sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Contágio


                               
A ficção científica continua a todo vapor. E é nos EUA onde tem o seu maior público e onde Hollywood mistura duas receitas que deram certo na bilheteria, esse gênero com o filme catástrofe. A Warner Bros está lançando um deles: Contágio, dirigido por Steven Soderbergh, e que trata de um vírus transmissível pelo ar que se dissemina rapidamente virando uma epidemia.  
Tem todos os ingredientes que costumam agradar a quem gosta de histórias surrealistas e ficar apavorado, pânico, efeitos especiais, terror, tragédia, entre outros menos votados. Do elenco só conheci o Matt Damon, pois como vocês sabem nem precisa de atores decentes pra vender o gênero. Só pra não dizer que não citei estão lá os desconhecidos Gwyneth Paltrow, Kate Winslet, Judy Law e Marlon Cotillard.
                                                           Não pode isso pega!

O primeiro vírus é transmitido através de um aperto de mãos em uma viagem de negócios. O resto todo mundo já sabe, tosse, febre, convulsões, hemorragia cerebral e morte. O filme não explica bem a incrível velocidade com que o vírus se espalha a não ser se o debitarmos ás intenções do roteiro. Mas não se preocupem pois o final foi copiado da Bahia embora, todo mundo sabe, que só tem cientistas nos EUA.
Em 1970 estávamos em um dos períodos mais sombrios da ditadura militar mas o Brasil ganhava a Copa do Mundo no México. E foi esse quadro de euforia que permitiu que se completasse a transição para a organização do Campeonato Brasileiro que começaria no ano seguinte.
                                           Praga da ministra Eliana Calmon também pega!

Nesse ano seria realizada a última edição do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, com 17 participantes, o maior de sua história. Tanto é assim que foram divididos em duas chaves, ou séries como depois ficariam conhecidas as próprias divisões do certame pra Rede Globo, que adquiria os direitos de transmissão, esconder esse negócio de Segundona e Terceirona que não fica bem!
Mas apesar de ter tantos clubes apenas dois estados eram de fora do eixo Sul-Sudeste, Bahia e Pernambuco, que estavam representados pelo EC Bahia e pelo Santa Cruz FC. A disputa entre baianos e pernambucanos é histórica e em todos os terrenos, e contagiou o futebol. Mas esse ano a influência de um sobre o outro iria penetrar até pela saúde esportiva.
                                                      O virus matava pra cachorro!

A CBD escalou o jogo entre os dois na primeira rodada, 20 de setembro, pra começar o certame embora tenha sido aí que o vírus pegou. Dizem que foi no aperto de mãos dos jogadores pra escolher quem dava a saída e o campo de jogo. A partida foi no Estádio do Arruda e, mesmo com muita luta dos contendores, terminou com o empate em um gol. Três dias depois o tricolor estreava na Fonte Nova mas amargando novo empate, desta vez sem gols, contra o Atlético Mineiro. E era o galo que levaria novo vírus para Pernambuco, onde jogaria quatro dias depois com o time coral, registrando-se mais um empate (1 X 1).
Esse negócio de vírus espalhado tão rápido é só em filme pois na Bahia as coisas são mais devagar. Basta ver que, apesar da tosse o esquadrão de aço entrou bem no mês de outubro, ganhando da Ponte Preta (2 X 1) e do São Paulo (1 X 0). Mas enquanto isso em Recife o negócio já estava na base da febre, foi por isso que o Santa continuou empatando, agora com a Ponte em um gol. Mas logo o tricolor caiu também de febre, e isso foi quando saiu pra enfrentar o Atlético Paranaense perdendo de um a zero e levando o vírus para aquelas paragens.
                                                          Vai ver que pegou Lula!

Em meados do mês o Santa empatava com os paranaenses em um gol e pedia em casa pro Fluminense (0 X 1). Enquanto isso o tricolor baiano, que tinha arranjado forças pra vencer o pó de arroz na Fonte Nova (1 X 0) empatava ali mesmo com o Internacional injetando o vírus nos gaúchos.
Só no dia 21 de outubro é que o clube coral ganhou alguém, do estropiado clube colorado gaúcho que já tinha metade do time com febre. Mas os cariocas estavam sãos da Silva e alguns dias depois o Vasco da gama foi a Recife pra enfiar três a zero, mas...pegou o vírus! Tanto é que veio pra Bahia e, com os dois times caindo em campo, não saíram do zero a zero.
Parecia brincadeira a situação. E foi nas vésperas do Dia dos Finados (vigem santa!) que o esquadrão perdeu em casa pro Grêmio que só começava a sentir os efeitos do vírus. Mas seus jogadores já saíram tossindo de Salvador pra empatarem com o clube coral (1 X 1) passando mal no hotel em Recife. A partir desse dia o contágio comia solto. A Ponte tomou de seis do Fluminense, e, logo depois, foi a vez do Atlético Paranaense tomar de cinco do Grêmio ocorrendo inclusive convulsões nos jogadores.
                                                  Não era brincadeira o danado!

Estávamos no mês de novembro e, foi com os jogadores do Bahia caindo pelas tabelas que o América veio á fonte do futebol pra conseguir arrancar um empate sem gols. Mas não deixou de levar seu virusinho não conseguindo repetir o resultado em recife onde caiu por dois a um.
Em meados do mês os médicos norte-americano haviam chegado ao Brasil pra tentar debelar a epidemia ou pandemia como eles dizem. Vocês sabem que só lá nos EUA tem médicos e foi assim, á base dos remédios, que o Bahia ganhou do doente Flamengo na Fonte Nova, mas pelo escore mínimo. E continuou sua recuperação no fim do mês ao ganhar do Corinthians por três a dois. Mas em Recife a coisa continuava feia com o Santa empatando com os mosqueteiros sem gols e perdendo do Cruzeiro (1 X 2).
                                          Também que mandou botar tanta pimenta?

No mês de dezembro os médicos americanos acharam de dar alta aos pacientes baianos e foram para Pernambuco salvar o Santa Cruz. Qual, imaginem que o estropiado Santos, chegou aqui e aplicou cinco a um no “recuperado” tricolor, com, direito a três gols de Picolé, um de Pelé e outro de Edu, marcando Sanfillipo para o Bahia. A desgraceira continuou logo depois quando o Botafogo também veio na ladeira da Fonte das Pedras pra enfiar quatro a zero no esquadrão.
Os médicos norte-americanos lenharam com os baianos mas salvaram o Santa Cruz que pelo menos conseguiu encerrar o certame condignamente ganhando do poderoso santos por um a zero. Na classificação final o que deu pra rir deu pra chorar pois o vírus sobrou pros dois, ambos ficando em sexto lugar nos seus grupos. Mas ninguém, podia tirar onda pois era sexto lugar com apenas oito clubes. Ah vírus desgraçado. E vai assistir ao filme o mesmo número de pessoas que iam às partidas daquele ano.

·         Agradeço aos sites Cinema 10 e RSSF Brasil.

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