quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

À beira do abismo

                                                    Pô, esse cara é torcedor do Vitória!

Lançado este ano por Hollywood, o filme À beira do abismo não parece novidade para os brasileiros. É que a Warner Brothers produziu outro filme em 1946, cuja péssima tradução levou este nome, adaptado do romance The big sleep de Raymond Chandler. Foi em tudo e por tudo diferente do atual, a começar pelo diretor (Howard Hawks) e elenco de primeira qualidade, com Humphrey Bogart, Dorothy Malone e Lauren Bacall nos papéis principais.
O atual (Man on a ledge) é um filme que tem a direção do desconhecido Asger Leth e a participação dos ainda mais obscuros Elizabeth Banks e Sam Worthington. Mas não é que mesmo assim já está na terceira semana em várias salas? É que, pelo menos, usou do outro o gênero policial e o suspense que adota ingredientes que prendem a atenção dos espectadores, como roubos espetaculares, ações ousadas e erotismo. Tá na cara que esse pessoal que frequenta os cinemas de hoje nunca viu ou leu sobre os grandes roubos do passado e das tramas de Arséne Lupin, Sherlock Holmes, e outros menos votados.
                                              Ah não se fazem artistas como antigamente!

Esse À beira do abismo tem mais baixos do que altos. Um ex-policial condenado por roubo ameaça jogar-se d0o parapeito de um prédio (Sam Worthington). A primeira parte do filme dá a entender que ele escapou da prisão para conseguir provar sua inocência. Não é a toa que é recheada de lances midiáticos, psicologismo, e outros babados. Mas, ao correr do filme vai se descobrindo que o que está por traz da atitude do ex-policial é bem mais do que aparenta, um grande roubo. A emenda, no entanto sai pior do que o soneto. Antes ficasse com as multidões que esperam que ele pule do prédio pois a trama do assalto está pra lá de Marrakesh.
Mas, se o roteiro não traz nenhuma novidade em matéria de filmes de grandes roubos atinge em cheio o futebol baiano. É que estamos terminando o primeiro turno do nosso chato campeonato e as coisas para o EC Vitória estão lá pela beira do abismo. Só há uma diferença, é que o desespero dos torcedores do rubro negro é de verdade. E olhem que a diretoria contratou um time e um técnico novo pra tentar se recuperar da vergonheira do ano passado quando deixou de subir para a Primeira Divisão por um ponto e perdeu dentro de casa o tetracampeonato.
                                      Tem gente que escoilhe outras maneiras de suicídio!

Mas, mesmo assim, o campeonato começou como o filme com o time empatando com o fraquíssimo Feirense (1 X 1) e a torcida botou as mãos na cabeça. Aí as coisas andaram parecendo que tinha dado jeito. O time enfiou seis no balaio do lanterna Juazeiro e cinco no time do Vitória da Conquista. Bastou isso pra animar a torcida e a imprensa colocar o Vitória como favorito pra ganhar o certame.
Qual nada! Aí o técnico Toninho Cerezo atarrachou uma máscara que não tinha tamanho e transformou a equipe em laboratório para treinar o time para a fase final. Em sete jogos só ganhou duas partidas. Começou empatando em casa sem gols com o vice-lanterna Itabuna. Depois empatou de novo em Feira de Santana contra o Fluminense. Mas aí surpreendeu todo mundo vencendo o líder Bahia de Feira por goleada (4 x 0).
                              E a mulher que não agarra o cara? Deve ser torcedora do Bahia!

A vitória foi cantada em prosa e verso enquanto Cerezo continuava as experiências. O resultado foi perder do obscuro Juazeirense (2 X 3) e só empatar sem gols com seu tradicional adversário Bahia por encher o time de volantes pra garantir o emprego. Continuou perdendo pontos esta semana onde, se venceu o fraco Camaçari (3 X 1), empatou de novo, agora com o Atlético, que é de Alagoinhas mas joga em Serrinha.
O resultado é que decorridas dez rodadas estamos em terceiro lugar disputando com Vitória da Conquista, Feirense e Atlético quem vai para a segunda fase do certame já que os Bahias, o de Salvador e o de Feira estão garantidos. E o pior é que estamos muitos pontos atrás dos dois o que compromete tudo para as finais uma vez que o que decide o local do jogo e quem vai passar é a vantagem dos pontos acumulados na primeira fase.
                                           Tem gente que faz qualquer coisa por dinheiro!

O Vitória faz a pior campanha em dez anos onde ganhou oito campeonatos e foi vice em dois, enquanto seu arqui-inimigo não venceu nem no jogo de damas. Haja parapeitos de prédios em salvador para caber os torcedores do Vitória que estão vendo o tempo passar e o técnico Toninho Cerezo não definir um padrão de jogo. Na semana passada adotava o 4-2-4 e ontem contra o Atlético ficou mesmo foi com o 4-3-3. Durma-se com um barulho desses! E o pior é que não tem nem mais a greve da PM pra deixar desprotegido um banco desses pra assaltar como no filme.


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