ir ao sanitário!
Pronto, havíamos tomado a nossa overdose de museus em Londres. Aí encontramos com Matheus e fomos fazer o supermercado antes de ir pra casa em Willesden Green. De noite, como o computador dele tinha consertado conseguimos falar com a família no Brasil através da webcam quando matamos as saudades e demos boas risadas.
                                       Deus me livre de subir nessa tal da London Eye!

E acreditem que, mais tarde, ainda assisti ao “emocionante” jogo Vitória X Duque de Caxias por uma rádio de Salvador. É verdade, tem um time do patrono do Exército no Brasil. É muita falta de gosto! Deve ter sido por isso que está na lanterna da Segundona e o rubro negro ganhou por cinco a um. A partida terminou ás três da manhã e eu nem sequer podia gritar os gols. Lembrei-me daquela propaganda de cerveja que o cara grita dentro de um aquário! Nessa noite dormi pensando em dinossauros e em como devia ser bom o emprego de Ben Stiller.

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